65 anos da derrota ianque na guerra de agressão contra a Coreia

65 anos da derrota ianque na guerra de agressão contra a Coreia

Combatentes do EPC celebram derrota ianque em 1953

Matéria adaptada de Gustavo Silveira, publicado em AND nº 9

Há 65 anos, precisamente em 27 de julho de 1953, assinou-se o Acordo de Armistício que pôs trégua à guerra de agressão do USA contra a nação coreana. Assinado pelo tenente-general do Exército ianque, William Harrison, Jr. e pelo general coreano Nam Il, o acordo admite a derrota ianque, mas estabelece o Paralelo 38 como fronteira de dois Estados, dividindo um mesmo povo e nação entre Norte e Sul.

Provocação ianque e a resposta coreana

No fim dos anos 1940 o USA, em sua política para o Extremo Oriente, buscava apoderar-se do Japão, potência imperialista regional derrotada anos antes na Segunda Guerra Mundial, e sufocar as revoluções que se desenvolviam céleres na China, Coreia e Vietnã.

Durante todo o ano de 1949, buscando derrotar a revolução na Coreia, os ianques, após intenso trabalho de sabotagem executado pela CIA, concentraram efetivos militares no Paralelo 38 e a tensão na área chegou ao clímax, desatando-se na madrugada de 25 de junho de 1950 a criminosa guerra contra a Coreia do Norte. Mais de 100 mil membros das tropas títeres sul-coreanas penetraram um ou dois quilômetros em direção ao Norte e ao longo de todo o Paralelo 38.

Durante os dois dias seguintes ao início das operações, as unidades combinadas do Exército Popular da Coreia (EPC), composto boa parte pelas massas mobilizadas, assestaram demolidores golpes no inimigo e liberaram várias zonas da parte Sul do país. A aviação ianque, em desespero, lançou bombas para deter os soldados do EPC e seus navios dispararam canhões sem cessar nas costas leste e oeste. Na madrugada de 28 de junho de 1950, as unidades do EPC iniciaram a ofensiva geral contra Seul, centro da dominação ianque e de seus títeres. Ali estavam concentrados os órgãos de mando administrativo e militar. Após intensos e duros combates, Seul foi, por fim, liberada às 11 horas e 30 minutos do mesmo dia 28 de junho. Em pouco mais de um mês, desde o início da guerra, havia sido liberado pelo Exército Popular mais de 90% do território e 92% da população da parte Sul da Coreia. 

Contraofensiva e atrocidades do USA

Surpreendidos com o avanço coreano, os ianques lançaram-se ao ataque por terra, ar e mar ao Norte daquele país, buscando deter a ofensiva revolucionária. Os imperialistas do USA mobilizaram um terço de suas forças terrestres, a quinta parte de sua força aérea, a maior parte da frota do Pacífico, mais de dois milhões de efetivos, incluindo tropas de 15 países e as tropas títeres sul-coreanas, que combateram sob a bandeira intervencionista da ONU. As guerrilhas organizadas na retaguarda da tropa ianque castigaram-na duramente, cortando o abastecimento e destruindo inumeráveis efetivos e armamentos. Além disso, em outubro de 1950 são enviados da China os primeiros combatentes do Corpo de Voluntários do Povo Chinês.

Os imperialistas ianques, para vingar as derrotas sofridas por suas tropas, cometeram inauditos massacres durante a guerra da Coreia, perpetraram a bárbara ação de utilizar armas químicas e bacteriológicas  violando as normas do Acordo Internacional. A ordem do comandante do 8º Exército ianque prova-o: “Mesmo que sejam crianças ou velhos que se encontrem diante de vocês, não lhes deve tremer as mãos: matem-nos. Desta maneira poderão salvar-se da derrota e cumprir com sua missão de soldados das tropas da ONU”. Só na província de Hwanghae do Sul mataram mais de 120 mil pessoas; no distrito Sinchon, da mesma província, mais de 35 mil homens, velhos, mulheres e crianças. 

