Israel libertará 602 prisioneiros palestinos no sábado, incluindo 50 que foram condenados à prisão perpétua e 60 outros com longas penas de prisão, anunciou o Escritório de Mídia dos Prisioneiros Palestinos em Gaza na sexta-feira.

Além disso, 47 palestinos detidos no “Acordo Shalit” de 2011, que haviam sido presos novamente, bem como 445 palestinos de Gaza, detidos após 7 de outubro de 2023, devem ser libertados.

Preocupações com a segunda fase

No início da sexta-feira, Abu Obeida, o porta-voz da ala militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam, anunciou os nomes de seis prisioneiros israelenses que serão libertados no sábado como parte do sétimo lote da troca de prisioneiros na primeira fase do acordo de cessar-fogo que entrou em vigor no mês passado.

Ele anunciou que Elijah Maimon Yitzhak Cohen, Omar Shem Tov, Omer Finkert, Tal Shoham, Avera Mengistu e Hisham Al-Sayed serão entregues.Até o momento, Israel recebeu 19 prisioneiros e quatro corpos.

Espera-se que mais quatro corpos sejam entregues na próxima semana, marcando a conclusão da primeira fase do acordo.

Em troca, Israel já libertou 1.135 prisioneiros palestinos, incluindo dezenas que cumprem penas de prisão perpétua.

No entanto, o início das negociações para a segunda fase do acordo, que estava originalmente programado para 3 de fevereiro, foi adiado por Israel, informou a agência de notícias Anadolu.

Corpo de Shiri Bibas

Enquanto isso, apesar da promessa do Hamas de investigar as alegações do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu sobre o não recebimento do corpo de Shiri Bibas, um jornal israelense informou na sexta-feira que Tel Aviv está considerando estabelecer um prazo de 24 horas para o retorno do corpo, informou a Anadolu.

O estabelecimento de segurança de Israel está considerando recomendar à sua liderança política que os restos mortais de Bibas sejam devolvidos nas próximas 24 horas, afirmou o Yedioth Ahronoth em sua reportagem, sem mencionar quaisquer fontes dentro do governo de Netanyahu, observou o Anadolu.

Além disso, o governo israelense ainda não emitiu um comentário oficial sobre o assunto, de acordo com o relatório da Anadolu.

O Hamas entregou os corpos de Shiri Bibas e seus dois filhos, Ariel e Kfir, e Oded Lifshitz na cidade de Khan Yunis, no sul do país, na quinta-feira.

No entanto, Netanyahu afirmou na sexta-feira que o Hamas havia devolvido o corpo de uma mulher palestina de Gaza, e não o de Shiri Bibas, e prometeu retaliar o que chamou de “violação” do acordo.

‘Compromisso total’ – Hamas

Em resposta, o Hamas disse que investigaria minuciosamente as alegações e anunciaria os resultados.

O movimento declarou: “Destacamos a possibilidade de um erro ou sobreposição nos corpos, que pode ter sido resultado da ocupação ter como alvo o local onde a família estava localizada junto com outros palestinos”, referindo-se a Shiri Bibas e seus dois filhos.

A declaração enfatizou ainda: “Não temos interesse em reter ou não cumprir a devolução de qualquer corpo em nossa posse. Pedimos a devolução do corpo que a ocupação alega pertencer a uma mulher palestina”.

O Hamas também rejeitou as ameaças feitas pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e enfatizou a necessidade de aderir ao acordo de cessar-fogo em Gaza.

“Afirmamos nossa seriedade e compromisso total com todas as nossas obrigações, conforme demonstrado por nossas ações nos últimos dias”, diz o comunicado.

Futuro do intercâmbio em andamento

Apesar desses acontecimentos, o Yedioth Ahronoth informou, segundo a Anadolu, que as autoridades israelenses acreditam que o incidente não prejudicará o acordo mais amplo de troca de prisioneiros com as facções palestinas em Gaza.

Enquanto isso, as famílias dos prisioneiros israelenses em Gaza pediram ao governo de Netanyahu que encontrasse uma maneira “sábia e responsável” de devolver o corpo de Shiri Bibas sem prejudicar a troca em andamento pela libertação dos prisioneiros vivos.

A questão em torno do corpo de Shiri Bibas não deve afetar a libertação planejada de seis prisioneiros israelenses vivos no sábado, informou a emissora israelense KAN, citando um alto funcionário israelense que falou sob condição de anonimato, segundo a Anadolu.