AC: Camponês é assassinado por latifundiário após defender seu filho de agressões

O crime ocorre no cenário de poucos dias após o assassinato de três camponeses do MST no assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP)

AC: Camponês é assassinado por latifundiário após defender seu filho de agressões

O crime ocorre no cenário de poucos dias após o assassinato de três camponeses do MST no assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP)

O camponês Francisco do Nascimento de Melo foi assassinado por um latifundiário na última terça-feira (14/1), na comunidade Recreio do Santo Antônio, situada no ramal 37, na BR-317. A notícia feita pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta que o camponês, apelidado de Cafu, foi morto a tiros na zona rural de Boca do Acre após defender o seu filho de ser agredido pelo latifundiário.

Testemunhas relatam que Francisco estava acompanhado de seu filho de 15 anos, seguindo para a comunidade onde trabalhava. Durante o trajeto, eles se depararam com o latifundiário, apontado como autor do crime. Após uma discussão, o homem agrediu o adolescente, e Francisco, ao intervir para proteger o filho, foi baleado e morreu no local.

Moradores da região afirmam que o latifundiário é conhecido por grilar terras e sua postura violenta. Segundo relatos, ele já ameaçou diversas famílias locais e tem histórico de conflitos fundiários, com registros judiciais de comportamento hostil. A área onde Francisco vivia estaria no centro de uma disputa territorial com o latifundiário, que tentava grilar a terra e integrar como sua propriedade.

A comunidade camponesa informou ter buscado auxílio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para solucionar o conflito, mas não obteve resposta da instituição. O assassinato engrossa o número de crimes perpetrados pelo latifúndio na área conhecida como Amacro, que abrange a tríplice divisa entre os estados do Amazonas, Acre e Rondônia.

O crime ocorre no cenário de poucos dias após o assassinato de três camponeses do MST no assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP). O crescente aumento da violência reacionária no campo convoca a necessidade dos camponeses, indígenas e quilombolas a organizarem sua autodefesa para fazer avançar a Revolução Agrária para destruir o latifúndio.

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