Rio Branco, Acre. Foto: Manoel Façanha
Durante o dia 30 de maio, vários estudantes e trabalhadores realizaram atos contra o corte de verbas da educação nas cidades de Macapá (AP), Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR). Com faixas e palavras de ordem, estudantes e trabalhadores denunciavam a política de arrochos imposta pelo imperialismo.
Em Macapá, vários estudantes e trabalhadores iniciaram o ato por volta das 16h (horário de Brasília), na Praça da Bandeira, no centro. O ato seguiu pela avenida FAB até a praça Veiga Cabral. Durante a caminhada as vias foram interditadas totalmente. N parte da manhã, os estudantes realizaram panfletagem contra a “reforma” da Previdência nas proximidades do campus da Universidade Federal do Amapá (Unifap). De acordo com a administração, a Unifap sofrerá um corte de R$ 9 milhões.
O professor e uma das lideranças sindicais, Paulo Cambraia, denuncia que os funcionários terceirizados serão os primeiros afetados, como já ocorre nas principais universidades do país. “Esse é apenas um exemplo de como o funcionamento pode ser afetado. A segurança e a manutenção serão os primeiros afetados, gerando desemprego e insegurança para a comunidade acadêmica. Este ato é mais uma preparação para a grande greve geral do dia 14 de junho”.
“A Unifap vai ser atingida em cheio, por isso estamos na luta para reverter esse ataque. Também estamos demonstrando nossa insatisfação com a proposta de “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro, que beneficia os grandes e prejudica os trabalhadores”, afirmou o técnico administrativo e liderança sindical, Édico Carvalho.
Roraima
O ato em Boa Vista também contou com vários estudantes e trabalhadores, apesar da forte chuva. Foram realizadas atividades no campus da Universidade Federal de Roraima (UFRR) durante todo o dia e, por volta das 16h (horário de Brasília), o ato seguiu até a praça do Centro Cívico, no centro. A comunidade indígena também participou do ato exigindo melhorias nas precárias condições da educação e saúde nas aldeias. A UFRR sofreu um corte de R$ 22 milhões, enquanto que o Instituto Federal de Roraima (IFRR) recebeu um corte de R$ 6 milhões, conforme informaram as instituições de ensino.
O trabalhador Carlos Vicente Joaquim, professor e uma das lideranças sindicais, denunciou que durante o ato realizado pela manhã tentaram bloquear o acesso ao campus, porém houve ameaças da reitoria contra o bloqueio. “A universidade não foi fechada porque houve uma ameaça por parte da Reitoria de que se fechássemos os portões, seria chamada a Polícia Federal para fazer uma reintegração de posse. O governo federal, ao invés de ouvir os movimentos nas ruas, tem fechado os ouvidos para as questões sociais que estão sendo pautadas e se portando de forma extremamente autoritária”.
“O atual presidente trata a educação com descaso e estamos aqui dando apoio para defender a universidade e o ensino, de modo geral. Isso vai afetar diretamente as pesquisas nas universidades e os bolsistas dependem exclusivamente da bolsa de estudos da Capes, o que vai prejudicar tanto as pesquisas quanto os pesquisadores”, ressaltou Joel Moizinho, professor de engenharia civil da UFRR.
Acre
O ato de Rio Branco iniciou às 11h (horário de Brasília), na praça da Revolução, centro da cidade, percorrendo a avenida Getúlio Vargas e a avenida Brasil com uma pausa em frente à Casa Civil do governo do estado.
Já em Cruzeiro do Sul, também no Acre, o ato foi realizado pela manhã também no centro da cidade. Vários estudantes e trabalhadores estiveram presentes nos atos. A Universidade Federal do Acre (Ufac) sofreu um corte de R$ 15 milhões, conforme informado pela universidade. Enquanto o Instituto Federal do Acre (Ifac) sofreu um corte de R$ 5,4 milhões.
O presidente da Associação dos Docentes da Ufac, Sávio Maia, denuncia que o corte de R$ 15 milhões vai afetar diversas atividades da única universidade pública do Acre. Ele também questiona o fato que durante a farsa eleitoral todos prometeram defender a educação. “O corte não inviabiliza só pesquisas, mas também corta luz, limpeza, vigilância, restaurante. Se mantido o corte, não há como manter a universidade. Há pouco tempo a educação era bandeira de todos os políticos, agora começou ser atacada. Queremos defender o patrimônio, que é a universidade e o papel do professor”, protestou.
A estudante do 3º Ano do Ensino Médio, Samily Oliveira, afirma que o descaso atual com a educação é um absurdo e que devemos combater isso. “Quero fazer Psicologia na Ufac e o que o governo está fazendo é um absurdo, isso além de ameaçar meu futuro me deixa indignada. Vejo isso como um grande absurdo”.