A Resistência Palestina e a Omissão Árabe 

Publicamos abaixo mais um artigo do nosso colaborador Luiz Messeder.
Abdel Fattah el-Sisi, presidente do Egito, e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Foto: Avi Ohayon/GPO

A Resistência Palestina e a Omissão Árabe 

Publicamos abaixo mais um artigo do nosso colaborador Luiz Messeder.

Desde o dia 07 de outubro, os olhos do mundo se voltaram para o Oriente Médio quando  irrompeu a “Operação Tempestade em Al-Aqsa” deflagrada pelas Brigadas Al-Qassam, organização armada da Movimento de Resistência Islâmica – conhecido pelo acrônimo Hamas1 – principal movimento da Resistência Nacional Palestina e partido governante  de Gaza desde 2005, que arrastou consigo outros movimentos que compõe a Resistência  Nacional Palestina como a Jihad Islâmica, Frente Democrática de Libertação Palestina e  Frente Popular de Libertação Palestina e o grupo “Cova dos Leões” de Jenin. Nos  primeiros dois dias, além da já esperada salva de foguetes disparados a partir de Gaza e  conflitos urbanos entre palestinos e militares e paramilitares israelenses na Cisjordânia,  de forma surpreendente, as forças armadas da Resistência Nacional venceram em  batalha e capturaram unidades inteiras do exército israelense como conquistaram  assentamentos dobrando a área sob seu controle para os arredores de Gaza,  conseguindo, temporariamente, obter o controle de bases bastante próximas da  Cisjordânia, ameaçando partir a entidade sionista em duas partes. Ação esta que,  segundo o próprio Hamas, contou com apenas 2 mil de seus 40 mil efetivos militares.  Desde muito tempo o estado de Israel não havia sofrido baixas tão numerosas,  quebrando o mito da “invencibilidade israelita” da qual se alimentaram, à sua maneira,  Israel e os regimes do Oriente Médio desde a década de 1980. 

Como era de esperar Israel, desde então, tem bombardeado cruelmente a Faixa de Gaza, destruindo escolas, mesquitas, igrejas, hospitais e corredores humanitários, e  matando, principalmente, mulheres e crianças, no intuito de reafirmar sua  “invencibilidade” pelo terrorismo. Não apenas a Faixa de Gaza tem sido vítima, que já  recebeu mais bombas em sete dias que o Afeganistão em um ano pelos EUA, como as  áreas palestinas da Cisjordânia, a Síria, o Líbano – inclusive as bases do Hezbollah 2 – e  o Egito – aliado de Israel. Os EUA, que entendeu desde os primeiros dias as ações do títere como braçadas de afogado, tratou de reforçar sua posição do sátrapa, dissuadindo  os países de maioria islâmica com a presença seu porta-aviões para próximo as águas  libanesas. Isso, contudo não foi suficiente para dissuadir os povos árabes e islâmicos, no  Oriente Médio, África e Sul da Ásia como na diáspora, junto aos democratas de todo  mundo, a elevarem em mais alto nível a bandeira da libertação da Palestina. Na “livre”  Europa, mesmo diante das proibições de manifestação de apoio à Palestina, ao hasteamento da bandeira de Palestina e ao uso do tradicional keffyeh3, marcha de  dezenas de milhares desafiam as proibições em Londres, Berlim, Roma e Paris. No  Oriente Médio, as massas sob a consigna “Allahu Akbar4 desafiam seus líderes  capituladores a se juntarem a luta palestina na Jordânia, Iraque, Turquia e Egito. As  imagens dos tanques jordanianos aglomerados na fronteira com Israel, mas apontando  seus canhões para seu próprio território, em dissuasão aos seus próprios cidadãos que  almejam se somar aos palestinos em sua luta contra Israel, é bem ilustrativa do quadro  político no Oriente Médio. 

