Afeganistão: Ianques seguem operações ilegais em território para ofuscar sua derrota

Afeganistão: Ianques seguem operações ilegais em território para ofuscar sua derrota

Ayman Al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda. Foto: AP

As tropas genocidas do imperialismo ianque seguem suas operações ilegais no território afegão, um ano após sua fragorosa derrota para as forças da Resistência Nacional. Em 25 de julho, em uma de várias operações de bombardeio ilegal e sem autorização do governo afegão, os ianques assassinaram Ayman al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda. O assassinato ocorreu em Kabul, capital do Afeganistão, onde, há exato um ano, as forças da Resistência Nacional Afegã expulsaram os militares ianques de sua pátria. O anúncio do assassinato veio do próprio presidente reacionário do Estados Unidos (USA), Joseph Biden, no dia 01/08.

Após confirmar o assassinato, o imperialismo ianque, necessitando alavancar a propaganda de si quando se completará um ano de sua humilhante derrota no Afeganistão, logo se movimentou para divulgar a morte de al-Zawahiri como uma “operação contraterrorista bem-sucedida”. A operação terrorista desencadeada pelo USA contra o chefe da Al-Qaeda ocorreu em momento oportuno e calculado para o imperialismo ianque.

O USA conduziu o assassinato de al-Zawahiri com o uso de drones supostamente carregando mísseis Hellfire, que em vez de explodirem, possuem lâminas para aniquilar o alvo. Busca, assim, aterrorizar os povos do mundo com supostas armas infalíveis. No entanto, não tem impedido seus fracassos, como demonstra a própria guerra no Afeganistão. 

A necessidade de camuflar sua derrota é tanta que o presidente do USA aproveitou a oportunidade do pronunciamento para se referir à retirada das tropas do Afeganistão no ano de 2021. No discurso, Biden se referiu à retirada das tropas como uma decisão própria de encerrar a missão por entender que as tropas ianques no país não eram mais necessárias. Enquanto o reacionário presidente do USA busca atribuir à retirada um  “ato calculado”, os vídeos e fotos da vitória das massas populares afegãos sobre os militares ianques mostram os militares, diplomatas, embaixadores ianques e funcionários lacaios do imperialismo saindo às pressas em helicópteros lotados e deixando outros para trás. 

Numa declaração vazia, o Talibã condenou o atentado conduzido pelo imperialismo ianque em solo afegão e afirmou que “se tal ação se repetir, a responsabilidade de qualquer consequência será do Estados Unidos da América”. Enquanto isso, busca apresentar-se mais “moderado” em suas relações com grupos que atuam em oposição aos ianques, como o Estado Islâmico do Khorasan (EI-K), que condenou o Acordo de Doha (acordo de paz assinado entre Talibã e USA em 2020) e, em 2021, conduziu ataques no aeroporto de Kabul contra os militares ianques que se retiravam do país, aniquilando ao menos 11. A postura “moderada” do Talibã ocorre também como estratégia para ter acesso a cerca de 10 bilhões de dólares sequestrados do Banco Central do Afeganistão pela oligarquia financeira.

As massas afegãs vencerão

Segundo o Talibã, o assassinato do líder da Al-Qaeda em solo afegão foi uma violação do Acordo de Doha. O Talibã, em que pese ter atuado como força dirigente na Resistência Nacional Afegã que expulsou as tropas ianques, dado seu caráter de classe da grande burguesia e latifundiários afegãos, capitulou diante da opressão econômica e política do imperialismo, contentando-se à posição de gerente da semicolônia e suas classes dominantes como intermediárias da dominação estrangeira, principalmente buscando entregar os recursos naturais para o social-imperialismo chinês. 

Por conta da manutenção da subjugação imperialista (por mais que de outra forma), do latifúndio e da grande burguesia, o povo afegão continua a sofrer das mazelas impostas por estas três montanhas. A fome no país atinge em torno de 20 milhões de pessoas e a previsão é que o desemprego suba de 13% em 2021 para 20% em 2023. A condição semicolonial do país é progressivamente aprofundada por meio de negociações de “ajudas humanitárias” bilionárias provindas da Organização das Nações Unidas (ONU), instrumento de dominação do imperialismo, principalmente ianque. 

Devido a esse caráter reacionário e feudal do Talibã, o povo afegão pouco a pouco desperta das ilusões que lhe foi imposta pela grande burguesia e latifundiários durante a guerra de resistência nacional e compreende o verdadeiro caminho revolucionário, como afirmou a revista marxista-leninista-maoista Internacional Comunista: “Nós estamos inteiramente convencidos de que o povo afegão, nossa classe [proletariado] e sua vanguarda irá inevitavelmente vencer, insistindo na principal forma de luta, a luta armada, isto é, Guerra Popular, a principal forma de organização, o exército (com o Partido Comunista dirigindo), mobilizando audazmente, politizando, organizando e armando as massas, principalmente os camponeses pobres como força principal da revolução (sob direção do proletariado)”.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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