Estudantes de pedagogia de todo o Brasil realizaram grandes atos no dia 15 de setembro, tomando parte no Dia Nacional de Luta Contra a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC – Formação de Professores) e os cortes de verbas, convocado pela Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia (ExNEPe). Em sua convocatória, a entidade nacional denunciou que os ataques à educação cumprirão o objetivo de aumentar o controle ideológico nas universidades a partir da definição dos conteúdos ministrados nas universidades através de uma base comum tecnicista e praticista aplicada sem discussão com o conjunto dos pedagogos. Além disso, os estudantes denunciam que os cortes de verbas milionários buscam aplicar o plano privatista, através de cortes de verba. Dois objetivos que as classes reacionárias brasileiras buscam impor através do governo federal reacionário e seus recorrentes ataques à educação.
MA: Universitários e secundaristas combatem juntos a BNC-FP e ‘Novo ensino médio’
Comitê de luta em São Luís (MA) reúne estudantes universitários e secundaristas contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
Em São Luís (MA) foram organizados comitês de luta em 4 instituições de ensino: na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e no Centro de Ensino Manoel Beckman (C.E. Manoel Beckman), na ocasião do dia 15/09. Levantando as bandeiras da independência, do classismo e da combatividade, os estudantes se empenharam em mobilizar e convocar as mais amplas camadas estudantis para o ato nacional promovida pela ExNEPe.
A semana de mobilização foi do dia 12 até o dia 15, com atividades entre agitação, panfletagem, colagem de lambes e abaixo assinados. Na UFMA, durante os dias de mobilização, a comissão de luta distribuiu mais de 1.100 panfletos, fazendo agitação de sala em sala em diversos prédios de licenciaturas. A comissão também angariou dezenas de assinaturas nos abaixo-assinados durante a apresentação dos calouros da pedagogia, incluindo da coordenadora geral do curso e de professores.
Na UEMA, a comissão passou de sala em sala no curso de pedagogia e outras licenciaturas e distribuiu panfletos, obtendo centenas de assinaturas de estudantes e de professores da pedagogia, história, filosofia, ciências sociais, química e geografia. No IFMA – Campus Centro Histórico, outras centenas de assinaturas foram angariadas de sala em sala, tanto de alunos, quanto de professores.
Panfletagem e recolhimento de assinaturas na UEMA. Foto: ExNEPe
Panfletagem e diálogo com estudantes no IFMA. Foto: ExNEPe
Na escola Manuel Beckman, foram distribuídos e colados pelas paredes mais de 500 panfletos do Coletivo Estudantil Filhos do Povo conclamando os estudantes a se posicionarem contra os cortes de verbas, o “Novo Ensino Médio” e a BNC-Formação de Professores. Durante as atividades da comissão, centenas de assinaturas compuseram os abaixo assinados, envolvendo não apenas estudantes, mas também professores e outros trabalhadores da escola, que demonstraram grande apoio aos jovens em luta e tomaram parte ativa pelo dia 15/09, seja participando diretamente, seja colocando a disposição suas aulas para maior participação dos alunos e alunas.
Já os atos no dia 15/09 foram realizados um na UEMA (que contou com estudantes da UFMA e secundaristas do IFMA) e outro no C.E Manoel Beckman (onde compareceu de forma ampla e atuante os secundaristas do colégio).
Na UEMA, cerca de 20 alunos ocuparam uma parte do prédio de História, ornamentaram o espaço com faixas e bandeiras, e realizaram uma agitação onde os estudantes rechaçaram a BNC – Formação de Professores, a BNCC, e “Nova” Reforma do Ensino Médio. Os estudantes também citaram as ocupações estudantis recentes, da Reitoria da UFGD e do Bigarella na UFPR, como exemplos a serem seguidos.
Confecção de cartazes no dia 15/09 na UEMA. Foto: ExNEPe
No C.E Manoel Beckman foram realizadas duas mesas de debate que reuniram mais de 80 estudantes em uma e mais de 70 em outra, com a participação da professora Daniele Castro.
