O ar respirável na cidade de Manaus na última semana foi considerado de “péssima qualidade” e “tóxico” para a população. Esse fenômeno, apesar dos esforços das autoridades regionais de o classificarem como “passageiro” e “natural”, é resultado do avanço do latifúndio na região amazônica.
Segundo a Plataforma Selva e a World Air Quality Index, os índices colocaram a capital amazonense dentre as piores qualidades de ar do planeta. A fumaça começou a encobrir a capital no mês de agosto, mas atingiu seu pior momento agora em outubro.
Graças a esse fato, a população manauara, em especial a parte que sofre com dificuldades respiratórias (muitas por conta das sequelas da Covid-19) tem dificuldades de sequer sair de suas casas para trabalhar.
Latifúndio avança e destrói a Amazônia
Apesar dos esforços dos sucessivos governos em esconder a realidade, culpando unicamente o fenômeno climático El Ninõ pelo aumento das queimadas, os pesquisadores do tema tem um outro consenso.
A estiagem severa enfrentada pelos estados do extremo norte do país assim como o aumento absurdo nos números das queimadas e a piora da qualidade do ar denunciam que esses são resultados naturais da destruição do bioma o qual vem se intensificando nos últimos anos com o avanço do latifúndio.
Em 2022, falando sobre esse mesmo fenômeno, o professor de física atmosférica da USP, Paulo Artaxo, afirmou ao portal Infoamazonia que: “Isso é reflexo do processo de destruição da floresta Amazônica que está em curso pelo atual Governo Federal e toda a população brasileira tem que lutar contra esse processo pois ele vai trazer consequências negativas muito fortes para todo o nosso país”.
Esse ano, Joel Araújo, Superintendente do IBAMA, reiterou que: “essa fumaça vem dessa região e é provocada pelo uso inadequado do fogo em áreas de agropecuária e que se estendem para áreas de vegetação”.
As autoridades apontam também que a origem da fumaça provém de cidades do sul do Amazonas e dos interiores do estado do Pará. Ambas as áreas, seguem em torno de sangrentas disputas pelo latifúndio.
A confusa reação das autoridades amazonenses
Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus, durante o pior dia de fumaça tóxica da semana, ignoraram a questão e acharam mais interessante demonstrar sua solidariedade ao Estado genocida de Israel em seu massacre ao povo palestino, encobrindo a CMM com bandeiras sionistas e recitando passagens bíblicas durante a seção.
A Prefeitura de Manaus, gerida pelo reacionário David Almeida (Avante), se contentou em soltar uma nota sobre as queimadas nas suas redes sociais, sem tomar qualquer iniciativa mais enérgica para o bem estar da população.