O dia 30 de Maio ficou marcado por nova paralisação das atividades nas universidades e escolas de Curitiba, principalmente na rede federal, onde foram organizadas diversas atividades em defesa da educação e contra a “reforma” da Previdência.
Por volta do meio-dia, a exemplo do dia 15 de maio, dezenas de estudantes secundaristas do Instituto Federal do Paraná (IFPR) bloquearam a Rua João Negrão, uma das principais vias do centro de Curitiba, erguendo faixas em defesa da educação pública, da greve de ocupação e da Greve Geral de Resistência Nacional. Além disso, os estudantes de Pedagogia levantaram uma faixa em saudação ao 39º Encontro Nacional dos Estudantes de Pedagogia (ENEPe), que será realizado em Guarulhos (SP) no mês de Julho.
As palavras de ordem mais ouvidas foram “Se você paga, não deveria, educação não é mercadoria!”, “Não tem arrego, você tira educação, que eu tiro seu sossego!” e “Trabalhador venha pra rua, essa luta também é sua!”.
A demonstração de combatividade da juventude assustou tanto as forças da repressão, que foram enviadas 9 viaturas da PM para tentar dissuadir os estudantes a liberarem o trânsito. Mesmo diante de várias ameaças e da tentativa da PM de censurar as faixas, fazendo uma espécie de cordão em volta dos estudantes, todos se mantiveram firmes e encerraram a atividade no horário programado.
No decorrer da tarde, como preparação para a manifestação que ocorreria a noite, outras atividades foram realizadas nas universidades e escolas da capital, como oficinas de cartazes e espaços de discussão política. Às 18h já haviam cerca de 15 mil pessoas na praça Santos Andrade, que saíram em ato pelas ruas do centro de Curitiba.
Um bloco formado por organizações classistas, centros acadêmicos e grêmios combativos marchou com faixas em defesa da educação e distribuiu centenas de panfletos pela greve de ocupação nas universidades servindo à construção da Greve Geral de Resistência Nacional. Além das palavras de ordem em defesa da educação, os estudantes protestaram contra o governo de Bolsonaro e dos militares (“Nem Bolsonaro e nem Mourão, os militares tão vendendo a nação!”), contra a Vale (“Vale assassina e terrorista, fora imperialismo da América Latina!”) e contra a “reforma” da Previdência (“Tô sem paciência, vai ter rebelião, se mexer na Previdência!”).
Ainda durante o ato, os estudantes picharam um dos muros do Teatro Guaíra com a consigna da “Greve Geral de Resistência Nacional!” e colaram dezenas de cartazes em pontos de grande circulação de pessoas.