Soldados do governo títere afegão patrulham uma rua, na tentativa de buscar conter ações do Talibã. Foto: Mohammad Ismail / Reuters
Desde a segunda semana do mês de junho, o governo títere do Afeganistão tem anunciado que o Emirado Islâmico do Afeganistão (Talibã), expoente da Resistência Nacional do país, vem lançando uma ofensiva de ações que já teria matado 291 agentes do governo fantoche e ferido mais de 550.
Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional (CSN), foram registradas nas últimas semanas mais de 400 ações militares talibãs em 29 das 34 províncias do país, no que seria a semana mais mortal para as forças serviçais do imperialismo ianque desde o início da guerra de agressão imperialista, que já dura 19 anos.
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O Talibã questiona parte dos números divulgados pelo governo e não reconheceu alguns dos ataques citados. Um deles, por exemplo, foi o que dois promotores e outros funcionários da procuradoria-geral foram mortos na capital Cabul por homens armados que até agora não foram identificados. “O inimigo quer estragar o processo de paz e as negociações intra-afegãs publicando esses informes falsos”, declarou o porta-voz talibã Zabihullah Mujahid ao monopólio de imprensa AFP.
O aumento das ações da Resistência Nacional vem em sequência a uma relevante diminuição delas durante o cessar-fogo que ocorreu após o feriado muçulmano do Ramadã. O segundo de toda a história da guerra no Afeganistão desde 2001, ele foi comandado e coordenado pelo próprio Talibã.
Ele se dá também no contexto do encerramento da primeira fase da retirada das tropas ianques do Afeganistão, que foi concluída recentemente. A evacuação das tropas ianques foi prevista no acordo de rendição do Estados Unidos (USA) assinado com o Talibã, em 29 de fevereiro, do qual as “autoridades” do governo títere afegão foram deliberadamente excluídas e ignoradas pelos ianques, seus supostos “aliados”.
O acordo previa também que as negociações intra-afegãs se desenrolassem nesse momento, mas o Talibã reitera que só dará início a tais conversas quando o governo fantoche libertar os combatentes que ainda faltam, como estipulado com o USA, explicitando o papel de subalternidade política dos fantoches. Desde março, mais de 3 mil prisioneiros talibãs já foram soltos, mas ainda restam mais de 2 mil.
Em abril, o CSN divulgou que o Talibã realizou uma média de 55 ataques por dia, durante o período de 1º de março até 19 de abril, totalizando nesse meio tempo 2.804 ataques. A continuidade das ações do Talibã, como os monopólios da imprensa tentam colocar, tampouco interferiu nos pedidos dos ianques e do governo títere por um “acordo de paz”, como chamam sua rendição, mas sim, apenas os pressionou ainda mais nesse sentido.
O Talibã esteve no poder no Afeganistão até 2001, quando o imperialismo ianque invadiu o país e derrubou seu governo, instaurando um regime títere favorável ao USA e que servisse como capacho da ocupação imperialista. Apesar de suas evidentes limitações de classe, o grupo passou a combater firmemente a invasão estrangeira e o governo colocado no poder, que a apoia até hoje, tornando-se o principal expoente da Resistência Nacional no país. A emancipação efetiva da nação e do povo afegãos só será levada a cabo efetivamente, no entanto, pelo proletariado, por meio de seu partido revolucionário.