A professora tomou posição pela decisão de luta dos estudantes, parabenizou-os e afirmou que é necessário acreditar nesse caminho, e não em “político x ou y pra resolver os caminhos da educação”. Criticou o “Novo” Ensino Médio e a BNC-Formação de Professores, afirmando serem partes do projeto de privatização e mercantilização do ensino que já vem sendo aplicados devido à “intervenção de grandes grupos empresariais que se importam em lucrar com a precarização da educação pública”.
Debate no C.E Manoel Beckman. Foto: ExNEPe
Foi transmitido e debatido o documentário “Primavera Secundarista”, que debate sobre as ocupações secundaristas de 2016/2017, e foi debatido com os estudantes a necessidade de assumir a greve de ocupação como a única forma de barrar o sucateamento e a privatização do ensino público e construir um verdadeiro espaço escolar amplo e democrático exercendo o co-governo estudantil.
Ao final, a Comissão de Luta marchou pela escola ecoando os gritos do Movimento Estudantil independente, classista e combativo, em especial: É greve, é greve, de ocupação, nem sucateamento e nem privatização!.
SP: Estudantes da Unifesp realizam debate e levam manifestação do campus à rua
Debate na Unifesp sobre a BNC-FP. Foto: ExNEPe
Estudantes do curso de Pedagogia e demais licenciaturas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Guarulhos, realizaram importantes atividades de conscientização sobre a BNC – Formação de Professores, que contou com um debate e manifestações.
O debate contou com a presença da professora do Departamento de Educação, Dra. Magali Silvestre. Os alunos que participaram demonstraram alto interesse e disposição de entenderem melhor o assunto, além dos professores, que, durante as passagens em sala, incentivaram e afirmaram a necessidade de combater tal ataque ao ensino público que afeta diretamente os cursos de licenciatura.
O debate também contou com a participação do Secretário de Propaganda da ExNEPe, Pena, que destacou como tal medida é parte do plano privatista e se insere num contexto de escabroso corte de verbas e tem como objetivo acelerar a privatização, além de visar desmobilizar a luta dos estudantes e professores nas escolas e universidades. Ele também ressaltou o caminho da luta combativa expresso hoje nas ocupações como o que tem de mais avançado e exemplo a ser seguido por todos aqueles interessados na revogação da BNC – Formação de Professores e na defesa do ensino público e gratuito.
A manifestação realizada após o debate se iniciou no pátio central do campus e seguiu para o RU da universidade, contando com estudantes que ativamente denunciaram a BNC – Formação de Professores, por meio de panfletagens, faixas e intervenções. Após isso, os estudantes rumaram ao terminal de ônibus do bairro dos Pimentas, próximo da universidade. Lá, foram entoadas palavras de ordem e realizada uma em meio aos trabalhadores, onde foram vinculados os ataques à educação como parte dos demais ataques antipovo do governo militar de Bolsonaro, além de apontar que o caminho é a organização popular para gerar mudanças, sem ilusões com as eleições.
Manifestação de estudantes na Unifesp em terminal de ônibus do bairro Pimentas. Foto: ExNEPe
grandes manifestações na USP na capital e em Ribeirão Preto
Estudantes de Pedagogia e demais licenciaturas da USP (campus São Paulo e Ribeirão Preto) realizaram importante atividade de mobilização.
No campus de Ribeirão Preto, o Centro Estudantil da Pedagogia (CEPed) organizou uma assembleia para debater a falta de professores no curso e para debater sobre o ataque da BNC – Formação de Professores e se manifestar contra. O CEPed, gestão Pedagoginga, organizada pelos princípios da ExNEPe, está desde o início de sua gestão fazendo panfletagens, passagem em salas e debates sobre a BNC-Formação de Professores e a BNCC.
Estudantes de pedagogia de Ribeirão Preto se mobilizam contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
Estudantes de pedagogia da USP de Ribeirão Preto colam cartazes contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
Já no campus São Paulo, ao longo da semana do dia 15, estudantes das licenciaturas, organizados no Coletivo Aroeira Estudantil (CAE), realizaram uma panfletagem denunciando a criminosa BNC-Formação de Professores.
