Bandeira comunista tremula sobre o Reichstag (parlamento) alemão: imagem histórica que selou a vitória soviética
O 9 de Maio é a data que marca o Dia da Vitória do Exército Vermelho da União Soviética contra o Terceiro Reich nazifascita de Adolf Hitler. Como em todos os anos, desde 1945, milhões de pessoas vão às ruas de toda a Rússia e dos outros países que fizeram parte da URSS em homenagem aos 22 milhões de soviéticos que verteram seu sangue na luta contra o nazismo, entre eles milhões de militantes do Partido Comunista (bolchevique) da união Soviética.
Rendemos aqui nossa singela homenagem a todos as mulheres e homens soviéticos que, com armas nas mãos ou sem elas, deram sua contribuição para libertar a Humanidade da barbárie nazista. Neste 9 de maio de 2019, completados 74 anos deste acontecimento histórico da maior importância, reproduzimos dois artigos publicados pelo jornal A Nova Democracia (nas edições nº 149, em maio de 2015, e nº 41, em março de 2008).
“A glória destes combates não se apagará jamais!”
(A Nova Democracia, nº 149, maio de 2015)
Em 9 de Maio de 1945, a humanidade progressista celebrava a grandiosa vitória da União Soviética sobre a máquina de guerra mais reacionária que a História havia conhecido até então, o exército imperialista nazifascista do Terceiro Reich de Adolf Hitler.
Em quatro anos de heróica defesa da Pátria Internacionalista do Proletariado, 22 milhões de soviéticos (entre eles milhões de militantes do Partido Comunista da URSS) deram sua cota de sangue pela liberdade, seja nas trincheiras de combates ou nos ataques covardes e indiscriminados lançados pelas hordas nazistas contra a população civil. Sem dúvida — e isto até os historiadores burgueses reconhecem —, a batalha do povo soviético durante a ‘Grande Guerra Patriótica’, passando por Stalingrado e outros combates lendários, é o maior feito militar da história, façanha que só pôde ser alcançada por um povo amante da liberdade e que tinha como objetivo defender o primeiro Estado socialista que o mundo conheceu.
Justeza, estratégia militar e política, uma direção revolucionária, um povo disposto a pagar o preço da liberdade com a vida: estas foram as razões pelas quais, como diz uma das versões em espanhol do clássico Hino Guerrilheiro, “a glória destes combates não se apagará jamais!”. A serpente foi esmagada em Berlim e, naquele 9 de Maio, há 70 anos, a bandeira que tremulava sobre o Reichstag alemão era vermelha com o martelo e a foice.
Pela ocasião, traduzimos para o português um texto que expressa bem o sentimento de vitória naquele Maio de 1945. O texto foi originalmente publicado na revista Literatura Internacional, uma publicação soviética em língua espanhola destinada a divulgar a arte em geral desenvolvida principalmente na URSS nos tempos da II Grande Guerra Imperialista. Há, nas edições da revista, inúmeros relatos de guerra, já que vários artistas, nas condições de membros do Partido Comunista da União Soviética, se alistaram nas tropas para combater a besta nazista e relatar as batalhas. Não sabemos a data da publicação, já que a encadernação que temos em mãos traz várias edições sem as capas.
Desfile do Regimento Imortal 2019 no Rio de Janeiro ocorrido no último domingo, 05/05 . Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e russos que vivem no Brasil celebram os 74 anos do Dia da Vitória no Aterro do Flamengo. Foto: Immortal Regiment of Rio de Janeiro. Бессмертный полк Рио-де-Жанейро
“Terminou vitoriosamente a Grande Guerra Patriótica do povo soviético contra os usurpadores germano-fascistas! Chegou para nós a Festa da Vitória longamente esperada.
A vitória! Que doce e emotiva soa a grande palavra Vitória!
A capitulação incondicional das tropas alemãs, assinada em Berlim, desenhou a linha para fazer o resumo final da sangrenta aventura hitlerista.
