Pelo menos 100 pessoas foram mortas em cidades israelenses pela operação patriótica palestina “Tempestade al-Aqsa”, lançada em conjunto pelo Hamas e pela Jihad Islâmica Palestina (JIP) na manhã do dia 7 de outubro. A operação da Resistência Nacional foi anunciada com o lançamento de cinco mil foguetes disparados às 6h30 da manhã contra cidades governadas pelo Estado sionista. Enquanto os foguetes eram lançados, cerca de 100 combatentes de ambos os grupos resistentes atravessaram as fronteiras sionistas para a cidade Sderot, onde dezenas de israelenses foram mortos pelos resistentes. Até agora, a resposta sionista foi responsável pelo assassinato de 198 palestinos.
Segundo o próprio monopólio de imprensa israelense, o ataque pegou os serviços de inteligência israelenses “de surpresa”. Nem o grande “domo” de defesa antimísseis de Israel, nem o massivo aparato de vigilância mantido pelo Estado sionista foram capazes de prever a ofensiva. Nas primeiras horas da manhã, o governo sionista de Israel já havia admitido que uma pessoa havia morrido e 20 haviam ficado feridas em decorrência dos bombardeios em uma cidade israelense próxima à Gaza. Carros e prédios foram destruídos também na cidade israelense de Ashkelon.
Em Sderot, as trocas de tiro causaram graves baixas no Exército sionista. Além dos soldados e civis mortos pelos resistentes, filmagens mostram os combatentes desfilando nas ruas com um veículo militar israelense confiscado. Outra filmagem registra uma multidão de palestinos dançando ao redor das chamas que consumiam um tanque do Exército sionista. Um soldado foi tirado de dentro do veículo de guerra e capturado por massas palestinas. Em outra demonstração de força, a Resistência Nacional arrombou uma prisão e libertou prisioneiros palestinos. A contagem das baixas subiu rapidamente de 22, divulgada em torno de 8 horas da manhã no Brasil, para 100, na divulgação de 13h.
Os propósitos e razões da operação foram anunciados por Mohammed al-Deif, comandante do Hamas: “Decidimos dizer basta. Hoje, o povo está a recuperar a revolução e a reativar a Marcha do Retorno”, declarou, logo antes de exortar as massas a “atearem fogo à terra sob os pés dos ocupantes”. Para o comandante, não só os combatentes devem participar do ataque: “Se tens uma arma, vai buscá-la. Este é momento de a usarem – saiam com camiões, carros, machados. Hoje começa a melhor e mais honrosa história”, disse.
A JIP, organização que tem se destacado nos últimos anos por uma sucessão de importantes ataques realizados em 2022 e 2023 contra o Estado de Israel, pronunciou-se em seguida e afirmou que fazem “parte desta batalha” e que seus “combatentes lutam ao lado dos seus irmãos do Hamas, ombro a ombro, até a vitória”.
Ianques e sionistas respondem
O Estado de Israel, amedrontado pela robustez do ataque, lançou logo após o ataque uma declaração de guerra contra a Palestina e mobilizou inclusive reservistas a atuarem na chamada “situação especial de segurança”.
“Estamos em guerra”, declarou o presidente de extrema-direita israelense, Benjamin Netanyahu. E acrescentou: “Não [em] uma operação, não [em] um ataque, mas em guerra” Bombardeios sionistas contra Gaza já foram realizados e deixaram dois mortos no campo e refugiados de Bureji.
A operação massiva da Resistência Nacional atraiu também atenção dos imperialistas ianques, que manifestaram grave preocupação com o estado de sua semicolonia no Oriente Médio. O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, afirmou que o Estados Unidos garantirão que o Estado sionista “tenha o que precisa para se defender”. A declaração segue em consonância com a política do imperialismo ianque, principal responsável pela manutenção do Estado de Israel e agressão contra o povo palestino.
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Escolas e universidades foram fechadas em Gaza, mas a Resistência Nacional Palestina apelou para todos os palestinos na Cisjordânia – território palestino ocupado por Israel – a “travarem esta luta”.
Data memorável
A data escolhida pela Resistência Nacional não foi qualquer uma: a operação patriótica sucede em 50 anos a guerra de Yom Kippur de 1973, guerra travada por Israel contra o Egito e a Síria e que consolidou a anexação de territórios no Oriente Médio pelo Estado e Israel.
Além disso, as respostas ocorrem uma semana depois de graves conflitos causados pelos sionistas na fronteira com Gaza e no território ocupado na Cisjordânia. Mas esse recrudescimento não é de agora. No ano passado, esta tribuna já havia noticiado o crescimento da Resistência Nacional Palestina contra a agressão sionista, com milhares de jovens palestinos em aspiração pela luta armada e origem de diversos grupos armados, até mesmo de forma espontânea, em cidades palestinas, como o Covil do Leão, em Nablus.
Já em 2023, o Estado de Israel voltou a recrudescer a agressão sionista contra a Palestina e atingiu números recordes de palestinos mortos, em fracassada tentativa de conter o avanço da Resistência Nacional. No dia 3 de julho, Benjamin Netanyahu lançou o maior ataque do Estado de Israel contra a Palestina em 20 anos, que foi respondido pelos resistentes com grandes trocas de tiros nas ruas dos bairros palestinos. Antes do mais recente ataque da Palestina a Israel, 247 palestinos já haviam sido assassinados nesse ano, em cenas de brutal assassinato, bombardeio e execuções. Com a nova contagem, o número atinge 445. É mais que o dobro de palestinos brutalmente mortos em 2022, que concluiu com 204 assassinatos.
O número não parece amedrontar a Resistência Nacional Palestina, que tem elevado mês a mês as ações de sua guerra por libertação. Antes da operação patriótica de hoje, 32 pessoas já haviam sido mortas em ataques da Resistência Nacional feitos com foguetes, facas, atropelamentos e trocas de tiro. Com a operação, são 132 israelenses mortos somente nesse ano, número recorde de baixas dos agressores em anos.