Antecedentes 

Sob a perspectiva clássica de Clausewitz, que assim como Ricardo e Marx –  cada um à sua distinta ordem de grandeza – tem sua atualidade confirmada não apenas  pela materialidade dos acontecimentos, como pelo coro de “refutadores” que a cada  geração nos últimos cem anos se levanta para negar seus aportes à ciência, a guerra é continuação da política, como é subordinada à esta. Antes a contagem de cadáveres ou  de quilômetro obtidos em frente de batalha, a vitória em uma guerra é determinada pela  consecução total ou parcial dos objetivos políticos de cada um dos envolvidos no  conflito. Um exemplo clássico que ilustra esse postulado clausewitziano é a Guerra do  Vietnã, na qual este saiu “perdendo” em relação aos EUA em todas as “métricas” de  guerra (número de mortos e feridos, mais infraestrutura danificada,  batalhas/escaramuças perdidas), contudo alcançou o objetivo político do Vietnã na  guerra expulsar as tropas ianques e reunificar seu país dividido desde 1954, ou seja  venceu a guerra, rendendo ainda ao velho Giap o prazer de lembrar isso à um alto  funcionário estadunidense em encontro posterior. Ainda hoje os EUA não admitem a  derrota. Não muito diferente aliás de sua retórica no Afeganistão, onde a fuga de  colaboradores dos EUA pendurados nas asas de aviões estampadas nos jornais do  mundo inteiro e as toneladas de armamentos (inclusive aviões de combate) foi maquiada  de “retirada”. Neste sentido ainda que a Resistência não tenha publicizado a totalidade  de objetivos específicos com o início da Operação Tempestade em Al-Aqsa, pode-se  supor que, mesmo com o recuo de suas forças terrestres para a Faixa de Gaza e sua  incapacidade de impedir os bombardeios israelenses sobre seu território, que tem  vitimando grande número de civis, no plano político ela já conquistou algumas das  vitórias. 

No período que antecedeu a deflagração do levante, o cenário no Oriente Médio  não era favorável à causa palestina. Na colina inimiga, Israel, sob governo da extrema direita do Likud5, recrudescia sua política de apartheid e limpeza étnica com a expansão  dos assentamentos na Cisjordânia Ocupada, a despeito de qualquer garantia dos acordos  de Oslo. No Dar-al-Islam66 a situação não era mais favorável, além Egito, Turquia,  Azerbaijão e Jordânia que há décadas já tinham relações diplomáticas com Israel, o  Marrocos sob mediação de Trump em 2020 havia normalizado suas relações com a  entidade sionista (que em contrapartida havia reconhecido sua anexação ilegal do  território do Saara Ocidental) e outros países como Arábia Saudita, Emirados Árabes  Unidos, Bahrein e Sudão também haviam manifestado o interesse de estabelecer laços  com Israel em troca de vantagens em negociações com os EUA, denunciando seu tácito abandono da causa da libertação palestina. Naturalmente, não podem admiti-lo  frontalmente, pois mesmo o mais centralizador dos monarcas árabes tem sua  legitimidade ancorada à defesa da causa palestina que para os povos daquela região  transcende à mera solidariedade aos injustiçados, se somando uma forte identidade  árabe ou islâmica compartilhada pela maior parte dos povos daquela região do mundo  que se sente irmanada ao povo palestino.  

Isso se torna claro, quando os territórios palestinos passam a ser atacados de  forma mais sistemática após o dia 07 de outubro. Figuras distintas como o clérigo  iraquiano xiita Al Sistani, Mahmud Abbas chefe da Autoridade Palestina, o “socialista árabe” Bashar Al-Assad e até mesmo a atriz pornográfica Mia Khalifa – árabe-libanesa  de família cristã maronita radicada nos EUA – alteraram radicalmente suas díspares  agendas para fazer coro ao clamor por justiça pela Palestina. Independente de suas  convicções pessoais ou dos grupos de poder ao seu entorno, não tinham como não o  fazer sobre o preço de perder qualquer legitimidade entre em suas comunidades. Foram  empurrados pela ação do Hamas, cuja condição ofensiva é evidenciada pelo fato de  sua ação determinar a ação dos demais agentes envolvidos direta (como Israel) ou  indiretamente na contenda (os países próximos).  

A Luta Final 

Até o presente momento, tudo indica que a maior parte dos países do Oriente  Médio evitam o escalonamento do conflito palestino assim como Israel, que necessita  de concentrar o máximo de suas forças na Cisjordânia e Gaza não podendo lutar em  mais frentes. Em uma analogia com o “Duas Concepções de Vida”, de Mariátegui, tanto  o establishment mundial pró-israelense como boa parte dos líderes do Oriente Médio  desejariam viver naqueles “tempos áureos” em que Israel guerreava em baixa  intensidade contra os palestinos sem que causasse comoção suficiente para serem  obrigados a vestir as carapuças de antissionistas militantes, necessárias para lidar com a  população de seu próprio país. A Operação Tempestade em Al-Aqsa tornou o  antissionismo morno e parlamentar impossível, como também fez o sionismo soltar sua  máscara “progressista” que se vendia ao Ocidente (pró-LGBT, pró-pautas femininas e  meio ambiente) para revelar sem pudor suas bases terroristas desde o Haganá.  

