74 anos da vitória: Força Expedicionária Brasileira fez a cobra fumar na Itália!

74 anos da vitória: Força Expedicionária Brasileira fez a cobra fumar na Itália!

O soldado carioca Francisco de Paula carregando um canhão 105mm com a inscrição: A cobra está fumando!

Nestes dias 8 e 9 de maio de 2019, em celebração pela passagem dos 74 anos do Dia da Vitória contra o nazifascismo na Segunda Grande Guerra, reproduzimos o artigo FEB: a cobra fumou na Itália, publicado na edição nº 149 do jornal A Nova Democracia, em maio de 2015, quando o fato completava 70 anos. Esta singela homenagem ressalta a brava participação dos brasileiros no conflito e a grande contribuição da FEB para a vitória antifascista dos Aliados, que teve como ápice a Grande Guerra Patriótica travada pela grandiosa União Soviética.


Em 2 de julho de 1944, partiam para os campos de batalha da Itália os primeiros pracinhas brasileiros que participariam, juntos às forças Aliadas, do maior conflito bélico do século XX, a Segunda Grande Guerra Imperialista. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) e seus bravos soldados, entre eles muitos voluntários, entraram para a história de nosso país ao darem sua valente contribuição para livrar a Europa e todo o mundo da máquina de guerra da Alemanha nazifascista de Adolf Hitler, que, junto à Itália e o Japão, integrava as forças do Eixo. Na época, um ditado dizia que “era mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra”. Ela fumou!

Desde a deflagração do conflito, em 1939, o Brasil, na época governado por Getúlio Vargas, havia se mantido oficialmente neutro. Tal decisão política de não apoiar abertamente nenhum dos dois lados envolvidos na guerra (embora Getúlio demonstrasse claras simpatia pelos fascistas) teve fim em 1942, quando o USA obrigou o governo a ceder o território do arquipélago de Fernando de Noronha e a costa do Nordeste para instalação de bases militares ianques.

Neste mesmo ano, submarinos nazistas torpedearam navios mercantes brasileiros em ataques que visavam impedir o envio de suprimentos que saíam da América para o Reino Unido, um dos países Aliados. Além da pressão ianque, criou-se um ambiente de clamor popular para que o Brasil declarasse guerra ao Eixo, o que foi decidido em agosto. Mesmo assim, os brasileiros desembarcaram em Nápoles quase dois anos depois.

As forças progressistas

De toda a história do exército brasileiro, marcada pela defesa das classes dominantes e de seu velho Estado, o único fato histórico que merece ser lembrado e homenageado é o envio de tropas para a Itália, pois, desta feita, o que prevaleceu foi a vontade dos setores democráticos da sociedade que, além de sensibilizados pelas mortes nos bombardeios alemães, exigiam que o Brasil participasse do combate contra o nazifascismo, inimigo nº 1 da humanidade.

O Partido Comunista do Brasil (PCB), que em anos anteriores sofrera violenta repressão desencadeada pelo odioso serviço de repressão política do Estado Novo de Vargas, chefiado pela figura sanguinária de Filinto Müller, passava por um processo de reestruturação. No mesmo ano de 1942, foi criada a Comissão Nacional de Organização Provisória (CNOP). No ano seguinte, esta Comissão se reuniu na histórica Conferência da Mantiqueira (RJ), onde foi definido que a principal tática era concentrar esforços na luta contra o nazifascismo e apoiar a União Soviética.

Em que pese as concepções oportunistas tomadas pelo PCB, de “unidade nacional” em torno de Vargas, os comunistas e outras forças progressistas lançaram-se em campanha pelo envio de uma força expedicionária para a Europa. A própria atuação comunista na FEB foi responsável por feitos de relevante repercussão, como a elaboração de um manifesto assinado por cerca de 200 oficiais, no início de 1945, pelo restabelecimento do regime democrático no Brasil, afirmando que os brasileiros que combatiam o fascismo em outras terras não podiam aceitar um regime antidemocrático como era o Estado Novo.

Símbolos da Força Aérea Brasileira e da Força Expedicionária Brasileira usados no combate

A bravura

Não pretendemos, neste pequeno artigo, descrever a campanha brasileira na Itália, rica em acontecimentos, mas não poderíamos deixar de ressaltar a valentia dos nossos pracinhas. Comandados pelo general Mascarenhas de Morais, ao todo, 25.334 brasileiros foram enviados ao conflito, dos quais 445 do exército e cinco da força aérea tombaram em combate. Cerca de dois mil morreram em decorrência dos ferimentos e doze mil tiveram baixas por mutilações e incapacidades físicas adquiridas em combate.

Passando por meses de ininterrupta ação, tiveram que enfrentar o rigoroso inverno italiano e foram responsáveis por vitórias importantes, como a tomada de Monte Castello. A FEB aprisionou mais de vinte mil soldados fascistas, 14.670 somente em Fornovo di Taro, onde foi travada a última batalha.

Em abril de 1945, Mussolini era enforcado pela Resistência Partigiana. Em maio, o Brasil e o mundo viam a rendição e queda do Terceiro Reich de Hitler. Milhares de brasileiros saíram às ruas para comemorar. O grande êxito, que agora completa 70 anos [74 anos agora em 2019], foi selado com a inesquecível vitória da União Soviética, o país que perdeu mais gente e travou os combates mais decisivos no conflito.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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