O servilismo das classes dominantes de nosso país, serviçais do imperialismo, principalmente do Estados Unidos da América (USA), não possui limites. Nos últimos anos, no estado do Ceará, vem sendo disseminada uma grande propaganda por parte de diversas esferas do “Poder Público” local, notadamente pelo governo do estado, bem como pelas prefeituras dos municípios de Fortaleza e Sobral, gabando-se das “enormes conquistas” alcançadas por seus respectivos gerenciamentos de turno na educação cearense.
A grande questão é que os gerentes locais, como bons lambedores de bota que são, não explicam os detalhes mais problemáticos de suas propagandas, que são literalmente “para inglês ver”, nesse caso, os norte-americanos e suas respectivas agências de fomento da subjugação dos países de terceiro mundo, principalmente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Grupo Banco Mundial.
Segundo uma matéria divulgada no site [3] da prefeitura de Sobral, mais uma vez, esse município foi destaque em uma publicação do Banco Mundial. Além disso, esse município recebeu dois [4] laboratórios de alta tecnologia da Fundação Lemann, que segundo a própria prefeitura, se trata de “uma colaboradora de iniciativas que ajudam a construir um país mais justo, inclusivo e avançado, e fazem parte do projeto de desenvolvimento do novo currículo de Ciências do município, que é alinhado à nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”. Jorge Paulo Lemann é um dos homens mais ricos do Brasil, mas a audácia das classes dominantes é tamanha que precisam dizer que a fundação privada de um burguês ricaço está interessada em construir um país “mais justo e inclusivo”.
Às classes de profissionais da educação, nos níveis básicos e superior, cabe uma tarefa essencial: não podemos nos deixar iludir por discursos de grandes burgueses, latifundiários, coronéis/generais e demais agentes da ilusão e do fomento da conciliação de classes. Os elogios proferidos por essas agências de subjugação nacional e seus respectivos representantes à educação no Ceará são provas cabais de que possuímos uma educação que não serve aos interesses do heroico povo trabalhador brasileiro.
A privatização e a desnacionalização do ensino público e gratuito, ofertado por centenas de milhares de escolas e universidades em nosso país, é um processo complexo, do qual as classes dominantes e exploradoras compreendem que não vão executar com tanta facilidade, pois as classes trabalhadoras, principalmente os estudantes universitários combatentes e aguerridos de nosso país, travarão duras lutas em defesa deste que é um dos maiores bens – apesar dos seus inegáveis problemas – que ainda restam em uma nação gerenciada por sanguessugas e vende-pátrias.
Uma BNCC aprovada de forma apressada, antidemocrática e antipovo, com a participação direta e indireta de grandes fundações e institutos empresariais, principalmente nesse contexto de aprofundamento das contradições de classes em nosso país, representa um recado claro das intenções de nossos inimigos mortais. Os tubarões do ensino privado estão cada vez mais sedentos por abocanhar o precioso e problemático ensino público brasileiro, que não é o que desejamos, mas também não deixaremos destruírem. Possuem uma clara intenção de abocanharem porcentagens cada vez maiores do erário público, que deveria servir ao povo brasileiro.
Nacionalmente, o Ceará é conhecido por ter a família dos Ferreira Gomes como grandes coronéis e latifundiários, sempre preocupados em se manterem no gerenciamento desse estado nordestino, encastelados no governo do estado, em prefeituras e câmaras de municípios cearenses, ademais da Assembleia Legislativa do Ceará. Analisando o passado recente, as eleições de 2018 demonstraram a falência do velho Estado brasileiro e suas classes dominantes reacionárias.
A velha democracia burguesa em nosso país começou a dar sinais de que está com os dias contados, principalmente em decorrências das gloriosas manifestações e levantes populares combativos de junho e julho de 2013, contra a farsa da Fifa, além de outros importantes episódios do cenário político nacional e internacional dos anos seguintes. Os arrivistas direitistas e oportunistas de “esquerda” seguiram o mesmo caminho: criminalização de movimentos e organizações combativas que ousaram desafiar os limites impostos por uma “cidadania” passiva e eleitoreira, que nada possui a oferecer para nosso povo.
Esses elementos corrosivos, inseridos no movimento popular de massas, buscaram dissuadir o povo em luta por seus direitos, tentando convencer-nos de que era necessário votarmos no “menos pior”, pois são crentes de que, por dentro da institucionalidade criminosa e antipovo, ainda é possível determos o avanço do fascismo e da reacionarização do Estado brasileiro.
Resumidamente, o que esses oportunistas de mãos calejadas oferecem para o povo é a possibilidade de trocar seis por meia dúzia. Uma prova cabal dessa estratégia eleitoreira e oportunista, durante as eleições de 2018, foi o fato de o Partido Democrático Trabalhista (PDT) de Ciro Gomes e seus respectivos mandatários ter sido apoiado [5] oficialmente pelo “Partido Comunista da China” (“PCCh”), que além da estética, nada possui de comunista, pois se trata de uma organização de grandes burgueses, ricaços, enfim, formado pelas classes dominantes, exploradoras e reacionárias da China.
Longe de serem uma força anti-imperialista, organizações como PDT, PT, PCdoB e demais frações do Partido Único, fantoches do imperialismo, desejam aprofundar a subjugação nacional ao social-imperialismo chinês, além da Rússia, França, dentre outros, persistindo no ilusório jogo eleitoreiro. O Dr. Leonel Brizola, representante da ala esquerda da burguesia nacional em sua época, teria uma grande vergonha do que se tornou o PDT atualmente.
Esse breve apanhado do cenário educacional e político é uma forma de nos lembrar das grandes tarefas que precisamos resolver para transformarmos nossa nação em um país verdadeiramente livre, democrático, dotado de soberania nacional, bem como trazer prosperidade à classe operária, ao campesinato, aos estudantes e intelectuais, profissionais liberais, pequenos e médios comerciantes e empresários, dentre outros elementos que conformam a genuína burguesia nacional brasileira (não monopolista). Portanto, organizar-se nos locais de estudo, trabalho e moradia, é a tarefa básica para a construção da Revolução de Nova Democracia ininterrupta ao socialismo e ao comunismo, sendo assim, é necessária muita organização e um longo enfrentamento independente, classista e combativo que nos guie no rumo da construção do Brasil Novo.
A melhor educação do Brasil é a luta que o povo trava pela defesa de seus direitos secularmente vilipendiados. O analfabetismo e outros grandes crimes contra o povo serão combatidos com muita luta e organização contra os reais inimigos da pátria, sendo assim, cabe aos trabalhadores e às trabalhadoras da Educação brasileira debater e compreender essas propagandas enganosas, lutando por melhores salários e condições dignas de trabalho e estudo nas escolas e universidades públicas, defendendo com unhas e dentes um dos maiores bens que ainda nos resta.
Notas
[1] Graduando do 7º Semestre do Curso Noturno de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Federal do Ceará – FACED/UFC.
[2] E-mail: [email protected]