Órgãos da imprensa internacional anunciam que o Alto Comando das forças ianques está planejando a retirada de cerca de 7 mil soldados do USA do território afegão. Atualmente, o contingente militar ianque possuí cerca de 14 mil soldados, a maior parte da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão, segundo fontes oficiais.
A imprensa imperialista ianque afirma que a decisão é vista como “semelhante a uma derrota” pela maior parte dos setores das Forças Armadas e do parlamento do USA. Segundo fontes da CNN, o ex-secretário de defesa do USA, James Mattis, teria também protestado contra a retirada do Afeganistão, assim como o fez mais publicamente sobre a decisão de retirada dos ianques da Síria anunciada por Trump ainda em dezembro de 2018. O senador republicano e ex-aliado de Trump, Lindsey Graham, também considera que a retirada significa uma derrota política para osianques. Oficialmente, 22 militares do USA e 5,6 mil soldados afegãos pró-ocupação morreram na guerra desde 2017.
No dia 2 de novembro de 2018, o general ianque responsável pelas operações da Otan, Austin Scott Milller, anunciou que “não podemos vencer essa guerra”, referindo-se à ocupação que fará 18 anos em 2019. Tão medíocre são os resultados da intervenção ianque na Ásia Central que, no mesmo dia 20/12 em que foi vazada a informações dos planos da retirada ianque do Afeganistão, o Departamento de Defesa do USA citou como parte de suas vitórias o início de negociações com representantes do chamado “Talibã” (principal grupo da Resistência Nacional), quando o objetivo inicial da invasão seria justamente derrubar o regime chefiado pelo Talibã, considerado “terrorista” pelo USA.
As negociações, encerradas em 24 de dezembro, deram resultados inconclusivos. Em nota postada no site oficial do Talibã, a Resistência afegã considerou quaisquer conversas com o regime que chama de fantoche e que este tem “o sangue de milhares de compatriotas nas suas mãos”. A nota do Talibã afirma também que a responsabilidade em trazer a paz ao Afeganistão jaz apenas em “ações sérias” por parte do USA, começando “por exemplo, com a retirada de todas as tropas estrangeiras” do Afeganistão.