Acordo militar entre Alemanha e Filipinas contra a Guerra Popular

Ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, e Ministro da Defesa das Filipinas, Gilberto Teodoro em Manila, capital. Foto: Reuters

Acordo militar entre Alemanha e Filipinas contra a Guerra Popular

Nota da redação: Republicamos o seguinte artigo sobre novos acordos militares envolvendo as Filipinas e o imperialismo alemão, orginalmente publicado em Dem Volke Dien.


Desde o início da semana passada, o Ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, está em uma viagem pelo Indo-Pacífico. Além de uma visita ao Havaí e da participação associada no maior exercício de combate marítimo do mundo sob liderança ianque, o aprofundamento das parcerias militares na Coreia do Sul e nas Filipinas também estava na agenda.

Enquanto estava na Coreia do Sul, o imperialismo alemão comprometeu-se a transferir suas tropas para a Península Coreana como parte da operação da ONU “Comando das Nações Unidas” para monitorar a “trégua” entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, como é oficialmente chamada. Pistorius se encontrou com representantes do governo do assassino Marcos Jr. nas Filipinas para conversar sobre cooperação militar de longo prazo.

Esta viagem está inteiramente a serviço da militarização do imperialismo alemão, que, no espírito de sua proclamada “virada de época”, quer perseguir seus interesses de maneira mais intensiva por meios militares. Por um lado, isso aumenta a culpa direta do imperialismo alemão na sangria perpetrada nas nações oprimidas através de sua agressão militar e, no caso das Filipinas, faz dele um ator indireto contra a Guerra Popular no país. Uma tendência crescente que já começou com a visita do assassino Marcos Jr. a Berlim em março deste ano.

Especificamente, a cooperação militar deve se concentrar na expansão de projetos de armamento, no treinamento e na educação de soldados e na cibersegurança militar. A futura cooperação em defesa aérea, defesa naval e transporte de aeronaves militares também foi discutida. Os detalhes do acordo ainda não foram divulgados.

Este acordo não visa apenas combater a Guerra Popular nas Filipinas, mas também reflete a forma que o imperialismo alemão está lidando com o confronto entre o social-imperialismo chinês e o imperialismo dos EUA.

Pequim, o parceiro comercial mais importante das Filipinas até o momento, reivindica grandes partes do chamado “Mar do Sul da China” para si. Isso inclui também áreas que são consideradas águas internacionais pelo direito marítimo internacional. Outras partes são consideradas pelo governo filipino como suas zonas econômicas exclusivas. A China tem atacado embarcações da Marinha e da Guarda Costeira das Filipinas com meios não letais há algum tempo.

O imperialismo alemão se aproveita dessas agressões do social-imperialismo chinês. Por um lado, para estabelecer melhores condições com o governo colaboracionista em Manila, permitindo que a Alemanha também possa explorar as Filipinas. Por outro lado, para promover sua “prontidão para a guerra”.

A presidente do Comitê de Defesa alemão do Partido da União(conservadores), Kerstin Vieregge, que está viajando com Pistorius, resumiu suas opiniões de forma clara: “Também estamos interessados em manter a ordem baseada em regras, que aqui está sendo questionada, em particular pelos chineses”. Para esse fim, o imperialismo alemão está enviando uma fragata e um navio de abastecimento da Marinha através do território reivindicado pela China nas próximas semanas.

Nesta situação complexa, o conflito entre os diversos interesses dos imperialistas dos EUA, China e Alemanha na luta pela dominância sobre as Filipinas e a submissão do governo de Marcos Jr., o que já foi enfatizado em março deste ano, ainda é válido e ganha ainda mais relevância com a organização para formação da Liga Anti-imperialista: “Uma coisa dessas não está nos interesses do povo na Alemanha nem nas Filipinas, mas diametralmente oposta a eles. Os revolucionários neste país devem se opor a isso de forma resoluta e combatê-lo, não apenas com belas palavras, mas com ações concretas, firmemente unidos com o povo filipino e sua luta; qualquer outra coisa seria uma fraude completa.”

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