AM: Entrevista com o dirigente sindical do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho

Iniciamos aqui uma série de entrevistas com importantes sindicatos que atuam em Manaus, contribuindo para aumentar o alcance das lutas da classe trabalhadora na região.

AM: Entrevista com o dirigente sindical do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho

Iniciamos aqui uma série de entrevistas com importantes sindicatos que atuam em Manaus, contribuindo para aumentar o alcance das lutas da classe trabalhadora na região.

AND: Companheiro, primeiramente, nos fale sobre o que lhe motivou a se sindicalizar, e, posteriormente, a se tornar presidente do sindicato?

Luiz Cláudio: Desde a juventude fui alguém interessado em mudar a vida das pessoas por meio da ação, da luta social. Foi assim como estudante, líder comunitário e até mesmo como cidadão. Então, a passagem pelo movimento sindical já estava marcada, era só filiar e agir pra melhorar a vida das pessoas.

AND: Para além dos limites que a lei impõe, quais os papeis que o senhor espera que um sindicato poderia atuar para defender os direitos dos trabalhadores?

Luiz Cláudio: A lei é muito rígida para o trabalhador quando se trata de mobilização para melhorar a vida. São imposições cada vez maiores. Mas a cada dia a gente aprende a conversar mais, gritar menos, buscar alternativas viáveis para que os resultados cheguem ao bolso do trabalhador, através do seu sustento e de sua família.

AND: Apesar de Manaus ser sede de diversas montadoras fantasiadas de fábricas, vemos que a cultura sindicalista na cidade é muito fraca. O que o senhor acha que levou a essa percepção?

Luiz Cláudio: Há uma campanha no modelo de outras fases negras da história humana. Tudo que é organização coletiva é atacada em nome do benefício individual, acúmulo de riqueza por poucos e da solução fácil para problemas difíceis. A campanha de desmoralização das organizações, sejam civis ou mesmo estatais, é de linchamento moral e não respeita a vida. Fora isso, nosso trabalhador está massacrado por um sistema que obriga a grande maioria a trabalhar 10, 12 horas por dia. O que lhe resta de tempo faz opção pelo lazer e descanso. Precisamos reduzir a jornada de trabalho, ter mais tempo para produção cultural e investir em educação, para que tenhamos uma sociedade mais justa para todos.

AND: O que o senhor quer ver a curto e a longo prazo para os trabalhadores de Manaus, Amazonas e Brasil?

Luiz Cláudio: A curto prazo muita disputa no campo dos direitos. A concentração de renda é grande, e quem tem não quer repartir um pouco com quem não tem nada. A longo prazo precisamos discutir o avanço das tecnologias no mercado de trabalho. A informatização é um fato concreto, mas ela deve existir para que possamos melhorar a vida humana, e não pra escravizar o trabalhador e tomar dele o pouco tempo livre de vida que ele tem.

AND: Como se iniciou sua parceria com o Jornal A Nova Democracia e qual sua visão sobre ele?

Luiz Cláudio: Através da força de juventude que o jornal tem. Construtores jovens mas que pensam como eu penso. Não sou saudosista, penso sempre em melhorar até o último dia de vida. E a turma da Nova Democracia é assim, cheia de energia e disposta a construir uma nova linha de pensamento editorial. Isso torna a gente grandes parceiros.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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