No último dia 9 de abril, camponeses dos municípios de Ariquemes, Vilhena, Corumbiara, Anari, Machadinho e Buritis, em Rondônia, fecharam a BR 364, em Jaru, por 9 horas. Os manifestantes exigiram estradas e pontes de qualidade, escola perto das moradias das famílias, preço justo para a produção camponesa, energia elétrica, regularização das posses camponesas, punição para policiais, pistoleiros e latifundiários mandantes de perseguições, ameaças, sequestros e assassinatos de camponeses. Também denunciaram o assassinato do dirigente camponês Renato Nathan Gonçalves Pereira, que, neste mesmo dia, completou 3 anos sem investigação nem punição dos responsáveis. O protesto contou com o apoio de professores e estudantes da capital Porto Velho e cidades do interior, além de milhares de trabalhadores que se aglomeraram na região em que a ponte foi fechada.

"O Brasil precisa de uma Grande Revolução", afirma a faixa
O ato foi amplamente divulgado entre a população, pelos panfletos distribuídos e por matérias na internet, rádios e TVs. Durante o bloqueio da rodovia, o povo da região, caminhoneiros e demais motoristas e trabalhadores em geral apoiaram e manifestaram interesse em participar do próximo protesto.
Latifundiários e grandes empresários contabilizaram prejuízos, como o laticínio Italac e o frigorífico Frigon, que ficaram fechados porque seus funcionários não conseguiram chegar ao trabalho devido ao bloqueio da estrada. Um grande supermercado localizado próximo da ponte ficou fechado durante toda a manhã. Uma grande multidão se aglomerou diante do supermercado e seus proprietários do grupo Irmãos Gonçalves, um dos maiores de Rondônia, temiam saques.
A BR só foi liberada com a chegada de representantes da Eletrobras e do Incra, que se reuniram com os camponeses na sede da LCP, por exigência dos manifestantes, sem a presença da polícia. De concreto, foi marcada uma reunião em Jaru no dia 27 de abril, entre camponeses e responsáveis de órgãos federais, estaduais e municipais. Os trabalhadores pediram para os representantes do Incra e da Eletrobras procurarem seus superiores em Brasília, caso não consigam encontrar soluções sozinhos. E avisaram que não aceitarão promessas, nem enrolação, e que, se na próxima reunião não forem apresentadas respostas positivas, concretas e imediatas, vão novamente fechar a BR ou a Eletrobras, mas de forma mais radicalizada.