No primeiro de maio, o grande Stalin chamou os combatentes soviéticos a vencer os ocupantes alemães ‘até que eles deixem de resistir’. Se levava a cabo o último assalto ao antro dos bandidos. Nos combates finais, o Exército Vermelho aplastou a fera fascista. Os alemães já não tinham onde manter-se: caiu Berlim, caiu Breslávia, caiu Dresden. Nenhum truque ajudou os aventureiros hitleristas. Os cabecilhas do bando de assassinos hitleristas se dispersavam como ratos, terminando seu sangrento reinado na Europa com a pantomima de uma mudança de roupa. Ao mando militar alemão não restava outra saída senão a de uma completa e incondicional capitulação.
Já não retumbam sobre Moscou as salvas que anunciavam as vitórias na frente. Hoje estão em silêncio os canhões. A vitória foi lograda. O inimigo está prostrado, depôs suas armas e se rendeu à graça dos vencedores.
Hoje o Exército Vermelho entrega ao povo soviético o mais grandioso triunfo da história.
Cena do filme ‘A Queda de Berlim’ que mostra o momento da ocupação do parlamento alemão
Aceite-o, heróico povo soviético, você merece com honra e glória! Nele está seu constante trabalho de muitos anos, nele estão quatro anos de seus abnegados esforços e privações, nele está o fruto de sua dor, de sua temeridade, de sua valentia, nele está a amargura, a recompensa pela amargura das perdas e destruições. Tu conquistou esta vitória às custas de muitos trabalhos e muito sangue. Que alegria inunda teu coração! Nossa causa justa venceu!
Este dia passará para a história pelos séculos. Desde hoje, o 9 de maio se converterá para todas as gerações um dia de festa nacional: a Festa da Vitória.
E, no dia da maior felicidade, nosso pensamento se dirige até nosso glorioso Exército Vermelho. Com grande amor, sob a direção do partido de Lenin e Stalin, os homens soviéticos cuidaram de seu Exército Vermelho, a fortaleza de seu país natal, educaram seus filhos para ele, o sustentaram com seu pensamento, o armaram com as invencíveis idéias leninistas-stalinistas, forjaram para ele armas seguras, resistentes, infalíveis. De tudo foi digno o Exército Vermelho: do trabalho, das privações, de nosso amor e nossas esperanças! Durante quatro anos levou sobre si a carga principal na guerra contra o monstro hitlerista. Combateu até o último minuto. E tudo o que realizou o Exército Vermelho para sua Pátria, para os povos da terra, para a liberdade e a paz, ficará para sempre na agradecida memória da humanidade.
Anualmente, no 9 de Maio, milhões de russos vão às ruas em homenagem aos mortos na Grande Guerra Patriótica. Regimento imortal, 2015
A invicta bandeira de Lenin flutuava sobre nosso Exército Vermelho nas batalhas. O invicto gênio de Stalin o conduziu e o fez chegar à vitória. Faltam palavras para expressar toda a profundidade do carinho, do agradecimento e da fidelidade do povo soviético ao seu grande chefe, ao capitão e primeiro trabalhador do país, ao salvador da Pátria, libertador dos povos: ao grande Stalin. O caminho até nossa felicidade foi trazido com seu claro pensamento, com sua vontade de ferro, com sua fé inspiradora nas forças do povo, com seu infinito amor à Pátria soviética. E hoje, como sempre, em todas as provas e alegrias, o povo soviético está formando uma só família, formando um só exército, repetindo, como o mais querido, o mais firme que há sobre a terra: ‘Stalin é a vitória!’.
Nada pode se comparar com a festa atual do povo soviético. Porque temos vivido para este dia, esquecendo de nós. Para aniquilar o Estado hitlerista, o exército hitlerista, a ordem hitlerista, para lograr isto empreendeu uma campanha imortal o titânico exército da estrela vermelha. A glória e a valentia lhe acompanharam em suas proezas únicas. E o objetivo foi alcançado. A víbora germano-fascista está derrotada pela arma justiceira. A humanidade tomou para si uma lição grande e inolvidável: somente na amizade dos povos, na unidade de seus esforços, é possível o futuro desenvolvimento do mundo. Encontra-se sem fôlego o império hitlerista, derrubado pela potência soviética. Encontra-se em cinzas e poeira, em vilipêndio e vergonha. Ao encontro de novo dia de paz se alça o radiante povo-titã, povo-vencedor na luz da glória imortal e de sua potência invencível.
Nossa Festa da Vitória é a festa dos povos amantes da liberdade. Os povos do mundo sabem a quem devem a salvação da escravidão fascista.
