Artista Ihsan Cibelik. Foto: Reprodução
No dia 20 de maio, Ihsan Cibelik, integrante do grupo turco de música popular Grupo Yorum, foi preso na Alemanha por conta de suas apresentações musicais de conteúdo democrático-revolucionário. O artista foi abordado por policiais alemães no caminho de volta para a casa, teve sua residência revistada e foi encaminhado para a prisão de Karlsruhe, Alemanha.
O Grupo Yorum compõe músicas que exaltam as lutas dos povos na Turquia e defendem a necessidade de uma revolução no país, fato que levou o velho Estado turco a perseguir seus membros sob a falsa acusação de vinculação ao Partido da Frente de Libertação Popular Revolucionária (DHKCP/C), grupo classificado como “terrorista” no país. Por conta desse conteúdo democrático-revolucionário das suas artes, Ihsan Cibelik já foi preso na Turquia e atualmente está na lista de procurados do país, motivo pelo qual possui uma recompensa por sua captura.
O grupo Yorum atualmente é proibido de se apresentar na Turquia e já teve outros membros presos. Dois integrantes do grupo, presos na Turquia, já morreram durante greves de fome na Turquia. A cantora Helin Bolek, 28 anos, morreu após 288 dias de greve de fome, em abril de 2020. Um mês depois, em maio de 2020, o baixista Ibrahim Gökçek morreu após uma greve de fome de 323 dias. Ambas as greves de fome tinham como pauta o fim da proibição das apresentações do grupo e a liberdade dos integrantes presos.
O Estado imperialista alemão, por sua vez, segue na mesma política de repressão aos artistas populares e democrático-revolucionários, uma vez que mantém uma relação de dominação econômica com a semicolônia turca e necessita da estabilidade política para explorar mais o povo. A prisão de Ihsan Cibelik já mobiliza diversas entidades e outros artistas na campanha pela sua libertação, como a cantora norte-americana Joan Baez.
Os Estados reacionários da Alemanha e da Turquia têm uma longa história de colaboração, fortalecida com imigração em larga escala, estimulada pela Alemanha, de turcos para o país germânico. Atualmente, o país conta com em torno de 3 milhões de imigrantes turcos. Como parte deste conluio, o Estado alemão move dura repressão contra os imigrantes que integram movimentos populares ou organizações revolucionárias turcas perseguidas pelo Estado reacionário da Turquia, como foi o caso da sentença de prisão para dez ativistas revolucionários acusados de pertencerem ao Partido Comunista da Turquia/Marxista-Leninista (TKP/ML) que viviam no país.