AL: Ato em solidariedade ao Acampamento da Fazenda Várzea Grande

AL: Ato em solidariedade ao Acampamento da Fazenda Várzea Grande

Camponeses do Acampamento da Fazenda Várzea Grande denunciam crimes de pistoleiros a serviço da Usina Utinga Leão e a operação de guerra mobilizada pelo velho Estado em Ato de Solidariedade ocorrido na Ufal, Maceió (AL)

Um ato público em solidariedade ao Acampamento da Fazenda Várzea Grande e contra a criminalização da luta pela terra reuniu mais de 80 pessoas, entre camponeses, professores e estudantes, em uma sala de aula da Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), em Maceió (AL), na tarde de 11 de outubro.

Na atividade, organizada pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Nordeste e pelo Comitê em Defesa da Revolução Agrária (CDRA), os camponeses divulgaram a luta que travam pela posse das terras da fazenda Várzea Grande, situada no município de Rio Largo, ocupada desde o dia 27 de agosto.

No Ato de Solidariedade, uma camponesa declarou que a polícia é cúmplice do velho Estado, que seu papel é defender as classes dominantes, e de que a polícia está fazendo terror na região contra os camponeses.

Um camponês denunciou que o velho Estado criminaliza os movimentos combativos como criminosos, porém, criminoso é o velho Estado, o latifúndio, a burguesia, a polícia, as forças armadas. Também declarou que quanto maior a repressão, maior será a resistência e que neste momento deve haver unidade na luta, que se deve exigir de órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) seu posicionamento, que se deve fortalecer o campo popular, pois agora é o momento da virada, aumentando a campanha e tomando as terras do latifúndio, de que é impossível acabar com a fúria revolucionária.

Uma outra camponesa frisou que a polícia não vai abaixar a cabeça dos camponeses, de que os órgãos de repressão não vão tirar facilmente os camponeses das terras ocupadas. Em seu relato, a trabalhadora denunciou que os policiais tentaram expulsá-la da área, mas ela não se intimidou e afirmou que os camponeses irão resistir mesmo com 800 policiais do Bope estando em área próximo ao Acampamento da Fazenda Várzea Grande.

Um professor da Ufal declarou que a universidade pertence aos trabalhadores e de que a Ufal está a sua disposição, além de ressaltar que são os camponeses que produzem as riquezas do estado de Alagoas e do país. Também denunciou que a maioria das usinas estão falidas, repletas de dívidas trabalhistas e protegidas por pistoleiros e pela polícia. O professor saudou a LCP e o seu papel fundamental de organizar as massas camponesas para tomarem as terras do latifúndio e de fazer avançar a Revolução Agrária.

Uma série de vídeos que abordam a luta e a resistência das massas camponesas pelo país foi exibida durante o Ato de Solidariedade, como o documentário Terra e Sangue – Bastidores do Massacre de Pau D’Arco, produzido pelo jornal A Nova Democracia.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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