Há aqueles que consideram que Israel planejou o conflito, no intuito de resolver  a crise política interna com uma guerra externa. Hipótese sem evidências concretas,  apenas corroborada pela fala – diga-se de passagem, vergonhosa – do governo egípcio  que alega ter alertado Israel com uma semana de antecedência de movimentações  estranhas em Gaza. Em agradecimento, Israel bombardeou pontos no Sinai e pretende  empurrar dois milhões de famélicos através de suas fronteiras. Essa teoria vem sendo  utilizada para àqueles que mesmo críticos ao sionismo, parecem idolatrá-lo, preferindo  crer em qualquer coisa que não negue a onipotência, onipresença e onisciência das FDI  e do Mossad. Apesar disso, não se pode negar que a extrema direita israelense e seu  Mashiac 7Netanyahu, colecionadores de derrotas, se por um lado foram arrastados pela ação do Hamas para o recrudescimento da ação militar, por outro aproveitaram dos  acontecimentos para lançar sua “Luta Final” – com tons de “Solução Final” – contra os  palestinos em seus territórios remanescentes assumindo uma retórica escatológica que  se vale até do Livro de Isaías: e é exatamente isso que espera o Hamas. Este movimento  criou uma situação que a velha normalidade após a troca de mísseis é inadmissível  politicamente para Israel. 

Se o Hamas é incapaz de impedir os bombardeios aéreos de Israel e mesmo  sustentar uma ofensiva mais longa por terra fora de Gaza, Israel também parece ser  incapaz de impedir os ataques de mísseis em suas instalações como também eliminar a  resistência palestina que atua através de uma densa malha de túneis. Diante do impasse,  o governo de Israel, que a cada dia de bombardeio genocida se vê cada vez mais isolado  na comunidade internacional – mesmo seus aliados tem orientado cautela visando o não  escalonamento do conflito – e humilhado na política interna, vê como única alternativa  para encerrar os ataques contra seu território a invasão por terra à Faixa de Gaza, que já  ensaia em incursões limitadas, mas que já tão um prelúdio de uma operação em maior  escala. Esta contudo se revela ainda mais complexa que a manutenção dos ataques  aéreos. Apesar de não muito extensa, a Faixa de Gaza é habitada por dois milhões e cem  mil habitantes e é atravessada por mais de 500 km de túneis subterrâneos. Qualquer  ação por terra numa região dessas características seria longa, cara, custaria inúmeras  vidas de israelenses e palestinas, além de, muito provavelmente, ser indecisa à curto  prazo (o que é ruim para força ocupante, vide Israel no sul do Líbano e EUA no  Afeganistão e Vietnã); em síntese um atoleiro militar, tudo que Israel e os EUA não  precisam no momento.  

E agora, José… aliás, Yusuf? 

Diante do atual cenário como das projeções de sua sucessão, o que esperar dos  líderes do Oriente Médio? A pretensa invencibilidade de Israel foi novamente manchada  e sua indisposição em negociar, mesmo migalhas, com os palestinos nunca foi tão  cristalina. O horizonte se afunila para àqueles que pretendiam normalizar sua relação  com Israel, ao mesmo tempo que se promovem defensores dos islâmicos ou líderes do  mundo árabe. De um lado o clamor de seu povo para que se tomem medidas mais  radicais: rompimento de relações com Israel (no caso dos países que as tem) e seus  aliados, embargo do petróleo aos mesmos e, mesmo, o envolvimento militar direto no  conflito. De outro, os compromissos com os EUA e suas promessas douradas em caso  de reconhecimento de Israel, as receitas do petróleo e turismo reduzidas pelo  envolvimento na guerra e, principalmente, o risco de ter seu próprio povo armado, que  pode ter efeitos adversos. 

À revelia de seu povo, para Erdogan, é muito mais palpável a expansão  territorial em direção ao norte da Síria e Chipre do que libertar Al-Quds (Jerusalém) dos  israelenses, para Aliyev do Azerbaijão é melhor abocanhar outro pedaço da indefesa  Armênia com apoio de Israel (que segue lhe enviando armamentos, mesmo nas últimas  semanas) que se solidarizar ao povo palestino e para a maior parte das monarquias do  Golfo à proximidade com os EUA é inegociável para ajudar-lhes a fazer frente ao Irã.

