África do Sul: Povo se rebela contra a crise e a exploração

África do Sul: Povo se rebela contra a crise e a exploração

Ônibus queimado durante rebelião em Philippi. Fonte: SABC Western Cape

Protestos irromperam na ocupação de Siyangena, na Cidade do Cabo, pelo direito à energia elétrica e contra o desemprego, no dia 6 de agosto. Barricadas foram erguidas e incendiadas e também ônibus da maior empresa de transporte público da cidade (Golden Arrow) foram tomados e destruídos. 

Essas ações têm sido recorrentes desde pelo menos a segunda metade do mês de julho, em diversas regiões. A repressão que se seguiu aos protestos, prendendo 11 pessoas, não conseguiu silenciar as massas indignadas, que têm lutado constantemente pelos direitos mais elementares em todo o país.

Em outra manifestação, na vizinhança de Hout Bay, nos primeiros dias de agosto, dezenas de mulheres se reuniram ao redor da estação de polícia e exigiram do velho Estado condições de trabalho dignas, particularmente na Cidade do Cabo. As mulheres que protestavam também queimaram barricadas de pneus e borrachas. 

Em 1° de agosto, a polícia tentou evacuar e demolir outro assentamento informal no bairro de Kraaifontein, na Cidade do Cabo, sendo respondida por 2 mil manifestantes que atiraram-lhe pedras. O povo expulsou os agentes reacionários da região, além de incendiar o hipódromo local, frequentado apenas pelas classes dominantes.

Alguns dias antes, um caminhão do maior varejista de mercearia de África, Shoprite, foi atacado por coquetéis molotov durante um protesto no bairro de Mfuleni, também em Cabo.

No dia 21 de julho, na metrópole de Tshwane, multidões de trabalhadores invadiram a “Casa Tshwane”, sede da cidade. Reprimidos duramente com balas de borracha pelas forças policiais, em ato de rebelião, os trabalhadores atacaram os prédios do município. Alguns trabalhadores ainda seguem em perseguição judicial pela participação no ato combativo.

Na terceira semana de julho (do dia 12 ao 18), proletários de Pretória, na região de Tshwane fizeram greve e marcharam pelas ruas entoando palavras de ordem, exigindo seus salários. Durante as manifestações combativas, os trabalhadores levantaram barricadas, incendiaram caminhões e lutaram contra as forças policiais reacionárias do velho Estado, que haviam usado balas de borracha. Os manifestantes, em resposta, destruíram vários tubos de água e esgoto.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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