Estudantes de pedagogia da USP se mobilizam contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
No dia 16, foram realizadas passagens em salas na Faculdade de Educação da USP com uma exposição acerca do que representa a BNC – Formação de Professores e qual deve ser o caminho pros estudantes: elevar sua organização de forma independente e combativa. A atividade, que contou com a presença do companheiro Pena, secretário de Propaganda da ExNEPe foi muito bem recebida pelos estudantes e professores que manifestaram acordo com a denuncia feita pela ExNEPe e o CAE e se colocaram a disposição de elevar a discussão acerca da Resolução 02/2019, ampliando o debate e a organização estudantil na Faculdade de Educação da USP contra esse e todos os ataques privatistas do Ministério da Educação (MEC).
Estudantes de pedagogia da USP se mobilizam contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
PR: Estudantes da UFPR se mobilizam e manifestam em combate à BNC
Estudantes da UFPR realizam manifestação contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
Cerca de 30 estudantes se reuniram no 7° andar do curso de pedagogia para protestar contra a BNC – Formação de Professores. O grupo de manifestantes leu o texto de convocação para o dia 15 da ExNEPe, e logo após, alguns estudantes realizaram intervenções, denunciando o caráter antipovo, anti-democrático e privatista da BNC – Formação de Professores. Demarcou-se a necessidade de unir professores e alunos nessa luta e de que não se pode esperar que as eleições revoguem a resolução 02/2019. Duas professoras da pedagogia compareceram e demonstraram seu apoio.
Estudantes da UFPR realizam manifestação contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
Também foi demarcada qual a principal tática de luta a ser trilhada pelo movimento estudantil, que é a greve de ocupação, sendo ressaltadas as ocupações do prédio Bigarella e do RU da UFPR. Os estudantes afirmam, ainda, que as ocupações “demonstram que só podemos garantir nossos direitos através da luta combativa e independente, contra a burocracia universitária e todo oportunismo eleitoreiro!”.
Os estudantes então desceram as rampas do prédio entoando as palavras de ordem Abaixo, abaixo, abaixo a BNC, pelo direito de estudar e aprender!, e Sou pedagogo, sou cientista, e não aceito o caminho imobilista!, entre outras, até o térreo, com faixa e bandeira da ExNEPe.
Em Maringá, centenas tomam as ruas em defesa da Educação Pública
Centenas de estudantes de Maringá (PR) realizam manifestação contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
A Executiva Paranaense de Estudantes de Pedagogia (ExPEPe), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e os Centros Acadêmicos (CA’s) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) organizaram um grandioso ato na noite do dia 15/09, reafirmando que os estudantes não aceitarão a reacionarização da educação e a privatização da universidade pública.
A manifestação contou com mais de 150 estudantes de diversos cursos, consistindo em um verdadeiro marco histórico para o movimento estudantil da Universidade Estadual de Maringá, uma vez que há anos a cidade não tinha uma manifestação de rua com tamanha combatividade. A mobilização para o grande ato envolveu reuniões de CA’s, passagens em sala, produção de panfletos e cartazes centralizados para a manifestação. Alunos dos cursos de pedagogia, direito, psicologia, letras, economia, ciências sociais e vários outros participaram do Conselho Estudantil de Entidades de Base (Ceeb), e aprovaram as propostas apresentadas para a definição do trajeto, composição das comissões e todos os pormenores. Houve a liberação de aulas por parte de alguns professores para que os alunos pudessem comparecer ao ato.
Centenas de estudantes de Maringá (PR) realizam marcha contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
Os preparativos para a manifestação iniciaram às 17h, em frente ao Restaurante Universitário, com a confecção de faixas, cartazes e nova panfletagem. Às 19h30, horário da concentração para o ato, mais de 100 manifestnates já se reuniam.
