AM: Governo Federal leiloa terras de indígenas e camponeses na Bacia do Amazonas

O governo federal leiloou pela ANP, no dia 13/12, uma enorme quantidade de terras na Bacia do Amazonas para imperialistas e grandes burgueses. Os povos indígenas e camponeses descrevem como "leilão do fim do mundo"
Ilustração presente em laudo técnico do MPF mostra localização geográfica de blocos exploratórios. Foto: Reprodução/MPF

AM: Governo Federal leiloa terras de indígenas e camponeses na Bacia do Amazonas

O governo federal leiloou pela ANP, no dia 13/12, uma enorme quantidade de terras na Bacia do Amazonas para imperialistas e grandes burgueses. Os povos indígenas e camponeses descrevem como "leilão do fim do mundo"

O governo federal, por meio da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizou um leilão no último dia 13 de dezembro, onde anunciou e vendeu enormes quantidades de terras para imperialistas e grandes burgueses, rifando grande parte do território nacional, em especial, no estado do Amazonas, rico em gás natural e em petróleo. Os povos indígenas, camponeses e quilombolas que tiveram seus territórios vendidos, já estão chamando essa movimentação de “Leilão do Fim do Mundo”.

Segundo os dados, os 12 blocos de terra leiloados afetam diretamente ao menos 20 Terras Indígenas já demarcadas e cerca de 15 unidades de conservação que abrangem comunidades quilombolas. Dos povos indígenas afetados, são listados diretamente os povos Mura, Munduruku, Sateré-Mawé e Kaxuyana.

Segundo Yura Marubo, assessor jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, não há preocupação do governo quanto a esses territórios. Segundo ele, em entrevista ao portal Radar Amazônico: “O que vai acontecer com essas terras indígenas pouco importa para o governo, a única certeza que eu tenho é que vão fazer [o leilão]. Eles já têm as autorizações necessárias, e agora o que resta é saber o quanto vai nos impactar”.

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Sobre os compradores

Como resultado do leilão, a grande burguesia, associada sempre com o imperialismo, se lançou oficialmente sob o controle desses riquíssimos territórios que foram vendidos pelo Governo Federal a “preço de banana”, durante o chamado 4º Ciclo da Oferta Permanente.

O Consórcio, formado pelo monopólio Eneva SA e Atem, arrematou a tão sonhada área de acumulação marginal do Japiim, rica em gás natural, com 52 km. A área, que tinha como lance mínimo míseros R$ 160 mil, foi comprada pelo monopólio por R$ 165 mil, não tendo outros concorrentes.

Ressalta-se aqui que a Eneva, que penetra com voracidade os territórios amazônicos, carrega um brutal histórico de ameaças e intimidações contra camponeses pobres e indígenas, onde seus capangas armados frequentemente tentam expulsar esses povos de suas terras em nome da empresa.

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Das demais áreas de exploração, vendidas de norte a sul do país, sabe-se que concorreram 17 empresas monopolistas, provenientes de 6 países diferentes, tendo 15 delas arrematado alguma fatia do território nacional.

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