Viva o País Soviético! Que floresça entre os povos do mundo, ele, que é o baluarte da independência e da liberdade!
Viva a grande vitória de Stalin!”
O legado soviético permanece vivo
Pintura soviética homenageia Stalin e comemora a vitória da Grande Guerra Patriótica contra o nazismo
Diferente do resto do mundo — onde o monopólio das comunicações vem atiçando através das décadas uma feroz propaganda anticomunista na tentativa de caluniar de forma rasteira os êxitos alcançados pelos povos que viveram sob o socialismo —, na Rússia, o legado dos tempos revolucionários da autêntica União Soviética até meados dos anos 50 ainda permanece na memória de quem viveu na época e dos veteranos que lutaram na Grande Guerra Patriótica, que relatam às novas gerações como era a vida no socialismo.
Um dos registros do que afirmamos, é a fala da veterana Klavdiya Ivanova a um programa de auditório russo (vídeo abaixo). Ao ser questionada sobre a guerra, a ex-combatente relatou:
— Servi desde o primeiro dia da guerra, quero dizer, após o discurso de Stalin em 3 de julho [de 1941]. Nós fomos voluntários, éramos jovens, mas éramos fortes, patriotas e fazíamos tudo em prol do povo, em prol uns dos outros.
Ao ser aplaudida pela platéia, o apresentador pergunta se ela fazia isso em prol do povo ou de Stalin, e a veterana responde:
— Claro que de Stalin, principalmente Stalin. E como não? Ele era nosso líder. Hoje os camaradas aqui tomam outros exemplos, mas vocês, queridos, não têm noção de como ele sabia, como pensava, o que dizia. Não têm noção… A memória do grande, bondoso, sábio, do nosso Stalin, Pai dos Povos, é uma memória que permanece eterna.
Muitos outros vídeos atuais podem ser vistos na internet com homenagens aos líderes soviéticos e aos combatentes antifascistas, onde são desmentidas contundentemente, por quem viveu na URSS, as falsas acusações de “totalitarismo”, “ditadura sanguinária” e de que Stalin era um “ditador cruel”, entre outras.
A imortal Stalingrado
(José Ricardo Prieto, A Nova Democracia, nº 41, maio de 2008)
Tzaritsin era o nome, a cidade do Tzar, às margens do rio Volga, importante veia que corta boa parte do território da Rússia. Ali, na antiga cidade do Tzar, Stalin, chefiando as unidades do recém criado Exército Vermelho, derrotou as tropas do General Denikin, chefe de um dos grupamentos militares das forças contra-revolucionárias, denominadas por guardas brancos, que lutavam contra os bolcheviques no período da guerra civil (1918-1921), logo após a tomada do poder pelos operários e camponeses russos.
Os russos homenageiam a memória de Stalin nos aniversários de seu nascimento e do Dia da Vitória
Mas já não havia Tzares, e a cidade passou a se chamar Stalingrado, se transformando também em um importante centro industrial e cultural da União das Repúblicas Socia-listas Soviéticas. Ali eram produzidos os me-lhores tratores já vistos naquele país, que impulsionaram a agricultura nos anos da cons-trução do socialismo, milhões de toneladas de aço, etc. Mas a mesma fábrica produziu também os temidos tanques T34, maravilha da engenharia militar soviética. Havia também muitas escolas e um centro universitário, teatros, cinema…
E havia o povo de Stalingrado, que não abandonou a cidade. Construindo febrilmente suas defesas, cavando trincheiras e túneis e dando mostras do quanto amavam a pátria, o sistema socialista e Stalin, seu chefe. Em vão os detratores da ditadura do proletariado insistem em que o governo soviético era odiado, porque sob sua direção as massas se mobilizaram e executaram conscienciosamente todos os planos de defesa da pátria.
Em Stalingrado há também uma colina, chamada Mamayev Kurgan. Do alto desta co-lina hoje domina a paisagem uma estátua, a Mãe Pátria. Empunhando uma grande espada, a mãe chama os patriotas a defendê-la do nazismo, a corrente mais criminosa do fascismo. Mas não é uma estátua vulgar, é simplesmente a maior estátua do mundo, com 85 metros de altura, e foi mandada construir por Stalin, naquele local emblemático que marcou o começo do fim do 3º Reich.
