Na próxima terça-feira, dia 14 de dezembro, acontecerá no Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro o ato público contra a criminalização da advocacia em defesa do povo e da luta pela terra em Rondônia, em conjunto com o lançamento do relatório da Missão de Solidariedade às Áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira.
Organizado pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) e a Associação Brasileira de Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo), o ato terá início às 18 horas e contará com a presença da Dra. Lenir Correia e de diversas entidades que constituíram a Missão. As organizações convidam todos os democratas e demais apoiadores das lutas populares, particularmente a luta pela terra no Brasil, a participarem da atividade.
Ato de desagravo à Dr. Lenir Correia
A advogada popular Dra. Lenir Correia, membro da Abrapo, atua destacadamente na defesa do direito dos camponeses no estado de Rondônia, e em particular dos moradores das Áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira.
No dia 23 de novembro, em meio a uma série de operações de busca e apreensão contra diversos camponeses e apoiadores da luta pelo direito à terra, compondo mais um episódio da campanha do velho Estado de sua perseguição política e criminalização, a advogada teve sua residência invadida e materiais de trabalho apreendidos pela polícia, como notebook, celular e agendas, contendo dados íntimos e sigilosos de seus clientes.
As entidades afirmam que esta ação “representa uma grave violação das prerrogativas da advocacia e dos direitos dos defensores do povo, este que também sofre a negação de seu direito de defesa a partir da criminalização de seus advogados”.
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Lançamento do relatório da Missão de Solidariedade
Nos dias 25 a 27 de outubro, ocorreu a Missão de Solidariedade às Áreas Tiago Campin dos Santos e Ademar Ferreira, que contou com a participação de cerca de 20 entidades democráticas e mais 40 apoiadores.
Diante do cenário da escalada de violações aos direitos do povo, a Missão tinha como objetivo romper o silêncio e denunciar o cerco montado pelo velho Estado, assim como as demais violações que ocorrem contra os camponeses em luta pela terra naquela região do país.
Como mais um passo desta missão, as entidades promovem agora um ato público para o lançamento do relatório que visa fazer repercutir por todos os meios não apenas os ataques contra os camponeses, mas também sua resistência heróica diante do aparato de guerra estabelecido para combater o avanço da luta pela terra no Brasil.
“A resistência dos camponeses, com o suporte da realização da Missão, viabilizou o cumprimento da decisão do STF de paralisação da reintegração de posse e retorno dos camponeses à Área, onde a polícia buscou impedir a todo custo que os camponeses retornassem aos seus lotes”, afirmam as entidades.