AL: Camponeses e estudantes realizam vitoriosa plenária na UFAL em apoio à luta dos posseiros de Messias

Um representante da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) fez o relato detalhado da resistência, enfatizando que o acampamento em 48 horas enfrentou quatro incursões policiais.
Foto: Reprodução

AL: Camponeses e estudantes realizam vitoriosa plenária na UFAL em apoio à luta dos posseiros de Messias

Um representante da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) fez o relato detalhado da resistência, enfatizando que o acampamento em 48 horas enfrentou quatro incursões policiais.

Na segunda-feira, 10 de dezembro, foi realizado uma grande plenária na Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas. O ato convocado pelo Comitê de Apoio à Luta dos posseiros de Messias mobilizou dezenas de camponeses das áreas camponesas Lajeiro e Esperança, ambas em Messias/AL, assim como o Diretório Central dos Estudantes, estudantes independentes e demais apoiadores.

A plenária iniciou com o canto da canção Conquistar a Terra e prosseguiu com homenagem à resistência camponesa do acampamento Zumbi dos Palmares e saudações à combatividade e altivez dos camponeses que foram detidos. Um representante da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) fez o relato detalhado da resistência, enfatizando que o acampamento em 48 horas enfrentou quatro incursões policiais, sendo a ultima uma operação de guerra que expressou, segundo o representante da Liga, “o desespero dos usineiros frente a ousadia e coragem dos camponeses”. 

Imagem do conjunto da plenária. Foto: Reprodução

Os camponeses que foram detidos arbitrariamente pela Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) também expuseram seus relatos.

“Eles disseram que nós estávamos cometendo um crime ao resistir, mas eu respondi ‘destruir nossas casas que é um crime!’.  Lutar não é crime!” afirmou uma das camponesas detidas durante a incursão da Polícia. A intervenção dos camponeses foi fortemente aplaudida pelo público.

Outra camponesa afirmou durante sua intervenção: “Eles vieram para matar, uma operação de guerra, mas saíram perdendo. Nós que ganhamos! Tudo aquilo só para tirar um barraco de lona. Agora é organizar a luta para conquistar nossa terra novamente!”.

A completa desmoralização das forças policiais diante dos camponeses, bem como a altivez dos posseiros também se expressou em diversas intervenções combativas:

“Essas pestes vieram e gritaram ‘mão na cabeça!’, eu respondi ‘mão na cabeça é o c…’ e subi para a mata. Eu não ia me render, para me pegar ia ter que me derrubar e arrastar pela camisa. E não conseguiram.”

Ao final, o representante da LCP selou o balanço do Acampamento Zumbi dos Palmares:

“O acampamento Zumbi dos Palmares viveu apenas seu ensaio, resistindo por 48horas contra o vento e a maré. O Acampamento demonstrou que é possível resistir ao inimigo, animou o povo a lutar e apontou o caminho da Revolução Agrária. A promessa do nosso movimento é reconquistar a terra mais fortes e mais preparados. O campesinato de Messias/AL, junto aos apoiadores estudantes e trabalhadores da cidade, reafirmam sua decisão pelo caminho da luta pela Revolução Agrária com a aprovação de um combativo plano de lutas para reorganizar as famílias e reerguer o Acampamento Zumbi dos Palmares.”

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