Nove policiais civis e um delegado são acusados de torturar e estuprar um jovem na Delegacia de Investigações Criminais (DIC) em Rio Branco. O caso ocorreu há 2 anos e a denúncia chegou ao judiciário em outubro passado.
De acordo com o Ministério Público, o delegado Karlesso Nespoli se omitiu em instaurar um procedimento para apurar o caso mesmo estando ciente da tortura. Segundo o depoimento da própria vítima, o delegado não só tinha conhecimento da operação, mas também atuou e coordenou as ações efetivamente. Os envolvidos se recusam a prestar depoimentos à imprensa.
O caso
A vítima, na época do incidente com somente 17 anos, tinha sido levada de dentro de casa sem que houvesse ordem judicial ou situação de flagrante e emergência. Os policiais arrombaram a entrada e vasculharam o local, e em seguida levaram a vítima em viaturas descaracterizadas.
A vítima relatou ter sido mantida em cárcere privado e que, por meio de ameaças, o agrediram com uma barra de ferro e introduziram no ânus dele.
Eles também roubaram R$ 900 e uma televisão que pertenciam à proprietária da casa. Sendo que outros objetos levados foram apresentados como se estivessem sido achados em outros locais.
O adolescente foi liberado na Estrada do Panorama, no bairro São Francisco, duas horas após ser tirado de casa. A denúncia do MP-AC afirma que ele sofreu lesão corporal gravíssima com emprego de violência física.