Alemanha: Massiva manifestação denuncia assassinato de jovem imigrante senegales

Protesto na Alemanha em 25/11/2022 contra assassinato de Mohamed L. Dramé, imigrante de 16 anos, pelas forças policiais.

Alemanha: Massiva manifestação denuncia assassinato de jovem imigrante senegales

Protesto na Alemanha em 25/11/2022 contra assassinato de Mohamed L. Dramé, imigrante de 16 anos, pelas forças policiais.

No dia 25 de novembro, diversas manifestações ocorreram em várias cidades alemãs como parte de uma mobilização nacional contra o assassinato da juventude preta e imigrante no país. A principal manifestação ocorreu na cidade de Dortmund, onde o jovem senegales Mohamed L. Dramé, de 16 anos, foi assassinado em agosto por policiais do Estado imperialista alemão. 

Os manifestantes em Dortmund exigiram justiça para Mohamed e o fim das operações terroristas da polícia alemã contra o povo preto e imigrante. A marcha passou pelo local onde Mohamed morava e foi assassinado e parou em frente à Estação de Polícia do Norte, onde os manifestantes entoaram gritos de ordem contra a polícia assassina e exigiram o fechamento permanente da base policial. A cidade de Dortmund concentra uma grande comunidade de imigrantes africanos muçulmanos e é alvo permanente das incursões policiais.

Parentes vítimas da violência policial na Europa estiveram presentes na manifestação, como os pais de Sammy Baker, assassinado em agosto de 2021 em Amsterdã, Holanda. Além disso, os manifestantes ergueram faixas e bandeiras que lembravam outros assassinados pelas operações policiais em bairros operários e imigrantes na Alemanha. 

ASSASSINATO DE MOHAMED L. DRAMÉ É TERRORISMO DE ESTADO

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Manifestantes denunciaram assassinato sistemático de imigrantes na Alemanha. Foto: Reprodução

Mohamed L. Dramé foi alvejado pelas tropas terroristas do Estado imperialista alemão no dia 8 de agosto de 2022. Na ocasião, a polícia foi acionada porque Mohamed, que sofria de instabilidade mental, estava com uma faca na mão e ameaçava se matar. Logo após chegarem no local, os policiais agrediram Mohamed com o uso de spray de pimenta e, sem esperarem muito tempo, fizeram uso do taser logo em seguida. Segundos depois, um dos policiais disparou cinco tiros com uma metralhadora semi-automática contra Mohamed, que tombou morto. Todas as câmeras corporais dos policiais estavam desligadas durante a abordagem. 

O caso de Mohamed se soma a um longo histórico de assassinatos e brutalidades da polícia alemã contra a juventude proletária do país, especialmente imigrante. Em março de 2021, o iraquiano Qosay Sadam Khalaf, de 19 anos, morreu durante a custódia policial após ser espancado pela polícia alemã. Em novembro do mesmo ano, Giorgios Zantiótis, jovem grego de 24 anos, também morreu como resultado dos espancamentos da polícia alemã. Na ocasião, o jovem recebeu um chute de um policial no estômago, região que tinha recentemente operado devido a um problema de saúde. Como consequência, Zantiótis morreu 90 minutos depois da agressão, ainda sob custódia policial. Em outubro de 2022, as tropas terroristas da polícia alemã assassinaram Kupa Llunga Medard Mutombo, idoso de 64 anos, que sofria de esquizofrenia e precisou ser escoltado da clínica psiquiátrica em que estava alojado até o hospital, mas morreu por conta dos ferimentos contraídos na abordagem agressiva da polícia alemã.

Os casos de assassinato e brutalidade da polícia terrorista alemã contra os imigrantes do país são o modus operandi do aparato de repressão do Estado imperialista alemão. Submetendo-os à pobreza e aos piores trabalhos (os mais pesados e com as piores condições, em sua maioria sob contratos de empresas terceirizadas), o Estado imperialista alemão conduz sucessivas operações terroristas nos bairros pobres que concentram grandes comunidades de imigrantes, em sua maioria africanos e árabes, com o intuito de controlar e aterrorizar essas massas e, assim, conter sua inevitável revolta. As massas migrantes não se intimidam e avançam em sua organização: familiares vítimas de violência policial se unem e juntam-se também a outros setores do povo alemão contra a violência policial e na defesa de seus direitos básicos e por melhores condições de vida.

Imagem em destaque: Milhares se reuniram para denunciar o assassinato de Mohamed L. Dramé. Foto: Leopold Achilles

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