No dia 9 de janeiro, o então prefeito da cidade de Borba, Simão Peixoto (MDB), foi preso, acusado de manipular testemunhas em uma investigação sobre desvio de dinheiro de merenda escolar. O crime teria acontecido durante o ano de 2020, no auge da pandemia da COVID-19.
As investigações adiantaram sua prisão, pois Simão estava marcando reuniões e oferecendo “assistências jurídicas” para os servidores municipais que estavam depondo sobre sua conduta. Esse tipo de prática coronelista é típica nos interiores do Amazonas, dominados por oligarquias familiares que mantém um domínio estreito dentre suas indicações na máquina estatal.
No que tange às merendas escolares, o esquema de Peixoto é acusado de ter sido responsável por entregar kits sem charque e com carne de boi reduzida, além de falsificar recibos de entrega e realizar pagamentos sem comprovantes.
Em sua longa ficha criminal, Peixoto já havia sido preso por fraude em licitações, agressão física a parlamentares e até mesmo por ameaçar chicotear uma vereadora. Em todos os casos, colheu as benesses de estar ligado a oligarquias locais e contou com a frouxidão do judiciário para se manter não apenas livre, mas também ativo na vida política.