AL: Velho Estado criminaliza luta em Rio Largo

AL: Velho Estado criminaliza luta em Rio Largo

Os camponeses do Acampamento da Fazenda Várzea Grande se reuniram com representantes dos órgãos do velho Estado e da Usina Utinga Leão para debater a posse das terras da fazenda Várzea Grande situada no município de Rio Largo (AL). Os trabalhadores tiveram suas falas cerceadas durante a reunião ocorrida na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública, em Maceió, na manhã de 3 de outubro.

O tom das falas dos representantes de órgãos do velho Estado, em sua maioria policiais, foi de criminalizar a luta pela terra, na busca de “coibir novas invasões” de terras e evitar “conflitos agrários” que resultem em mortes.

Essa foi a segunda reunião com representantes dos órgãos do velho Estado em que os camponeses denunciaram as ameaças praticadas por pistoleiros, que circulam pelo acampamento encapuzados, buscando intimidá-los e expulsá-los das terras. Durante a reunião um dos representantes da Usina Utinga Leão alegou que os 87 “vigilantes”, equipados com 14 motos e dois carros, não agrediram ninguém e fazem apenas a “proteção” do latifúndio. A primeira reunião havia sido no dia 25 de setembro.

A reunião no dia 03/10 contou com a participação de vários representantes das forças policiais, tais como o Secretário de Segurança Pública, Paulo Domingos Lima Júnior; o Secretário Executivo de Políticas da Segurança Pública, Manoel Acácio Júnior; o comandante da Polícia Militar de Alagoas, o coronel Marcos Sampaio; o comandante de Policiamento da Capital (CPC), o coronel Neyvaldo Amorim; e o representante do Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, Aloísio Soares Júnior. Também estiveram presentes representantes do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

No mesmo dia 3, os representantes da usina escoltados pelos pistoleiros fotografaram a área ocupada pelos camponeses desde o dia 27/08. Dois dias depois, ocorreu a delimitação da área do Acampamento da Fazenda Várzea Grande e não a delimitação de toda a fazenda. Segundo a ata da reunião do dia 03/10, o objetivo da medição é de “avaliar a área e delimitar para que não haja ampliação da área ocupada”. Esta medição foi realizada a base de intimidações por funcionários do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) acompanhados por policiais do Centro de Gerenciamento de Crises da PM e representantes da Usina Utinga Leão.

Na reunião do dia 03/10 ficou estabelecido que o Centro de Gerenciamento de Crises irá fazer um relatório e o Iteral irá confeccionar um mapa da área delimitada para ser apresentado na próxima reunião entre as partes envolvidas. A data da próxima reunião não foi divulgada.

 

Solidariedade aos presos políticos de Hamburgo

Camponeses do Acampamento da Fazenda Várzea Grande em Rio Largo (AL) saúdam luta contra o G-20 em Hamburgo

Os camponeses, organizados sob a bandeira vermelha da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Nordeste, dos estados de Alagoas e Pernambuco prestaram solidariedades aos ativistas anti-imperialistas presos pelo Estado alemão durante a realização da reunião do G-20 em Hamburgo, entre os dias 7 e 9 de setembro deste ano.

Na Área Revolucionária José Ricardo, em Lagoa dos Gatos (PE), camponeses prestam solidariedade aos ativistas presos pelo Estado alemão nas manifestações contra o G-20

Os camponeses estenderam faixas com a consigna Viva a Rebelião de Hamburgo! Liberdade aos Presos Políticos!, escrita em alemão. As faixas foram estendidas nas Áreas Revolucionárias José Ricardo (no estado de Pernambuco) e Renato Nathan (em Alagoas), bem como no Acampamento da Fazenda Várzea Grande.

“Viva a Rebelião de Hamburgo! Liberdade aos Presos Políticos!” diz faixa erguida na Área Revolucionária Renato Nathan, em Messias, estado de Alagoas

 

COBERTURA DE AND SOBRE A LUTA CAMPONESA EM RIO LARGO

Camponeses denunciam crimes do latifúndio em reunião

Corte popular iniciado

Camponeses tomam terra em Rio Largo

Camponeses denunciam ataques do latifúndio

 

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