Indígenas das etnias Nukini e Náuas ocuparam a sede do Distrito de Saúde Indígena do Juruá, em Cruzeiro do Sul, para cobrar melhorias nos atendimentos de saúde, melhorias no saneamento básico e a saída da atual gerente, no dia 14 de janeiro. De acordo com os indígenas, a atual gerente, chamada Milena, está realizando diversas contratações irregulares, tornando o DSEI Juruá um “cabide de emprego”.
Os indígenas afirmam que qualquer um que denuncia essa prática é assediado pela gerente, enquanto isso, os atendimentos de saúde estão cada vez mais precários.
“Na gestão da Milena, ela calou a liderança. Hoje o movimento indígena acabou porque ela comprou e a mim ela tentou fazer da mesma forma: me ofereceu um emprego de R$ 2 mil pra calar minha boca, mas eu não me vendo e hoje estou aqui para discutir a saúde indígena. Hoje tá faltando tudo, equipe multidisciplinar, dentista… porque hoje só vai dentista para arrancar os dentes da gente e a gente quer que o dente seja tratado”, denunciou o indígena Paulo Nukini.
Outros indígenas denunciam as precárias condições da Unidade Básica de Saúde, na qual são fornecidos remédios vencidos.
Além disso, há falta de água e saneamento básico. Célia Oliveira, da etnia dos Nauás, reclama a construção urgente de um poço artesiano e afirma, em conjunto com os demais indígenas, que só sairá da sede do DSEI com soluções efetivas.
“A gente vai ficar aqui por tempo indeterminado. A gente que passa a dificuldade é que sabe como está a aldeia. O nosso posto de saúde está todo quebrado, não tem como fazer preventivo, não tem como fazer nada. Dão pra gente até remédio vencido e é por isso que estamos aqui, porque queremos uma resposta. A gente só saí daqui com alguma solução.”, exclamou.