Moradores fecharam avenida de Maceió em protesto contra mineradora Braskem. Foto: Douglas Lopes
Moradores de bairros de Maceió, capital do estado de Alagoas, fizeram uma nova manifestação e fecharam os dois sentidos da avenida Fernandes Lima, em frente ao prédio do Ministério Público Estadual (MPE), no dia 8 de julho. Eles cobram agilidade nas indenizações dos trabalhadores que tiveram suas casas ou comércios afetados por rachaduras provenientes das ações da empresa Braskem na extração de sal-gema.
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Os manifestantes iniciaram o ato às 9h e permaneceram no local até 14h, depois do fim de uma reunião com promotores e procuradores. Nessa ocasião, os moradores exigiram agilidade no processo e o MPE se comprometeu a analisar as reivindicações.
“Nosso protesto é para exigir critérios justos e agilidade nos pagamentos das indenizações. O MP é um dos signatários do acordo que fizeram com a Braskem, então estamos aqui na frente protestando”, afirmou Melina Vasconcelos, uma das moradoras.
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A manifestação foi organizada pelo Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) em parceria com a Associação dos Empreendedores no Pinheiro e Região Afetada. A organização reúne comerciantes e moradores dos bairros Pinheiro, Bom Parto, Bebedouro, Mutange e uma parte do Farol, bairros atingidos pelas rachaduras.
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Atividade predatória
Desde 2018 moradores de Maceió protestam contra a mineradora e petroquímica Braskem. A empresa, que é controlada pela Odebrecht e tem participação da Petrobras, é responsável por causar instabilidade no solo da região, por conta da extração de sal-gema.
Tal atividade provocou afundamento de terrenos, rachaduras e risco de desabamentos em diversos imóveis da região. Esta situação fez com muitos moradores abandonassem suas casas, porém outros vários continuam morando nos imóveis sob risco, por não terem para onde ir. Por isso, surge a necessidade urgente de indenização, porém mesmo após três anos a empresa ainda não indenizou todos os moradores afetados.
De acordo com estudo do Serviço Geológico do Brasil, a operação da Braskem, além de causar o afundamento de terrenos e rachaduras em imóveis, também afetou a estrutura geológica de Maceió e desestabilizou cavernas subterrâneas que já existiam na região.