Alimentos ficaram mais caros durante governo Bolsonaro, diferente do que diz boné de bolsonaristas

Inflação dos alimentos chegou a mais de 14% em 2020 e beirou os 12% nos últimos anos da gestão Bolsonaro.
Foto: Brenno Carvalho / O Globo

Alimentos ficaram mais caros durante governo Bolsonaro, diferente do que diz boné de bolsonaristas

Inflação dos alimentos chegou a mais de 14% em 2020 e beirou os 12% nos últimos anos da gestão Bolsonaro.

Bolsonaristas estão usando bonés com a frase “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026” na Câmara dos Deputados como resposta ao fracasso do governo de Luiz Inácio (PT) de conter a alta dos alimentos. 

Mas apesar dos inaceitáveis preços cultivados pelo atual governo, Jair Bolsonaro (PL) não foi um gestor melhor: a alta dos alimentos superou a inflação em três anos do governo do chefete da extrema-direita, chegou a mais de 14% em 2020 e beirou os 12% no último ano de gestão. Os dados foram apurados pelo jornal monopolista Folha de São Paulo. 

A inflação dos alimentos ficou acima de 6% em 2019, primeiro ano do governo de Bolsonaro. Bem como agora, um dos grupos que mais teve alta foi o das carnes. 

Em 2020, a inflação superou 14%, puxado pelas altas de arroz, óleo de soja e batata. O que ajudou a elevar o preço desses alimentos, sobretudo do arroz, foi a política de sucateamento dos armazenamentos do governo na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Bolsonaro zerou os estoques do governo na Companhia sem se esforçar para reabastecê-los. 

A inflação continuou alta nos dois anos de governo seguinte e, em 2022, terminou o ano com quase 12% no IPCA e INPC. Naquele ano, os itens que mais pesaram a inflação foram a batata, leite longa vida e cebola. 

Mesma política econômica 

A inflação dos alimentos em ambos os governos não surpreende, visto que tanto Bolsonaro quanto Luiz Inácio têm a mesma política econômica em vários aspectos. 

No campo da alimentação, o que mais pesa é a manutenção e o incentivo ao latifúndio às custas da pequena e média produção camponesa e dos camponeses pobres sem terra ou com pouca terra. 

O latifúndio, mesmo na forma de agronegócio, é a principal base na fome do País, tanto por exportar os bens alimentícios que o povo consome, como a carne, quanto por ter a produção baseada em monoculturas destinadas à exportação na forma primária (commodities). 

Os alimentos são produzidos principalmente por camponeses pequenos e médios, que têm a produção submetida aos monopólios e são obrigados a vender os produtos abaixo do preço do valor.

As soluções paliativas para esse problema não foram implementadas por nenhum dos dois mandatários: a regulação dos preços ou a limitação de exportação. Até mesmo os estoques regulatórios foram abandonados. 

A solução real – a destruição do latifúndio e distribuição das terras aos camponeses – foge do limite institucional, uma vez que a casta latifundiária que domina o País jamais permitirá uma transformação tão robusta da estrutura agrária a partir dos marcos legais. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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