Os estudantes, organizados em fileiras e com suas faixas e cartazes, bandeiras de Centros Acadêmicos, do DCE e da ExNEPe, fogos de artifício e sinalizadores, marcharam pelo campus e pelas ruas, fechando avenidas de grande porte e entoando palavras de ordem com muito ânimo. Algumas das palavras de ordem entoadas foram: Para barrar a privatização, greve geral, greve geral de ocupação; Avante, avante, avante juventude! A luta é o que muda, o resto só ilude; Só a luta radical que muda a situação! Greve geral de ocupação!; Fora milico, fora capacho! A juventude vai tomar o Brasil de cima a baixo; Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu? Aqui está presente o movimento estudantil; e Licenciatura é pra lutar, o imobilismo não vai nos segurar. A população demonstrou seu apoio enquanto recebia panfletos informativos acerca do vil corte de 75% das verbas da UEM e do real caráter da BNC – Formação de Professores.
A manifestação percorreu 3 km em meio ao centro de Maringá, passando inclusive pelo Terminal Urbano da cidade, onde a população tanto da cidade quanto da região metropolitana pôde saber um pouco mais sobre as lutas enfrentadas pelos estudantes em defesa do ensino público.
Após o retorno à UEM, a finalização do ato contou com um jogral no qual foi firmado o compromisso do novo DCE e dos estudantes com a luta independente e combativa, reafirmando o caminho da greve de ocupação como principal tática do movimento estudantil e transformando toda a energia e indignação dos estudantes em mobilização e organização!
Em Londrina, estudantes discutem rumos da luta
Estudantes da UEL realizam grande manifestação no I Encontro do Fórum Paranaense de Cursos de Pedagogia (Forped). Foto: Banco de Dados AND
Estudantes e professores realizaram uma panfletagem no Restaurante Universitário e passagens em todas as salas do curso de pedagogia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. A agitação ocorreu durante a realização do I Encontro do Fórum Paranaense de Cursos de Pedagogia (Forped), que contou com participação ativa de dezenas de professores e pelo menos 200 discentes de todo o estado do Paraná. O Fórum, que tem por objetivo defender os cursos de pedagogia, discutiu a organização dos Projetos Político-Pedagógico dos cursos nas Instituições de Ensino Público do estado, a partir da exposição da professora Suzana Soares Tozetto, coordenadora da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – Paraná (Anfope-PR). O evento ocorreu durante toda manhã e em uma parte da tarde.
Estudantes da UEL realizam agitação no I Encontro do Fórum Paranaense de Cursos de Pedagogia (Forped). Foto: Banco de Dados AND
Todos os presentes também se posicionaram veementemente contra a BNC – Formação de Professores, demarcando a necessidade de lutar por sua imediata revogação. O presidente da Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia, Antônio Nascimento, fez fala no evento relembrando a importância do Dia Nacional de Combate à BNC – Formação de Professores e convocando estudantes e professores a se levantarem contra este ataque ao curso de pedagogia e demais licenciaturas, desenvolvendo uma vigorosa onda de greves de ocupação por todo o país.
RO: Estudantes da Unir realizam vigoroso ato contra a BNC
Estudantes de pedagogia da Universidade Federal de Rondônia (Unir) realizaram uma grandioso ato contra a BNC-FP. Foto: Banco de Dados AND
Na manhã do dia 15/09, estudantes de pedagogia da Universidade Federal de Rondônia (Unir) realizaram uma grandioso ato ao longo do dia, que contou com manifestação, marcha, panfletagem e colagem de cartazes por todo o campus e mobilização em outras licenciaturas. Os estudantes entoaram palavras de ordem como Só a luta radical que muda a situação! Greve geral de ocupação!, entre outras.
Como consequência da organização combativa dos estudantes, durante o próprio ato, a reitora Marcele Pereira foi até os manifestantes estudantes em uma tentativa de desmobilizar e dispersar o ato. Os estudantes não se deixaram enganar pelo discurso demagógico e seguiram em luta durante todo o dia.
