Fotos: The Eyes of Palestine
Na última quinta-feira, 14 de dezembro, o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) completou 30 anos de existência como autêntico representante da Resistência Palestina contra a ocupação sionista.
As comemorações em Gaza, que contaram com a participação massiva dos palestinos (incluindo massas de armas nas mãos), ocorreram em meio às provocações de Israel e do USA, além da decisão do arquirreacionário Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Ao mesmo tempo, Israel decidiu fechar as fronteiras da Faixa de Gaza após o lançamento de foguetes palestinos contra o território controlado pelo invasor sionista.
O líder do Hamas, Ismail Haniya, convocou manifestações nos países árabes e territórios palestinos contra o USA e “um dia de ira e de revolução em todas as capitais e cidades até que tenhamos a anulação da decisão de Trump”.
Na próxima edição de AND (nº 202, 2ª quinzena de dezembro de 2017/1ª quinzena de janeiro de 2018) publicaremos o artigo Nova Intifada é convocada contra ocupação de Jerusalém, cujos alguns trechos informam:
“O Hamas (sigla em árabe para Movimento de Resistência Islâmica) convocou uma nova Intifada contra o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelo USA, no dia 7 de dezembro. A Intifada, levante de massas que combina protestos e ações armadas, busca barrar o avanço sionista.
A Intifada foi convocada em resposta ao anúncio de Donald Trump, que oficializou o início da transferência da Embaixada ianque de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo assim esta cidade, reivindicada capital da Palestina, como capital do Estado invasor de Israel. O anúncio foi feito na Casa Branca, no dia 6 de dezembro.
O principal dirigente do Hamas, Ismail Haniyeh, fez um pronunciamento na Faixa de Gaza um dia após o anúncio de Trump.
‘Devemos convocar e trabalhar no lançamento de uma Intifada diante do inimigo sionista. A decisão de Trump marca o final de uma fase política e significa um ponto de inflexão histórico para a causa palestina. Afirmamos que Jerusalém está unida, não é oriental ou ocidental, e vai seguir sendo a capital da Palestina - de toda a Palestina”, declarou ele, afirmando ainda que “Donald Trump se arrependerá de sua decisão.’.
‘Só podemos enfrentar a política sionista apoiada pelos Estados Unidos com uma nova Intifada.”, disparou, nomeando ainda a Intifada como 'a libertação de Jerusalém’.
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A decisão do USA e de Israel subestima profundamente a capacidade de Resistência das massas palestinas. A Intifada, segundo tudo indica, terá grande incorporação das massas da região e encontra na história uma ampla participação.
A Primeira Intifada iniciou-se em 1987, espontaneamente, como levante de massas contra o Estado sionista. O gatilho para a revolta foi o assassinato de crianças palestinas por soldados do Exército israelense, por estarem jogando pedras nos tanques. Nasce aí o Hamas, com o objetivo de libertar toda a Palestina e expulsar o invasor sionista.
Em 1990, é criada a Autoridade Palestina para administrar os fragmentos dos territórios palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, áreas que Israel não conseguiu ocupar.
Em 2000, ocorreu a Segunda Intifada convocada pelo Hamas, durando quatro anos. Em 2004, 7.366 palestinos encontravam-se detidos por Israel, sendo 386 crianças, boa parte sem julgamento. Mais de 4 mil casas palestinas foram destruídas na Cisjordânia e Faixa de Gaza.
Em junho de 2017, três jovens palestinos empreenderam uma ação armada contra agentes da polícia sionista, aniquilando dois e ferindo um. Na ocasião, eles exigiam a reabertura incondicional do Domo da Rocha – parte da identidade nacional palestina –, na Cidade Velha, então fechada arbitrariamente por Israel.”