Lucindo Sumaúma, Comitê de Apoio AND Manaus
Na manhã de 22 de agosto, um grupo de pessoas em cadeiras de rodas realizaram um protesto contra a falta de materiais médicos e de higiene pessoal. Os familiares também participaram. Eles, que têm necessidades especiais, interromperam o trânsito de ônibus do terminal urbano de Rio Branco por cerca de duas horas, logo após seguiram em passeata pelas ruas do centro da cidade até a casa rosada, onde se localiza o gabinete sede do governo estadual.
Ainda de acordo com os familiares, os materiais não são entregues há cerca de um ano, demora que obriga a compra por parte dos necessitados. Estão sendo exigidos materiais como manuais de auxílio ao banho; muletas, bengalas e andadores; fraldas geriátricas e suplementos alimentares; próteses e órteses; agilidade e pagamentos da ajuda de custo do tratamento fora de domicílio; compras de passagens, incluindo bagagens; materiais médicos hospitalares como sondas, sacos coletores, luvas, gases e medicamentos de uso contínuo e cadeiras de rodas motorizadas, ou seja, materiais de primeira necessidade.
O SUS atualmente, apesar da EC 95 (conhecida como “teto dos gastos”) destina verba para a compra de todos os materiais citados, haja vista a importância dos mesmos para melhoria da qualidade de vida dos portadores de necessidades especiais.
Segundo os manifestantes, “depois de muitas conversas, reuniões e até reportagem na televisão, não obtivemos nenhuma devolutiva por parte do governo do estado e nem da prefeitura de Rio Branco. Não responderam nossas demandas, portanto, estamos convocando à todos: associados, familiares, amigos e simpatizantes que se unam a nós, para realizarmos um manifesto pacífico, para reivindicarmos e cobrarmos nossos direitos”.
O integrante do Centro de Apoio à Pessoa com Deficiência Física do Acre (Capedac), Alexsandro Bezerra, relatou: “A gente não queria que chegasse a esse ponto. É muita promessa que o governo e a prefeitura fazem e não cumprem. Muitos deficientes que usam material médico hospitalar para sobreviver. É sonda, fralda geriátrica e cadeiras de rodas que o governo não entrega. Estamos reivindicando coisas para nossa vida. Tem gente que fica reutilizando quando não tem. Só prometem que vão resolver e nunca resolvem. Queremos que o governador ou a prefeita nos recebam”.
O presidente da Capedac também mencionou que são quatro anos de luta para conquistar o direito a esse material negado pelo governo. “Quando procuramos o estado eles informam que é competência do município, e quando procuramos o município eles dizem que é competência do estado.”, denuncia Alexsandro.