Os guarani e kaiowá dos tekohas Guapoy Guasu, Nhamõe Guavyray e Pindokori anunciaram que pretendem resistir à tentativa de despejo por parte do velho Estado. O juiz da 1ª Vara da Justiça Federal de Dourados (MS), Moises Anderson Costa Rodrigues, emitiu mandado de reintegração de posse no dia 24 de outubro do ano passado contra estas três comunidades, frutos de retomadas das terras tradicionais situadas dentro da Terra Indígena (TI) Dourados Amambai Pegua I, em Caarapó. O mandado de despejo deveria ter sido cumprido até o dia 24 de janeiro.
Rafael de Abreu
Protesto contra ameaça de despejo dos tekoha Ñamoy Guavira'y e Jeroky Guasu em 2016
Em carta divulgada no mesmo dia, os guarani e kaiowá da TI Dourados Amambai Pegua I denunciam que as reintegrações de posse integram um projeto de extermínio dos povos indígenas praticado pelo velho Estado. Eles também afirmam a importância da terra para o modo de vida guarani. “A terra é o elemento essencial para a nossa sobrevivência, portanto avisamos, se a ‘justiça’ insistir em cumprir mais este decreto de morte, nós povo guarani e kaiowá da TI Dourados Amambai Pegua I estaremos prontos e postos para enfrentar [...] Confiantes, sem medo e sem arrogância estamos preparados, resistiremos sempre!”, anunciam os indígenas. Membros das tribos tekohas Guapoy Guasu, Nhamõe Guavyray e Pindokori ocupam há meses as terras da fazenda Santa Maria, arrendada pela empresa Agropecuária Penteado que solicitou o mandado de reintegração de posse.