Ainda no mês de junho, manifestantes protestaram contra a ordem judicial expedida pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) que autorizou a retirada da comunidade Santa Maria, localizada em uma ocupação em terras sem uso, no bairro Armando Mendes, zona leste da capital amazonense.
Os moradores da comunidade, em sua justa luta por moradia, atearam fogo em pneus e bloquearam uma das ruas do bairro. Enquanto as forças de repressão burguesa tentavam frear a revolta tentando tirar os pneus da estrada, os manifestantes retomaram os bloqueios.
Na mesma data em que se desenvolveu o protesto, foi realizada uma ação de reintegração de posse em uma ocupação no Armando Mendes. A comunidade habitava uma área desocupada há cerca de três meses e recebeu três notificações anteriores de uma empresa privada que não exercia qualquer função na área. A Secretaria de Segurança Pública usou aproximadamente 16 viaturas entre carros da Polícia Militar e um do corpo de bombeiros.
Aumentam as lutas por terra e moradia em Manaus
Desde 2022, tem sido observado um significativo aumento nas ocupações urbanas em Manaus, onde as massas têm, cada vez mais, reivindicando seu direito à moradia, de acordo com um estudo realizado pelo Fórum Amazonense de Reforma Urbana e pela Defensoria Pública do Amazonas.
Segundo a pesquisa, o número de ocupações urbanas subiu de 40, registradas em 2022, para 68 atualmente. O rápido crescimento das ocupações é atribuído principalmente ao agravamento da crise climática e à falta de atenção do governo do Amazonas em áreas suscetíveis a deslizamentos de terra. De acordo com as investigações, os bairros formados, em sua maioria, apresentam uma diversidade étnica composta por migrantes, indígenas e pessoas naturais do interior do estado.