Trabalhadores da Makro realizam greve em dezenas de filiais da rede. Foto: The Citizen
Trabalhadores da rede atacadista Makro realizaram uma greve entre os dias 26 e 29 de outubro. A greve, que foi aprovada por aproximadamente cinco mil trabalhadores de dezenas de filiais da rede, exigia melhores condições de trabalho. A rede Makro é subsidiária da monopolista Massmart, que por sua vez tem como empresa-mãe a multinacional imperialista ianque Walmart.
Em Ottery, bairro na Cidade do Cabo, os trabalhadores realizaram uma manifestação no estacionamento do mercado. Nas províncias de Kwazulu-Natal, Gauteng e Cabo Oriental, os trabalhadores realizaram ações de piquetes nas filiais da empresa imperialista.
Os trabalhadores exigiam um aumento de 12% no salário, um salário mínimo de 8.000 rand africanos (R$ 2.256,00), o recebimento de 13° e um aumento para os trabalhadores de meio-período. As reivindicações por melhores salários vêm em um momento onde a inflação em agosto atingiu o nível recorde de 7,6%. Os magnatas da Massmart, que possuem 353 lojas somente na África do Sul e tiveram um aumento de 266% no lucro bruto em 2021, se negaram a atender as exigências. Segundo eles, o aumento de 12% no salário é “irreal”.
Para tentar minar os efeitos da greve, os imperialistas e grandes burgueses da Massmart contrataram trabalhadores substitutos e focaram as vendas nas plataformas online. Os trabalhadores denunciaram ainda que a empresa tem intimidado os empregados para que não tomem parte em greves. A rede imperialista Walmart é mundialmente conhecida por sua postura anti-sindical. No Estados Unidos, seu país de origem, são abundantes os casos em que a empresa demitiu funcionários grevistas, fechou lojas onde havia agitação sindical, atuando ativamente na difamação e desencorajamento da atividade sindical à trabalhadores recém-contratados.
Essa não é a primeira mobilização dos trabalhadores sul-africanos contra a Massmart. No ano passado, os trabalhadores da empresa monopolista realizaram uma greve nacional de um mês contra a empresa monopolista na exigência de aumento de 10%. A reivindicação foi atendida parcialmente, com aumento de 4,5%.
A recente mobilização foi encerrada no dia 29/09 após a central sindical pelega South African Commercial Catering and Allied Workers Union (Saccawu) decidir dar sete dias para os magnatas pensarem sobre as condições dos trabalhadores. As massas, por sua vez, continuam insatisfeitas com sua situação de miséria e superexploração, fato que forçou os dirigentes da Saccawu a afirmarem que caso a empresa não atenda as reivindicações, a greve se intensificará com ações de massa.