Afeganistão: Talibãs avançam para retomar distrito

Afeganistão: Talibãs avançam para retomar distrito

Foto ilustrativa

Talibãs prometem prosseguir a guerra até sepultar o plano colonial ianque

Um grande contingente de combatentes da Resistência Nacional afegã, ligados ao grupo Talibã, realizou um cerco a um prédio governamental na província de Badghis e aniquilou pelo menos 12 soldados do Exército colonial afegão e da polícia local, no início de abril. A ação é parte da ofensiva militar empreendida pela Resistência para retomar o distrito de Bala Murghab, na mesma província, ofensiva que já matou 32 militares pró-USA.

Segundo informações do próprio “governo” colonial pró-ianque, na pessoa de Mohammad Nasir Nazari – membro do conselho provincial –, os talibãs mobilizaram pelo menos 2 mil guerrilheiros e combatentes para realizar a ofensiva. Por sua vez, as forças pró-colonialismo, ao redor de 600 tropas, estão se desmembrando em richas internas, sem água, comida e munições.

Segundo o chefe do distrito, Abdul Waris Sherzad, ligado ao aparelho estatal colonial, o sentimento geral da tropa é de decepção às forças da OTAN e do Exército colonial afegão por ter sido abandonada.

A ofensiva talibã para retomar o distrito, que estava submetido ao projeto colonial ianque em desmoronamento e cujas batalhas já duram pelo menos dois meses, foi tão robusta que o Ministro da Defesa do Estado colonial, pelo Twitter, afirmou que as tropas leais ao regime pró-ianque se “retiraram taticamente” dos postos de controle. O lambe-botas do USA convocou ainda um massivo bombardeio aéreo contra o distrito, que certamente vitimará as massas que residem na região.

Antes dessa ofensiva, dois membros do serviço ianque foram executados enquanto realizavam uma operação contra a Resistência Nacional, no dia 22 de março, em Cabul (capital do país). O informe das baixas foi confirmado pela OTAN, em comunicado. A operação na qual foram mortos dos agentes ianques foi descrita pelas forças colonialistas como “de auxílio e guia às forças afegãs na luta contra o terrorismo”.

Com esses agentes, o saldo de invasores ianques executados ultrapassa 65, enquanto, para as forças locais pró-ianques, o número de mortos ultrapassa 45 mil soldados e policiais. A discrepância deve-se a que o USA utiliza-se das tropas locais, do Exército colonial e as polícias afegãs, para realizar as ações cujo risco de baixas é maior, deixando seus soldados e militares em geral em ações de baixo risco ou em funções estratégicas.

O Talibã, como parte das forças que resistem com luta armada pela expulsão das tropas colonialistas ianques, luta pela libertação do Afeganistão. A Resistência, sob seu principal protagonismo, já controla quase metade do país, após 18 anos de guerra de resistência iniciada em 2001, com a invasão do país pelo Exército norte-americano.

A resistência dos talibãs cresce e o número de ações e distritos recuperados se multiplicam enquanto são realizadas as conversas para a assinatura de um acordo de paz com o USA. O Talibã já deixou explícito que o acordo só será firmado sob a condição irrenunciável de que sejam retiradas todas as tropas estrangeiras e o fim do projeto colonial no Afeganistão.

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