AM: Povo indígena Munduruku denuncia negligência do velho Estado durante a estiagem

Povos indígenas da etnia Munduruku se levantaram nas últimas semanas em denúncia e campanhas de solidariedade para expor a crítica situação de suas terras que estão gravemente afetadas pela estiagem que assola o Amazonas.
Rio Canumã é atingido por seca. Foto: Banco de Dados/AND

AM: Povo indígena Munduruku denuncia negligência do velho Estado durante a estiagem

Povos indígenas da etnia Munduruku se levantaram nas últimas semanas em denúncia e campanhas de solidariedade para expor a crítica situação de suas terras que estão gravemente afetadas pela estiagem que assola o Amazonas.

Povos indígenas da etnia Munduruku se levantaram nas últimas semanas em denúncia e campanhas de solidariedade para expor a crítica situação de suas terras que estão gravemente afetadas pela estiagem que assola o Amazonas. Em suas denúncias, se ressalta a omissão do velho Estado brasileiro para suprir as populações durante a crise.

Nas Terras Indígenas de Kwata-Laranjal-Borba, que se encontram a aproximadamente 325 km de Manaus, residem cerca de 7 mil indígenas de diferentes etnias. Recentemente, as lideranças do povo Munduruku, que reside em maior quantidade na região, denunciaram via redes sociais a gravíssima situação que se vive atualmente.

Os indígenas denunciam que desde setembro, com o início da fase mais crítica da estiagem, a situação tem ficado cada vez mais tensa: a falta de água, alimento e transporte tem colocado a região à beira do colapso. Com os Rio Canumã, Mapia e Mari-Mari, principais rios que abastecem a região, em situação de seca, nem a ajuda popular consegue chegar na área de maneira fácil.

Segundo Estélio, membro da Rede de Juventude Munduruku e ativista do Movimento de Estudantes Indígenas do Amazonas (MEIAM), em entrevista exclusiva ao AND esse tipo de crise poderia ser minimizada se houvesse preparação prévia do Estado.

Para ele: “tendo em vista que o início da estiagem começa lá pelo mês de junho acho que os governos têm um período de se preparar, mas como o poder público é lento nesse sentido, eles deixam as coisas aqui se agravarem para poder tomar as devidas providências”.

O povo da região, em busca de água potável, buscou cavar poços na região, mas, segundo os indígenas, a qualidade da água era péssima, não conseguindo suprir as altíssimas demandas por água da região.

Indígenas cavam poço artesiano em busca de água potável. Foto: Reprodução

Agora, as redes indígenas locais se lançam em campanhas de solidariedade em busca de recursos para manter um abastecimento mínimo da sociedade.

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