Sim, porque a Colina Mamayev Kurgan nem sempre pertenceu aos soviéticos. Local estratégico, era disputada entre o Exército Vermelho e a Wermacht palmo a palmo, assim como a zona urbana era disputada casa a casa, cômodo a cômodo. Inúmeros são os relatos de atos heróicos praticados por soldados e operários na defesa da cidade e da pátria do socialismo.
Stalingrado foi disputado rua por rua, casa por casa
Houve um sargento Yakov Pavlov, comandante de um pelotão que resistiu em uma casa a 59 dias de ataque dos alemães, disseminando o pânico entre as unidades destacadas a combatê-los. Relatos dão conta de operários que, desarmados, saltavam de bueiros e atacavam soldados alemães a marteladas.
Ah, grande Stalingrado, louvada em prosa e verso pelos mais notáveis poetas e escritores daquele tempo. O mundo inteiro a observava e torcia pela vitória de seu povo. E dali partiu o rolo compressor que espremeu as hostes nazistas até Berlim e lá hasteou o glorioso pavilhão vermelho com a foice e o martelo.
O heroísmo da cidade mil vezes cantado. A genialidade militar de seu chefe reconhecida muitas vezes. E quem era o chefe? Ninguém menos que o marechalíssimo Josef Stalin, que em sua segunda vitória no mesmo local selou a vitória do socialismo e de todas forças democráticas do mundo.
Em 19 de novembro de 1942, por ordem de Stalin, era desencadeada a Operação Uranus, com o objetivo de fazer um movimento de pinça em volta das tropas do Eixo, vi-sando isolá-las da sua retaguarda e apertar o cerco até o fim. O Marechal Von Paulus, comandante do 6º Exército alemão se viu cercado e proibido de se retirar por Hitler, oferecendo uma resistência desesperada que se esgotou em 2 de fevereiro de 1943, com a rendição incondicional.
A maior batalha da história terminou com saldo terrível. Estima-se que as baixas nazistas tenham chegado a 1,5 milhão de alemães, romenos e italianos. Perderam também 3.500 tanques e peças de assalto; mais de 3 mil aviões de combate e de transporte; 12 mil peças de artilharia e morteiros; 75 mil viaturas, etc. As baixas soviéticas também foram grandes, cerca de 1,1 milhão, sendo quase 500 mil mortos.
Alguns fatos ficam gravados indelevelmente na história. A Batalha de Stalingrado é uma dessas coisas demonstrativas do gênio — também militar — de Stalin. Porém, ainda assim, os revisionistas e oportunistas não perdem a oportunidade para atacá-lo.
Como não podem simplesmente apagar a Batalha de Stalingrado da história, tentam minimizar ou anular o papel de comandante em chefe de Stalin. Muitos, principalmente trotskistas, insistem na tese de que a URSS triunfou na guerra contra o nazismo “apesar de Stalin”. Ultimamente, por ocasião da passagem do dia 2 de fevereiro, algumas organizações trotskistas publicaram em seus panfletos que as milícias operárias foram as vencedoras da guerra, num verdadeiro contorcionismo com os fatos históricos, para desfazer-se do papel de vanguarda, de tenacidade ideológica e capacidade militar de Stalin, do Partido Comunista (Bolchevique) da União Soviética e do Exército Vermelho.
A serviço sempre da propaganda da contra-revolução e em coro com o que há de mais reacionário, fascista e de desonesto para com a verdade histórica acusam, utilizando-se do tolo argumento de que “se Stalin assinou um acordo com Hitler é porque eram amigos”. E lógico, sempre omitindo a criminosa colaboração de Trotski e seus correligionários — dentro e fora da URSS — com os nazistas.
Hoje, a cidade que foi palco de duas vitórias do povo soviético sob o comando de Stalin já não se chama Stalingrado. Em 1961 os revisionistas kruschovistas que usurparam o poder do proletariado para restaurar o capitalismo na URSS mudaram seu nome para Volgogrado, em mais uma tentativa de apagar o nome do grande líder bolchevique e os extraordinários feitos da Ditadura do Proletariado.
Mas nada disso apagará da memória dos povos e dos revolucionários de todo o mundo aquele grito de guerra com o qual os soldados soviéticos iniciavam suas cargas contra as hostes fascistas:
— Pela pátria! Por Stalin!
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