50 anos depois: Massas repudiam golpe militar e resistem à repressão de Boric

50 anos após o golpe da junta militar de Pinochet que bombardeou o La Moneda, no domingo de 10 de setembro de 2023, mais de 5 mil pessoas marcharam em Santiago exigindo justiça e punição aos militares de 1973.
Pichação condena regime militar fascista no Chile. Foto: Prensa Chiripilko

50 anos depois: Massas repudiam golpe militar e resistem à repressão de Boric

50 anos após o golpe da junta militar de Pinochet que bombardeou o La Moneda, no domingo de 10 de setembro de 2023, mais de 5 mil pessoas marcharam em Santiago exigindo justiça e punição aos militares de 1973.

50 anos após o golpe da junta militar de Pinochet que bombardeou o La Moneda, no domingo de 10 de setembro de 2023, mais de 5 mil pessoas marcharam em Santiago exigindo justiça e punição aos militares de 1973. Dentre os manifestantes, estavam familiares de vítimas de tortura e desaparecidos. 

Os manifestantes marcharam do Palácio de La Moneda ao Cemitério Geral, enfrentando a repressão de Gabriel Bóric que demagogicamente espalhou suas bravatas sobre “democracia” enquanto suas tropas reprimiam, tal como nos idos de Pinochet, a resistência das massas. Na manhã de 11 de setembro, novos protestos violentos despontaram na capital chilena. Ao menos 11 pessoas foram presas. Manifestantes também atacaram um Mausoléu da Polícia chilena. 

Pichações em rechaço ao golpe militar de Pinochet foram encontradas na zona rural do Vale do Mataquito, na província de Curicó. As pichações exclamavam “50 anos do golpe militar fascista. A rebelião se justifica!” e foi assinada pela Frente Revolucionário do Povo. 

No dia 11 de setembro de 1973, irrompia no Chile um brutal golpe militar forjado pelo imperialismo ianque, como parte da reacionária Operação Condor, liderado pelo fascista Augusto Pinochet – assessorado diretamente pela CIA. O saldo sinistro da repressão às massas resultou em 40 mil pessoas mortas, desaparecidas, torturadas e presas, segundo a Subsecretaria de Direitos Humanos do Chile.

O rechaço popular ao sangrento regime militar fascista de Pinochet, tal como nos anos de chumbo, segue vigente e mais intenso num período de intensos protestos e mobilizações populares no Chile. Em 2019, a título de exemplo, durante as mobilizações da greve geral que tomara todo o país, um centro de tortura foi incendiado pelas massas populares. 

Além de demonstrar que o povo chileno não esqueceu os crimes praticados pelo Exército reacionário, também revelam o fracasso da via reformista e pacifista propagado pela falsa esquerda chilena, que tentou surfar nas grandes rebeliões populares de 2019. Dois anos após os episódios, Boric foi eleito como o “candidato das manifestações”, porém nada mais faz do que impulsionar ilusões com o velho Estado e com o novo pacto das classes dominantes representado pela dita constituinte – que hoje está nas mãos da extrema-direita.

A violência reacionária que toma lastro no Chile, hoje, sob um governo do oportunismo da falsa esquerda eleitoreira, demonstra que a repressão à luta das massas populares não diminuiu nem um centímetro – inclusive num momento de agitação e luta por justiça contra o regime de Pinochet.

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