País aparece em classificação de países com maior concentração de riqueza. Índice aumentou no último ano. Foto: Reprodução
O ano de 2020 marcou o continuar da concentração colossal de riqueza por parte de uma parcela ínfima da população. 49,6% de toda riqueza do Brasil foi para as mãos de 1% da população. Essa parcela mais rica se apoderou de aproximadamente metade de tudo o que é produzido no país.
Seguindo a tendência mundial desatada simultaneamente à pandemia do novo coronavírus, o nível alcançado pelo Brasil é o pior em duas décadas. A concentração de riqueza pelo 1% dos brasileiros mais ricos encontra paralelo em outros países. Porém, a acumulação de riqueza de forma concentrada em uma pequena parcela aqui é a pior registrada em todo o planeta, com exceção da concentração encontrada na Rússia.
Na classificação de países cujo 1% mais rico concentra maior parte da riqueza nacional, a Rússia aparece em primeiro (com 58,2% da renda nas mãos dos mais ricos), o Brasil aparece em segundo lugar (com 49,6%) e a Índia em terceiro, com 40,5%. Em comparação com o ano anterior (2019), o Brasil apresentou um aumento da desigualdade, crescendo cerca de 2,7%.
Riqueza global cresce através da concentração de renda
Esses e outros dados foram divulgado pelo Credit Suisse, banco suíço. A instituição financeira divulgou no dia 22 de junho um relatório intitulado “Relatório sobre a riqueza global” que reúne diversos dados a nível internacional sobre a riqueza global, que apresentou um aumento. Entre os dados, estão os relacionados à concentração de renda.
A nível mundial, a concentração de renda foi observado. O relatório estimou que a riqueza dos 50% dos adultos mais pobres de todo planeta chega perto de 1% da riqueza global. Na outra ponta, os 10% mais ricos do mundo concentram 82% da riqueza global. O topo dessa “pirâmide social”, o 1% mais afortunado, concentra 45% de toda riqueza.
O estudo logra em revelar que, a nível mundial, a população seguiu produzindo riqueza, criando valor na produção de mercadorias e de capital através da venda de sua força de trabalho empregada para produzir mercadorias, mesmo em situação de pandemia que impôs a mortandade desenfreada de parcelas inteiras da população (a nível mundial, os dados chegam ao número subestimado de 4 milhões).
O que resultou essa concentração intensificada da riqueza mundial, a qual o estudo nos dá um quadro, foi o trabalho da população trabalhadora mundial (operários, camponeses, pequenos proprietários, e demais classes trabalhadoras) que está atado ao sistema econômico capitalista em sua fase superior, monopolista, parasitária e agonizante ou em decomposição.