Por isso em que pese as falas fortes de Erdogan (aspirante à hegemonia do Oriente  Médio), do rei Abdulah da Jordânia (ele próprio um hachemita, linhagem que reivindica  descender Muhammad, o profeta do Islã), de Muhammad bin Salman (herdeiro do trono  e governante de facto da Arábia Saudita, financiadora do movimento wahabbi8 no Islã e  protetora das cidades sagradas de Meca e Medina) e do presidente da República Árabe do Egito (nome herdado com pan-arabismo de Nasser) El-Sisi, Israel sabe, que por hora,  elas são mais dirigida a controlar a ira de suas populações que desafiá-lo e conservar sua  legitimidade com o mesmo. Assim Israel não se vê obrigado a conceder-lhes nada, nem mesmo a passagem de suas doações em Al Rafah. Diferente é o caso com os das forças  que compõe o “Eixo da Resistência99 alinhado ao Irã (Síria, Hizbollah, as milícias xiitas  iraquianas e o governo Houthi10 no norte do Iêmen) que, ao menos, blefam melhor.  Ainda que seja discutível sua entrada total no conflito, os disparos desses grupos mesmo  que tímidos perante à totalidade de seu poder de fogo (bem superior ao Hamas) já  fizeram algum estrago nas forças de Israel e dos EUA e as movimentações da Guarda  Revolucionária do Irã1111 no Iraque e Síria são palpáveis. 

Se é que haverá negociações, estas serão fruto da ação daqueles que estão  dispostos a fazer algo. Por enquanto suas performances ainda não são suficientes para  mudar muito o quadro da guerra. É o caso de Egito de Al-Sisi, o mesmo que  alegadamente alertou Israel da ação do Hamas e tragicomicamente vem sendo alvejado  por Israel, recentemente realizou uma parada exibindo seus blindados e mísseis; e na  Turquia, Erdogan, o mesmo que faz parte da OTAN e realiza ataques quase simultâneos  com Israel à Síria nesses últimos dias, diante de um ato com milhão pessoas exigindo a  tomada de ações contra Israel por parte do governo, sugeriu que pode enviar força  militar para Gaza em apoio aos palestinos.  

Conclusão 

Sobre a China no fim do século XIX (no meio do “Século de Humilhações”),  podia-se dizer que os chineses temiam o imperador, o imperador temia os europeus e os  europeus(imperialistas) temiam os chineses e no Oriente Médio a situação não é muito  distinta. Israel sabe que lutar contra os palestinos é uma coisa – já difícil – lutar contra  os povos unidos do Oriente Médio é outra bem diferente. A entidade sionista necessita  da omissão árabe como condição existencial e nas últimas décadas tem contado com ela.  Assim, tanto Israel como os EUA contam com suas lideranças políticas (mas muitas  delas legitimadas na ideologia religiosa islâmica ou pan-árabe) para apaziguar um  levante generalizado nessa região que representaria não apenas a derrota de Israel, como  a extinção deste estado na região. Ainda na China, já em outro período ascendente, um  sábio disse que Israel não enfrentava uns poucos milhões de palestinos, mas 400  milhões de árabes – na época, hoje são ainda mais. 

Sabem disso as potências ocidentais e os EUA que, apesar de defenderem Israel  no Oriente Médio, não estão dispostos a atiçar a fúria árabe em um conflito de maiores  proporções como pretendido por Netanyahu e seus asseclas. Também sabem os líderes  da Resistência Nacional Palestina que trabalham desde o início com esta importante  variável para obter sucesso em sua empreitada.  

Para consecução de seus objetivos políticos, para vitória desta última guerra, que  por sua vez é apenas um episódio de uma guerra maior que se desenrola desde a década  de 1930, a Resistência Nacional Palestina não pode contar apenas com seus efetivos  militares, mas com toda população palestina e também com o apoio dos países do  Oriente Médio que será conquistado através do sucesso de sua resistência contra a sanha  assassina de Israel. Cada dia que Gaza ataca Israel, enquanto defende seu território das  incursões genocidas sionistas, mais as massas do mundo inteiro, particularmente, as que  compartilham a identidade árabe ou islâmica se encorajam a tomar ações elas próprias  contra o imperialismo e arrastam seus governos vacilantes. 


Esse texto expressa a opinião do autor.

