O alto funcionário do Hamas, Khalil Al-Hayya, anunciou que o movimento transferirá os corpos de quatro prisioneiros israelenses na quinta-feira, 20 de fevereiro, seguido pela libertação de seis prisioneiros vivos no sábado, 22 de fevereiro. Essa medida faz parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo.
Em um discurso televisionado, Al-Hayya confirmou que entre os corpos a serem devolvidos estão os membros da família Bebas, desde que Israel liberte os prisioneiros palestinos conforme o acordo.
Ele acrescentou que os corpos restantes descritos na primeira fase serão entregues na sexta semana de implementação.
Ele afirmou ainda que os seis prisioneiros israelenses vivos a serem libertados incluem Hisham al-Sayed e Avera Mengistu.
Al-Hayya enfatizou que o Hamas demonstrou total comprometimento com a implementação do acordo, ao passo que Israel, sob a liderança de Benjamin Netanyahu, continuou a protelar – principalmente no que diz respeito às disposições humanitárias, como permitir que a ajuda e o maquinário pesado retirem corpos dos escombros.
O Hamas está trabalhando com mediadores do Catar e do Egito para pressionar Israel a cumprir suas obrigações, que incluem a facilitação da entrada de suprimentos de socorro, combustível e fontes alternativas de energia, além de permitir que os pescadores retomem seu trabalho e diminuir as restrições de viagem nos cruzamentos.
Essas medidas têm como objetivo aliviar a crise humanitária e garantir que os palestinos permaneçam em suas terras.
Atrasos israelenses na Fase II
Al-Hayya destacou que, apesar do deslocamento contínuo, os habitantes de Gaza voltaram em massa para suas casas destruídas em 27 de janeiro, demonstrando sua resiliência e frustrando as tentativas de Israel de deslocá-los permanentemente.
Ele pediu que Israel fosse pressionado a implementar integralmente todos os termos do cessar-fogo, especialmente a entrada de equipamentos pesados para recuperar os corpos de palestinos e israelenses enterrados sob os escombros devido aos bombardeios israelenses. Ele também alertou que os atrasos contínuos de Israel ameaçam as negociações para a segunda fase, que deveria começar 16 dias após a assinatura do acordo.
O Hamas está pronto para avançar com a segunda fase, que inclui um cessar-fogo total, a retirada completa das forças israelenses de Gaza e uma troca abrangente de prisioneiros.
Al-Hayya enfatizou a necessidade de garantias internacionais obrigatórias, citando a Resolução 2735 do Conselho de Segurança da ONU como uma estrutura para garantir o acordo.
Mediadores lutam para avançar nas conversas sobre o cessar-fogo
O acordo de cessar-fogo, mediado pelo Catar, Egito e EUA, entrou em vigor em 19 de janeiro e está estruturado em três fases, cada uma com duração de 42 dias, levando ao fim da guerra.
A segunda fase tem o objetivo de solidificar o cessar-fogo e garantir a retirada de Israel de Gaza.
Apesar dos esforços dos mediadores para retomar as negociações, as principais autoridades israelenses descartaram a possibilidade de progresso imediato.
Enquanto isso, com o apoio dos EUA, a guerra de Israel contra Gaza – iniciada em 7 de outubro de 2023 e que durou até 19 de janeiro de 2025 – resultou em mais de 160.000 mortes e ferimentos de palestinos, incluindo milhares de pessoas desaparecidas, a maioria delas mulheres e crianças.