Em princípios de agosto de 1952, Mark Clark, comandante das tropas do USA no Extremo Oriente deu conhecimento do “plano de golpes”, que consistia em eliminar completamente do mapa todas as cidades da parte Norte. Só em 1952, os ianques lançaram mil bombas a cada quilômetro quadrado da cidade de Pyongyang e, sobre a cidade de Kanggye, 160 aviões inimigos lançaram mais de 1,1 mil bombas em um só dia, destruindo cerca de 8,7 mil fábricas e oficinas, além de arrasar mais de 370 mil hectares de terras cultiváveis. 

Segundo o plano de guerra bacteriológica, elaborado no Estado Maior do USA, os imperialistas ianques empregaram desde o inverno de 1950 armas bioquímicas na Coreia. Antes de fugir para o Sul, nas zonas da parte Norte, os ianques espargiram o vírus da varíola. Nas regiões em que caíram as bombas bacteriológicas apareceram numerosos doentes de peste, cólera e tifo.

Apesar de todo o genocídio e meios de guerra, os ianques foram obrigados a renunciar àquele momento ao seu plano de submeter a Coreia. Hoje, os ianques mantêm-se como força de ocupação na Coreia do Sul, onde estão estacionados 37 mil soldados, em permanente atividade sabotadora e provocativa.

Uma vez mais, ianques derrotados pela guerra popular

Os revolucionários chineses constituíram o Corpo de Voluntários do Povo Chinês que lutou ao lado do povo coreano para derrotar os agressores ianques. O Presidente Mao Tsetung, que esteve à frente do Corpo de Voluntários, realizou um importante balanço intitulado A grande vitória da Guerra de Resistência à Agressão Norte-americana e em Ajuda a Coreia e nossas tarefas atuais, de 12 de setembro de 1952. Reproduzimos importante trecho deste documento.

“A que se deve esta vitória? A causa principal da vitória reside em que a nossa foi uma guerra popular, apoiada por todo nosso povo e nela combateram ombro a ombro os povos chinês e coreano. Combatemos contra um inimigo como o imperialismo norte-americano, cujo armamento era muitas vezes mais poderoso que o nosso; no entanto, obtivemos a vitória, obrigando-o a fazer a paz. Por quê?

Primeiro. No terreno militar, os agressores norte-americanos se encontravam em uma situação desvantajosa, expostos aos golpes. Se não houvessem aceitado a paz, toda sua frente de batalha teria sido rompida e Seul provavelmente teria sido retomada pelo povo coreano. Esta perspectiva já havia começado a se colocar no verão do ano passado. Nossos combatentes e quadros são engenhosos e valentes, não temem a morte. De outro lado, as tropas agressoras norte-americanas têm medo da morte e seus oficiais são bastante rígidos, não muito flexíveis. Sua frente de batalha não tem solidez, não é nenhuma muralha.

Nosso exército se fortalecia à medida que combatia. Neste verão, fomos capazes de romper, em uma hora, posições frontais do inimigo ao longo de 21 quilômetros, disparar de forma concentrada centenas de milhares de projéteis de artilharia e penetrar 18 quilômetros em suas posições. Outros dois, três ou quatro combates como este, e toda a frente do inimigo teria desmoronado.

Segundo. No terreno político, o inimigo tinha internamente numerosas contradições insuperáveis e os povos do mundo inteiro exigiam uma solução pacífica. Terceiro. No terreno econômico, o inimigo gastou tanto dinheiro na guerra de agressão à Coreia que chegou a um desequilíbrio orçamentário.

Todas estas causas se somaram para obrigar o inimigo a fazer a paz: a primeira foi a causa principal, pois sem ela teria sido difícil chegar à paz com ele. Os imperialistas norte-americanos são sumamente arrogantes, e negam a dar-se conta do que é razoável toda vez que são instados a isto. Quando aceitam é porque estão encurralados, sem outra alternativa.

Além disso, adquirimos experiências militares e reais de guerra contra as tropas agressoras norte-americanas. Desta vez medimos o calibre de tais tropas. Enquanto não se entra em contato com as tropas norte-americanas, terá medo delas. Após termos sustentado contra elas uma guerra de trinta e três meses, medimos-lhes profundamente o calibre. O imperialismo norte-americano não é temível, não vai além do que é. Esta experiência que adquirimos é de um valor incalculável.”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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