Notas:

  1. A palavra Hamas significa em árabe: “entusiasmo”, “zelo” ou fervor” ↩︎
  2. Principal grupo da resistência nacional libanesa. Grupo militante de religião islâmica xiita possui uma  ala paramilitar, conhecida por ter forçado a retirada de Israel do sul do Líbano em 2005 e possui maior  poder de fogo que o próprio exército do Líbano, e uma ala parlamentar que compõe uma coalizão  multiconfessional que ocupa atual governo libanês.  ↩︎
  3. Lenço utilizado por uma série de povos árabes e islâmicos. Durante a revolta Árabe contra o domínio  britânico e o sionismo no fim da década de 1930 se tornou um símbolo da resistência nacional palestina. 4 “Deus é grande” em árabe. Declaração de testemunho de fé islâmica. É utilizada em momentos de  oração, luta, felicidade e dor. ↩︎
  4.  “Deus é grande” em árabe. Declaração de testemunho de fé islâmica. É utilizada em momentos de  oração, luta, felicidade e dor. ↩︎
  5.  Partido da direita tradicional de Israel (para os critérios de Israel), que nos últimos anos sob a chefia de  Benjamin Netanyahu vem assumindo posturas cada vez mais a extrema-direita como a caracterização de  Israel como “estado judaico” (aprovado pelo parlamento israelense em 2018), o fim dos redutos  palestinos e a substituição étnica destes através dos assentamentos e imigração de judeus do estrangeiro. ↩︎
  6. “Casa do Islã” em árabe. Na concepção geográfica islâmica seria os locais onde prevalece o Islã.
    ↩︎
  7. Messias em hebraico. Segundo as religiões abrâamicas seria o enviado de Deus que trará redenção  (Salvação) ao povo e cumprirá as profecias religiosas. Para o Cristianismo e Islamismo este foi Jesus de  Nazaré, ainda que divirjam sobre sua natureza (se era filho de Deus ou apenas um profeta). O Judaísmo,  exceto pelo judaísmo messiânico minoritário, não reconhece Jesus como o “Mashiac” e ainda aguarda sua  vinda. Alguns associam a vinda do “Mashiac” a reconstrução do Templo de Salomão no lugar onde  abriga o a Mesquita Islâmica de Al-Aqsa, sagrada pelo Islã, sendo utilizada como elemento de  propaganda da extrema-direita israelense para o apagamento da presença palestina naquela religião. ↩︎
  8. 8Corrente islâmica de interpretação mais estrita e conservadora do Islã sunita originária na península  Arábica no século XVIII, rejeitando as escolas jurídicas islâmicas e interpretações tardias. Desde seu  surgimento protegida pela dinastia de Saud que governa a Arábia Saudita.  ↩︎
  9. Termo utilizado pelo governo iraniano para fomentar e descrever a aliança informal de forças políticas  contrárias aos EUA e Israel no Oriente Médio, secundariamente se opondo também ao bloco das  monarquias do Golfo lideradas pela Arábia Saudita e à Turquia. Historicamente combateram o Estado  Islâmico do Iraque e Síria. É composta pelos estados do Irã e Síria e pelos movimentos Houthis do norte  do Iêmen, o Hizbollah no Líbano e as milícias xiitas no Iraque – sendo, por vezes, acrescida dos  movimentos de libertação palestina e o Emirado Islâmico do Afeganistão(Talibã).
    ↩︎
  10. Nome popular para o movimento militante “Ansar Allah”: “partidários de Deus” em árabe. do Iêmen de  confissão islâmica xiita zaidita alinhado ao Irã e ao Hizbollah que disputa o poder o Iêmen desde 2015  com os seguidores do presidente Hadi (apoiado pelo Ocidente através da Arábia Saudia) e a Al-Qaeda.  Com a vitória dos Houthis sobre a intervenção da Arábia Saudita (2020) e subsequente normalização das  relações entre Irã e Arábia Saudita (2023) o conflito permanece congelado.  ↩︎
  11. Nome popular para o movimento militante “Ansar Allah”: “partidários de Deus” em árabe. do Iêmen de  confissão islâmica xiita zaidita alinhado ao Irã e ao Hizbollah que disputa o poder o Iêmen desde 2015  com os seguidores do presidente Hadi (apoiado pelo Ocidente através da Arábia Saudia) e a Al-Qaeda.  Com a vitória dos Houthis sobre a intervenção da Arábia Saudita (2020) e subsequente normalização das  relações entre Irã e Arábia Saudita (2023) o conflito permanece congelado.  ↩︎
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