As filmagens mostram como, um por um, um drone, cachorros treinados para reconhecimento militar e, por fim, soldados do Corpo de Engenharia de Combate entram em um prédio abandonado em Gaza. Cada uma das etapas é para garantir a segurança da instalação. Vigiando tudo de um compartimento subterrâneo, os combatentes das Brigadas Al-Qassam só precisam apertar um botão para acionar a carga explosiva instalada no prédio e anunciar uma das primeiras ações da operação “Portão do Inferno”.
As imagens foram divulgadas hoje (08/05) no canal oficial da força militar do movimento palestino Hamas. No vídeo, um comandante encapuzado promete envolver as forças de ocupação em emboscadas por todos os becos e ruas de Rafah. Segundo ele, os combatentes teriam estudado detalhadamente o comportamento das forças de ocupação em todo Eixo de Mouraq, identificando lá uma zona propícia para dar fim aos seus inimigos.
Al-Qassam Brigades have released footage of a complex ambush in Rafah that killed two Israeli soldiers from the 'Yahalom' Special Forces unit on Saturday, May 3. pic.twitter.com/kT9VwKLRsz
— The Palestine Chronicle (@PalestineChron) May 7, 2025
A emboscada começou quando vários combatentes da resistência surgiram de uma espécie de parede falsa, com o apoio de armadilhas, e combateram os soldados invasores à queima-roupa. Depois, mergulharam rapidamente em um túnel, buscando atrair as forças de engenharia. Tudo funcionou conforme planejado e o oficial Noam Rafid e o soldado Yehieli Sarour, da unidade Yahalom do Corpo de Engenharia de Combate, foram mortos.
O vídeo também mostra o momento que os soldados atacaram um tanque israelense e uma escavadeira militar com projéteis anti-tanque do tipo Al Yassin 105.
Desde o dia 03/05, as forças de resistência fizeram várias operações complexas como parte da operação que promete tornar a Faixa de Gaza a antessala do inferno para os israelenses. Hoje, as Brigadas Al-Qassam atrairam um outro destacamento sionista para um prédio desabitado, explodindo-o em seguida. O exército israelense tratou as baixas com sigilo.
‘Queda na moral’ e ‘fadiga de batalha’
As operações prometem ser um obstáculo para os planos de “solução final” anunciados pelo primeiro-ministro sionista Benjamin Netanyahu na última semana. Ele deu ordens para a construção de assentamentos sionistas em Gaza como parte dos planos.
No dia 04/05, o monopólio de imprensa sionista Jerusalem Post admitiu que as tropas sionistas estão com uma terrível queda na moral, o que pode levar a uma queda drástica no número de militares convocados.
A reportagem diz que o Exército teria “sorte” se algo entre 60% e 70% dos convocados a servir comparecessem ao posto. O jornal monopolista atribui a falta de prontidão a “fadiga de batalha”, “exaustão total” física e emocional das tropas, perda de fé em Netanyahu e no governo sionista, na isenção do serviço obrigatório a judeus ultraortodoxos e a sensação que os militares são “uma força de trabalho conveniente e de baixo custo que pode ser mobilizada a qualquer momento”.
Frente a isso, outras figuras da política sionista parecem descrentes nos planos de Netanyahu. O ex-ministro da Defesa israelense e atual membro do parlamento, Benny Gantz, considerou a instalação de assentamentos em Gaza como algo “fora da realidade”, chegando a afirmar que “não havia necessidade” de elevar os assentamentos israelenses à Faixa de Gaza.
Durante o desenvolvimento da guerra em Gaza, diversos líderes políticos e militares israelenses, como o ex-ministro da defesa Yoav Gallant. foram demitidos por apresentarem divergências quanto ao prolongamento da guerra em Gaza, sobretudo devido a incapacidade sionista de confrontar a prolongada guerra de guerrilhas travada pelas forças da Resistência.