Desde o mês de dezembro, a Albânia tem sido sacudida por importantes protestos estudantis. A reivindicação é contra o aumento das taxas anuais do ensino, que pela proposta do governo passariam a mais de 2,5 mil euros, enquanto o salário médio de um albanês é de 350 euros. Esta importante mobilização contou com protestos estudantis por todo o país, principalmente na capital, Tirana.
Os protestos tiveram início no dia 4 de dezembro, com a mobilização dos estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Politécnica de Tirana. Após três dias de manifestações, milhares de outros estudantes se juntaram à mobilização.
Com paralisações das aulas, os estudantes marcharam até a sede do Ministério da Educação, Juventude e Esportes exigindo que a medida de aumento fosse barrada. Outras medidas foram incluídas, tais como melhores condições dos dormitórios e maior participação estudantil nas decisões políticas.
Estudantes de cidades como Durres, Shkodra, Elbasan e Korça também se juntaram aos estudantes de Tirana paralisando as aulas e organizando manifestações.
Mesmo com a declaração da ministra Lindita Nikolla, do autodenominado “Partido Socialista da Albânia” (PSA), de que o aumento seria anulado, a decisão dos estudantes foi de manter a mobilização por seus direitos. A luta rapidamente tornou-se nacional e uma carta com oito pontos foi enviada ao governo. O ponto central desta carta é a revogação da lei sobre ensino superior, que data do ano de 2015 e que deu abertura para o agravamento da crise da educação superior no país.
O oportunista primeiro-ministro Edi Rama (também do PSA) tentou enrolar os manifestantes, propondo que alunos com melhores notas ou vindos de famílias pobres não pagassem as taxas, além de oferecer 1 mil vagas em empregos públicos, mas foi rechaçado.
Após grande rechaço ao primeiro-ministro, que nos dias seguintes tentou ir até os estudantes para “dialogar” oferecendo negociações e outras promessas, a organização prosseguiu após o ano novo com ocupação de faculdades.
A altivez e a combatividade com que os estudantes mantiveram a mobilização, se negando a dialogar com o primeiro-ministro, obrigaram o governo a reprimir a justa luta dos estudantes. Policiais entraram em confronto com estudantes em algumas ocasiões.
Atualmente, algumas faculdades seguem sendo palco de ocupações. A tendência é que a luta em torno da pauta de revogar a lei sobre o ensino superior cresça e tome novo fôlego. Esta mobilização estudantil tem contado com amplo apoio tanto de professores quanto do povo, se constituindo como uma importante batalha, pois é uma jornada de lutas da juventude albanesa sem precedentes em décadas.