No 30 de maio, desde às 16 horas, mais de 100 mil pessoas tomaram as ruas da cidade de São Paulo para protestar contra as recentes medidas do governo de Bolsonaro e Mourão, principalmente contra a cruzada obscurantista empreendida contra as universidades e o sistema de educação pública. Saindo da região do Largo da Batata, no final da tarde, os manifestantes dirigiram-se até o MASP, na Avenida Paulista, e o ato durou até cerca de 23 horas.
Além da maioria de jovens estudantes, secundaristas e universitários, a manifestação foi composta por professores, funcionários públicos, intelectuais e trabalhadores, que denunciaram o governo com palavras de ordem como: “Que contradição, tem dinheiro pra milícia, mas não tem pra educação!”; e “Ô Bolsonaro, seu fascistinha, os estudantes vão botar você na linha!”.
Um bloco independente formado pela Liga da Juventude Revolucionária – Unidade Vermelha (LJR-UV) e o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) esteve presente. Os integrantes desses movimentos conversaram com diversos manifestantes. Eles esclareceram que não se trata somente de combater as medidas do governo e a opressão que o povo vem sofrendo, mas que é imprescindível lutar contra o sistema de exploração de todo o povo, que é feito em favor de um punhado de magnatas. Durante sua caminhada, os manifestantes puxaram a palavra de ordem “Greve Geral não é palanque eleitoral!”, demarcando a necessidade de não se deixar levar pelas direções dos partidos eleitoreiros que querem arrebanhar as massas para seus currais eleitorais.
Em outro ponto da manifestação, jovens queimaram bandeiras dos Estados Unidos e de Israel e denunciaram o caráter subserviente do governo Bolsonaro ao imperialismo ianque, além de sua cumplicidade com aqueles que oprimem e ocupam as terras palestina. As massas que acompanharam o momento vibraram com o incêndio dos símbolos imperialistas.
A manifestação dessa quinta-feira contou com muito mais participantes e foi muito mais enérgica do que o verdadeiro rito paroquial que foi a manifestação do último domingo (26) na Avenida Paulista, feita pelos apoiadores do governo.
Em sua marcha de alguns quilômetros pela cidade, os milhares de jovens deram prova que, com a força que a juventude possui, dará resposta à altura a cada provocação do governo tutelado pelo Alto Comando das Forças Armadas.