AM: PMs são recompensados com compra de videogames em meio a alta nos casos de violência policial

SSP-AM tentou comprar videogames, televisões, pufes, dvds e outros itens para PMs. Enquanto isso, violência policial cresce e instituições de ensino carecem de infraestrutura básica.
Policiais militares foram recompensados com equipamentos eletrônicos e pufes em meio a aumento nos casos de violência policial no estado. Foto: Reprodução

AM: PMs são recompensados com compra de videogames em meio a alta nos casos de violência policial

SSP-AM tentou comprar videogames, televisões, pufes, dvds e outros itens para PMs. Enquanto isso, violência policial cresce e instituições de ensino carecem de infraestrutura básica.

Após uma sequência de casos de violência policial em Manaus, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) do governo de Wilson Lima (União Brasil) anunciou a compra de videogames de última geração, pufes e mesas de ping pong para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Polícia Militar. A compra foi duramente rechaçada pelas massas.

Dentre os equipamentos comprados pelo Pregão Eletrônico 448/2023 estariam 18 videogames PlayStation 5, 18 poltronas de massagem reclináveis, 18 televisões de 50 polegadas, 96 pufes, 6 mesas de ping pong, 6 macas de massagem, 18 racks para TVs, DVDs e aparelhos de som.

Os moradores do Amazonas revoltaram-se com os gastos absurdos. Em redes sociais, foram diversos os comentários de revolta: “e o professor que é chamado de vagabundo por exigir seus direitos”, comentou um internauta. “Vergonhoso! Fazem o que querem com o dinheiro da gente”, “Brincadeira isso, tratar o povo como um bando de idiota”, comentaram outros. Após a repercussão negativa e o rechaço da população, a SSP-AM soltou uma tímida nota cancelando as aquisições.

Violência policial

A revolta registrada nas redes sociais não é à toa. A compra, justificada como equipamentos para uma “sala de descompressão”, ocorreu logo após a repercussão de denúncias e protestos das massas contra casos de violência policial em Manaus. No dia 6 de outubro, o jovem estudante da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marco Aurélio Winholt, foi assassinado por policiais enquanto chegava em casa. Já no dia 26 de outubro, o motoboy Rick Richard da Costa ficou ferido e teve a moto parcialmente destruída após um atropelamento por uma viatura policial. Novamente, os policiais só prestaram socorro após uma revolta das testemunhas. 

E esse histórico de brutalidade contra as massas não é de agora: em 2019, a PM do Amazonas assassinou 17 jovens durante uma operação no bairro do Crespo, em 2019, justificada sob a falsa alegação de sempre de “combate ao tráfico”. Até mesmo crianças foram assassinadas pelos militares. 

Discrepância grave

Além disso, enquanto o governo permite o agraciamento dos policiais com todo o tipo de luxo, típicos de “startups” juvenis de países europeus, os serviços essenciais do estado carecem de infraestrutura básica. Nos últimos meses, foram diversos os casos de denúncias da falta de ventiladores e ar-condicionados nas escolas amazonenses. Estudantes do campus Parintins, da Ufam, e do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) também denunciam a precarização da infraestrutura e cortes contra os institutos de ensino

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