O número de queimadas no Amazonas atingiu um recorde histórico em julho, com 4.241 focos de calor, conforme apuração do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento significativo de 547%. Mesmo considerando os números de 2022, o número atual ainda supera a marca registrada, visto que a soma dos focos de calor desses dois anos resulta em 3.375. A região bateu recorde diário no dia 30, com 783 focos de calor, o maior número em um único dia desde o começo do monitoramento.
O desmatamento na Amazônia brasileira é amplamente impulsionado por redes criminosas de latifundiários que utilizam a violência e a intimidação contra camponeses, indígenas e populações tradicionais da região.
Desde 2000, quando o monitoramento de áreas destinadas à pastagem pela plataforma Mapbiomas Brasil teve início, mais de 1 bilhão de hectares foram convertidos em pasto somente na Amazônia. O maior índice de desmatamento para a criação de gado na Amazônia Legal foi registrado em 2022, totalizando 57,5 milhões hectares de terra.
O aumento aponta, além da forte atuação do latifúndio, mineradoras e grande garimpo na região, para a negligência do governo federal em torno da questão. A entrega de terras a camponeses e demarcações de Territórios Indígenas, que poderia ajudar a reverter o quadro, são dois problemas ignorados por Luiz Inácio. Esses povos também são os mais afetados pelo desmatado ligado à expansão da fronteira agrícola latifundiária.
O presidente também não cumpriu as promessas de fortalecer órgãos de fiscalização ambiental. No início do ano, servidores do Ibama, Serviço Florestal Brasileiro e ICMBio fizeram uma greve de meses para denunciar as condições precárias dos órgãos.
A Amazônia Legal registrou 11.434 focos de calor em julho, um aumento de 98% em relação ao mesmo mês de 2023, que teve 5.772. Esse é o maior número registrado desde 2005, quando o recorde foi de 19.000 focos de calor em julho.
Em uma das mais severas consequências dessas ações, tem-se o agravamento das secas na região, prejudicando a vida de milhares de pessoas que dependem dos seus rios para o transporte, alimentação e renda.