‘A polícia não tem vez aqui não, quero ver tirarem a gente daqui’: Camponeses assentados resistem à ameaças da PM em Goiás

Camponeses acampados dentro do Assentamento Sete de Setembro, em Lagoa Santa (GO) tiveram as casas invadidas e filmadas por policiais militares

‘A polícia não tem vez aqui não, quero ver tirarem a gente daqui’: Camponeses assentados resistem à ameaças da PM em Goiás

Camponeses acampados dentro do Assentamento Sete de Setembro, em Lagoa Santa (GO) tiveram as casas invadidas e filmadas por policiais militares

Camponeses acampados no Assentamento Sete de Setembro, em Lagoa Santa (GO), tiveram suas casas invadidas e sofreram ameaças por policiais no dia 2 de agosto, segundo uma denúncia da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Os policiais foram até o assentamento sem mandado judicial, invadiram as casas e fotografaram e filmaram as famílias. A CPT diz que os PMs ainda ameaçaram que “o acampamento não poderia continuar existindo”.

A invasão foi respondida de forma corajosa pelos camponeses. “A polícia não tem vez aqui não. Eles quebraram a cara”, disse um jove camponês. “O Caiado [governador de Goiás], a polícia… aqui quebraram a cara. Isso é o assentamento que nós mora, no assentamento dos meus pais. Um vizinho nosso que cedeu dois hectares para a gente fazer isso aí, os barracos. Como que eles vão tirar a gente?”, questiona. “Eu quero ver o Caiado tirar nós é daqui, um lugar regularizado, o acampamento é dentro do lote de um assentado. Aqui ele não pode fazer nada”.

A terra foi cadastrada pelo Incra no mês de julho no programa de Reforma Agrária. Mesmo assim, as ameaças continuam.

A luta desses camponeses pela terra ocorre há um tempo, sempre com enfrentamentos à repressão. Em maio, 100 famílias que estavam acampadas na GO-302 tiveram os seus barracos destruídos e foram removidas pela PM com o uso de máquinas da prefeitura de Lagoa Santa. Os camponeses reivindicam a desapropriação das dos latifúndios Santa Maria e Reunidas.

O Reunidas tem mais de 4,2 mil hectares que atravessam o município, e a fazenda Santa Maria foi ocupada várias vezes em anos anteriores, por ser objeto de execução judicial de dívidas trabalhistas de um de seus proprietários.

Depois de serem removidos do acampamento Santa Maria-Reunidas na rodovia, em maio, os camponeses levantaram seus barracos dentro do assentamento Sete de Setembro.

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