A farsa eleitoral no USA e a luta pelo controle do aparato burocrático

Foto: Mark Wilson/Getty Images - Gabriel Aponte/Concordia Americas Summit/Getty Images

A farsa eleitoral no USA e a luta pelo controle do aparato burocrático

A desistência de Joe Biden oito dias após Donald Trump sobreviver a um atentado político são os mais recentes episódios envolvendo a crise geral do Estados Unidos (USA), superpotência imperialista hegemônica única.

O blog “Associação de Nova Democracia” da Alemanha divulgou recentemente um importante artigo em que analisa a crise econômica e a polarização política no USA. O blog de revolucionários peruanos sediados na Alemanha analisa que são fenômenos que se desenvolvem há anos e que representam uma “luta pelo controle do aparato burocrático”.

‘O botim da disputa é a economia’

O artigo conduz uma análise da crise colossal que envolve toda a economia do Estados Unidos. “As somas bilionárias de dólares das subvenções e o protecionismo” são apontados como o principal motivo que impulsiona a disputa entre ambas as facções reacionárias do Partido “Democrata” e o Partido “Republicano”.

O artigo resgata algumas análises de monopólios de imprensa sobre o governo de Joe Biden que apontam que dois aspectos (subvenções industriais e protecionismo) fracassaram. E aponta a tendência de que, após a derrota “democrata”, a condução econômica do USA se altere substancialmente.

O aumento da dívida é uma das expressões da fragilidade econômica do governo Biden. Ela chegou a 123% do PIB ianque. Além disso, o déficit público se manteve alto (5,3% do PIB), apesar do crescimento econômico. O governo Biden pretendia gastar 7,5 bilhões de dólares para aumentar a produção e utilização de carros elétricos e, ao fim de três anos, não se atingiram as metas. Resultado semelhante ao projeto de levar internet às zonas rurais, que mobilizou 42 bilhões de dólares para atingir o mesmo fracasso total. De quebra, a produção recorde de petróleo e gás de xisto tornou o USA o maior produtor mundial de combustíveis fósseis, na contramão do programa econômico propagado pelo governo Biden.

Polarização política

O artigo aponta que a divisão política tem relação com “a disputa entre as duas facções do imperialismo ianque, ou seja, as duas máfias do Partido Democrata lideradas pelo genocida Biden e o Partido Republicano, o outro genocida, Trump”.

Alvo de críticas de Trump, as próprias leis do regime político jogam para aumentar a falta de legitimidade do sistema político. Joe Biden, ainda presidente, é quem decide os termos da proteção oferecida pelo Serviço Secreto – que simplesmente fracassou no episódio do comício eleitoral de Trump.

Mesmo antes da maquinação, Trump não se comprometia em não aplicar a lei para perseguir opositores políticos, se eleito, e nem se pronunciou por uma “busca pela paz”. Antes da desistência, Joe Biden chegou a comparar Trump com Hitler e defendeu a necessidade de colocar “Trump no alvo”. Um artigo da revista reacionária Foreign Politics sugere que uma interpretação política possível para todos esses fatos é a de que as eleições já não são a melhor forma de exercer suas reivindicações políticas.

Os trumpistas afirmam que há, por anos, uma série de ações coordenadas pelos “democratas” – episódios que vão desde marcha de mulheres até os pedidos de impeachment durante o governo de Trump.

Citando uma série de derrotas sofridas pelos “democratas” (em temas que envolvem aborto, ações afirmativas e “meio ambiente”), o blog revolucionário sublinha que “a luta não é só pela presidência do USA, mas sim pelo controle do aparato estatal [hoje] em mãos democratas”.

Para o blog revolucionário, “é claro como os ataques contra oponentes são facilitados por quem tem o controle dos serviços secretos”, afirma. “E, o mais importante, que ambos os lados apelem aos ‘executores da vontade divina’ para salvar o país, eliminando o oponente”.

Por fim, destacam que o atentado contra Donald Trump expressa o nível inédito da polarização política, questão admitida mesmo pelos articulistas reacionários citados. Tudo é utilizado para confrontos entre as facções políticas através de métodos pacíficos e violentos. O blog revolucionário afirma que “as formas de luta podem variar, porém é o conteúdo de classe, o caráter da luta, que é o mais importante segundo Lenin”.O texto na íntegra está disponível aqui.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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