No dia 6 de dezembro, camponeses da Comunidade Marielle Franco, localizada no município de Lábrea, no sul do Amazonas, sofreram com ataques e ameaças de pistoleiros, segundo denúncias feitas à Revista Cenarium Amazônia. Os trabalhadores, que sobrevivem principalmente da extração e quebra de castanhas, afirmam que foram expulsos a tiros da área em que vivem com 200 famílias desde 2011.
Os grileiros da área foram identificados como Sidney Sanches Zamora e Sidney Sanches Zamora Filho. Além de grilagem de terras da União, ambos também são acusados pelos trabalhadores de estarem envolvidos com extração ilegal de madeira na região.
Momentos antes do confronto, os camponeses questionaram Sidney e Sidney Filho se eles tinham provas que eram donos da terra, conforme alegavam. O latifundiário, sem ter o que apresentar, respondeu que “eu não tenho que provar nada para vocês”. Em seguida, um dos pistoleiros do latifúndio disse para os camponeses abandonarem a terra e iniciaram-se os disparos de arma de fogo.
A área em disputa é classificada pelos grileiros como Fazenda Palotina e tem cerca de 150 mil hectares. Os camponeses do Acampamento Marielle Franco afirmam que se trata de terra da União. Segundo o dirigente camponês da área, Paulo Araújo, o clima do conflito tem se intensificado cada vez mais. Segundo ele, já há 3 pessoas do acampamento dadas como desaparecidas. “Está um conflito intenso”, disse, antes de afirmar que a situação pode desenvolver-se para casos de mortes.