Estudantes de pedagogia da Universidade Federal de Rondônia (Unir) colam cartazes contra a BNC-FP. Foto: Banco de Dados AND
Os estudantes denunciam que a reitora Marcele Pereira busca se apresentar como progressista, mas tem em sua gestão apoiadores do governo militar de Bolsonaro e generais, que, entre outras medidas, cortam direitos dos docentes, não concedem progressões acadêmicas e outros direitos. A mais recente medida reacionária da reitora foi convidar para uma palestra o pró-reitor do bolsonarista Marcelo Recktenvald, reitor-interventor na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Marcelo foi nomeado reitor da UFFS em setembro de 2019 pelo então ministro da Educação, Abraham Weintraub. A nomeação ocorreu após Marcelo perder a eleição e ficar em terceiro lugar na lista tríplice. Em assembleias dos campi da UFFS, 94,22% da comunidade universitária aprovou sua destituição e, convidando seu pró-reitor para palestrar, a reitora da UNIR demonstrou o seu apoio à Marcelo Recktenvald.
MG: Grande ato na UFMG rechaça ataques à educação e ao povo pelo governo militar
Estudantes da UFMG realizam marcha pelo campus contra a BNC-FP. Foto: ExNEPe
Em Minas Gerais (MG), estudantes do curso de pedagogia, do curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas (Fiei) e de outras licenciaturas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) promoveram uma grandiosa manifestação exigindo uma lista de pautas que contou com: a imediata revogação da Resolução 02/2019, contra o corte de verbas nas universidades públicas, contra o sucateamento na UFMG, exigência de mais cantinas nos prédios, revogação imediata das reformas curriculares no ensino básico (Base Nacional Comum Curricular – BNCC e “Novo” Ensino Médio) e dos graves cortes na ciência e na permanência estudantil. Além disto, os estudantes também se posicionaram firmemente contra o genocídio dos povos indígenas e exigiram a demarcação de suas terras.
A manifestação se iniciou no hall da Faculdade de Educação e percorreu uma caminhada até o bandejão. Os estudantes denunciaram o governo militar e genocida, os reacionários e privatistas, e declararam que não aceitarão calados os crimes contra o povo brasileiro, os ataques aos direitos, e a destruição do ensino público e gratuito.
O ato se iniciou com estudantes colando cartazes pelas paredes do hall da faculdade de educação e, por volta das 10:30 da manhã, estudantes começaram a se concentrar para a manifestação e entoar palavras de ordem. No fim das aulas da manhã, com um megafone e muita energia, membros da Executiva Mineira de Estudantes da Pedagogia (ExMEPe) e outros estudantes começaram a agitar nos corredores do prédio, a convocar para a manifestação, e estudantes e professores se animavam e apoiavam de dentro das salas.
Encerrada a primeira parte do ato, os estudantes seguiram em manifestação até o bandejão próximo, entoando palavras de ordem como Licenciatura é união! Não deixe o MEC acabar com a educação!, Abaixo, abaixo, a BNC! Pelo direito de ensinar e de aprender!, Demarcação Já! e Avante, avante, avante juventude! A luta é o que muda, o resto só ilude!
No bandejão, panfletos sobre a BNC – Formação de Professores foram distribuídos nas filas, e uma série de falas foram feitas explicando as razões da manifestação. A intervenção teve muita receptividade dos estudantes. A representante dos estudantes indígenas fez uma denúncia da perseguição e ataques ao povo Pataxó no sul da Bahia.
Estudantes indígenas da UFMG presentes na manifestação entoaram cantos com as bandeiras e faixas estendidas no chão. Foto: ExNEPe
De acordo com a ExMEPe, “foi uma grandiosa e vitoriosa manifestação, combativa e construída de forma persistente pelas (os) estudantes, uma centelha que incendiará a UFMG contra todos os crimes do povo e a destruição do ensino público! Tremam reacionários, pois um novo movimento estudantil combativo cresce por todo o Brasil, e desafia com ousadia e audácia os imperadores do sofrimento do povo, os privatistas reacionários, os imobilistas pessimistas!”.
