Polícia alemã divulga mais fotos de manifestantes ilegalmente
Um novo episódio da caça anticomunista está em marcha na Alemanha. A polícia de Hamburgo e promotores publicaram fotos de 101 manifestantes que participaram da batalha campal contra a cúpula do G-20, ocorrida em junho de 2017 e dirigida pelos maoistas. Eles foram acusados de “grave violação da tranquilidade pública”. As fotos foram publicadas na internet, o que é ilegal, segundo o próprio ordenamento jurídico alemão.
“Temos material de vídeo em qualidade HD que demonstra uma suspeita suficiente”, disse o porta-voz da polícia Timo Zill. Apesar de gabar-se de possuir um suposto arsenal de vigilância, o porta-voz fez um novo apelo à população para identificar os manifestantes, incentivando a delação, sem êxitos até o momento.
Essa não é a primeira vez que a repressão divulga fotos de manifestantes como criminosos, sem ter sequer provas. Na segunda quinzena de fevereiro, mais de 104 manifestantes foram expostos pela polícia e pelo monopólio de imprensa em vídeos e fotos. Na ocasião, os revolucionários alemães criticaram as medidas, afirmando que as fotos divulgadas incluíam pessoas aleatórias e tinha o objetivo de dividir o movimento popular para que os mais combativos fossem isolados e alvos de delações. “Uma tradição só comparável ao regime nazista”, qualificaram à época os militantes.
A batalha contra a cúpula do G-20, ocorrida nos dias 7 e 8 de julho de 2017, deixou ao menos 476 policiais feridos. “Autoridades” reacionárias de diversos países ficaram encurraladas em seus hotéis, trânsito ou em eventos, sem poderem deslocar-se (como foi o caso com Michel Temer e Donald Trump). Nem mesmo o gigantesco aparato de repressão – “armado dos pés à cabeça”, como afirmaram os maoistas alemães – pôde deter a rebelião internacionalista, que contou com grande mobilização de massas populares alemãs.