MS: UFGD em luta
Estudantes da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) de pedagogia e licenciatura realizaram um vitorioso ato exigindo a imediata revogação da BNC – Formação de Professores. Para a divulgação do ato, foi passado em turmas tanto no curso de pedagogia como de outras licenciaturas, além da confecção de vários cartazes que foram espalhados pela universidade.
Estudantes da UFGD realizam ato contra a BNC-FP no RU. Foto: ExNEPe
O ato teve início no restaurante universitário (RU) da universidade, no período da noite. Os estudantes adentraram o restaurante levantando uma grande faixa exigindo a revogação imediata da Formação de Professores e puxando palavras de ordem. Foi realizada uma intervenção denunciando a BNC – Formação de Professores, juntamente a outros ataques à universidade e ensino públicos, convocando todos os estudantes, em especial os de licenciatura a se juntarem à luta para derrubar essa medida privatizante e de ataque aos cursos de formação de professores.
A agitação encontrou grande respaldo entre os estudantes que aplaudiram várias vezes, inclusive batendo nas mesas ao ritmo das palavras de ordem Pedagogia é pra lutar! A BNC, nós vamos derrubar!. Uma estudante de licenciatura que estava jantando pediu o microfone e corroborou com as falas, denunciando também o quanto essa medida irá afetar o seu curso. Enquanto se fazia a agitação, eram também distribuídos panfletos da ExNEPe explicando sobre a BNC – Formação de Professores e so ataques à educação pública, grauita e a serviço do povo.
Estudantes da UFGD realizam ato contra a BNC-FP no RU. Foto: ExNEPe
Os estudantes então saíram em marcha pelo campus, prosseguindo a manifestação até chegar ao prédio da Faculdade de Educação. Lá se juntaram aos mais de 50 estudantes de pedagogia e professores que lá esperavam para dar continuidade ao ato, realizando uma grande agitação para toda a Faculdade de Educação. Cartazes eram segurados com dizeres como Abaixo a BNC-FP!, Em defesa da fomação unitária do pedagogo! e Queremos uma fomação de qualidade!. Para além da intervenção dos estudantes, o coordenador do curso e a diretora da faculdade também fizeram falas saudando o ato e denunciando a BNC – Formação de Professores, se dispondo também a apoiar os estudantes na luta pela revogação imediata desse que é o maior ataque ao curso de pedagogia desde o regime militar.
RJ: ESTUDANTES DA UFF CRIAM COMITÊ DE LUTAS
Diretório Acadêmico Anísio Teixeira da Universidade Federal Fluminense funda um Comitê de Lutas na UFF. Foto: ExNEPe
O Diretório Acadêmico Anísio Teixeira da Universidade Federal Fluminense fundou um Comitê de Lutas na intenção de desenvolver estratégias e ações para frear os cortes de verbas e, principalmente, revogar a Resolução 02/2019. Para consolidação do comitê foi feito um manifesto a favor da luta combativa contra a BNC – Formação de Professores e em defesa da universidade pública, que foi lido e aprovado em assembleia estudantil.
A proposta do comitê é mobilizar os estudantes de pedagogia e outros cursos de licenciatura, professores e técnicos que estejam dispostos a lutar decisivamente contra essa medida anticientífica que tem como objetivo alinhar o currículo dos professores à BNCC, reduzir a formação dos estudantes ao pragmatismo, tornar o professor um mero “dador de aulas”, desmontar por inteiro o curso de pedagogia e outras licenciaturas e retirar a autonomia das universidades públicas, encaminhando-as à privatização.
Em assembleia de estudantes, realizada no dia 31/08 foi aprovada a criação do comitê com a maioria dos estudantes presentes interessados em participar do mesmo. Durante uma assembleia de professores da Faculdade de Educação da UFF foi lido um manifesto, reforçando a posição a favor da revogação imediata da resolução, em seguida foi passado uma lista entre os docentes e discentes presentes para que pudessem manifestar seu interesse.